O Garoto Dinamite que explodiu em 1971 num jogo contra o Internacional no Maracanã encarnou como ninguém o espírito vascaíno. Embora os torcedores mais antigos aleguem que ele não chegou a ser tão bom quanto Ademir, Danilo Alvim ou Leônidas da Silva, Dinamite foi insuperável no quesito dedicação ao Vasco. Seus 698 gols em 1110 jogos falam por si só.
Carlos Roberto de Oliveira nasceu a 13 de abril de 1954
em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Começou a jogar no Vasco, em
1971. Teve curtas passagens por Barcelona (Espanha), Portuguesa (SP)
e Campo Grande (RJ). Encerrou a carreira no Vasco, em 1993. Foi campeão
estadual em 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992. Foi artilheiro do Estadual
em 1978, 1981 e 1985. Foi campeão brasileiro em 1974. Foi artilheiro
do Brasileiro em 1974 e 1984.
Roberto é o maior artilheiro da História do Vasco, o maior
artilheiro da História dos Campeonatos Estadual e Brasileiro emaior
artilheiro da História dos Estádios do Maracanã e de
São Januário. É também o jogador que mais vezes
vestiu a camisa do Vasco. Robeto encerrou sua carreira em 1993 e hoje
é deputado estadual no Rio de Janeiro.
Ademir Marques de Menezes nasceu em 08 de dezembro de 1922 em Recife (PE). Começou sua carreira no Sport Recife e foi contratado em 1943, tendo sido o primeiro jogador a receber luvas.
O "Queixada", como era conhecido por seu queixo protuberante, foi um dos mais eficientes artilheiros que já surgiram no futebol mundial. Marcou pelo Vasco 301 gols em 429 partidas, superando na média até Roberto Dinamite (0,70 contra 0,63). Foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1950 e até hoje é o brasileiro que mais fez gols em uma Copa (9 gols).
Ademir Conquistou, pelo Vasco, os Campeonatos Cariocas de 1945, 1949, 1950 e 1952, além do Torneio Municipal de 1945 e do Torneio dos Campeões Sul-americanos em 1948.
Ademir encerrou sua carreira profissional após o Torneio Rio-São Paulo de 1956, e depois disso ainda jogou alguns anos como amador no Sport. Ademir ainda chegou a ser técnico do Vasco, em 1967. Depois, tornou-se comentarista. Faleceu em 1996, aos 73 anos, no Rio de Janeiro.
Moacir Barbosa foi o melhor goleiro de seu tempo. Titular da Seleção Brasileira, defendeu o Vasco da Gama entre 1945 e 1955 e entre 1958 e 1960. Foi o jogador que mais títulos conquistou com a camisa cruzmaltina: campeão carioca em 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958; municipal em 1945, 1946 e 1947; sul-americano em 1948; do Torneio Relâmpago em 1946; e do Torneio Início em 1945, 1948 e 1958. Isso para ficar só nos títulos oficiais.
Esperto, costumava usar camisa preta à noite para dificultar os atancantes. Teve participação decisiva na conquista do Sul-americano de 1948 ao defender um pênalti cobrado por Labruña, do River Plate. Barbosa recorda este lance com muita emoção:
"Foi ínesquecivel porque os arrogantes argentinos chegaram com a Taça Águia de Perón como se já a tivessem conquistado por antecedência. Nesse dia peguei até um pênalti de Labruna no primeiro tempo. Eu o conhecia da Seleção Argentina e tinha quase certeza de que ele iria bater no canto esquerdo. Fui com certeza e defendi."
Foi injustiçado por ter sofrido o gol que eliminou o Brasil da Copa de 50. Apesar disso, teve uma carreira de 27 anos, uma das mais longas do futebol brasileiro. Barbosa faleceu no dia 7 de abril de 2000, em Santos (SP).
Danilo Alvim (nascido em 03.12.1920) foi um exemplo de determinação e perseverança. Aos 19 anos, em 1940, quebrou a perna em 39 lugares após ter sido atropelado por um automóvel. Voltou a jogar em 1942, e um ano depois foi contratado pelo Vasco junto ao América, por 90 contos de luvas e 2 contos de sálario.
Danilo logo se transformou em um dos maiores jogadores do Expresso da Vitória. Era chamado apropriadamente de Príncipe por sua classe e habilidade, além de ser alto, esguio e elegante. Pelo Vasco, foi campeão carioca em 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952, além de conquistar o título sul-americano de 1948 no Chile.
O "Príncipe" foi titular absoluto da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 1950. Em 1953, transferiu-se para o Botafogo, onde encerrou sua carreira de jogador. Tornou-se técnico de futebol e em 1957 comandou a Bolívia em seu primeiro título sul-americano.
Danilo Alvim, um dos maiores craques brasileiros em todos os tempos, infelizmente morreu pobre e esquecido, morando num asilo, em 16 de maio de 1996. Em agosto de 1998, Danilo Alvim foi eleito o melhor jogador da História do Vasco pela revista "Placar", em pesquisa realizada junto a 50 vascaínos ilustres.
Quem acha Higuita ou Chillavert goleiros originais e arrojados, não conheceu as aventuras de Jaguaré. Este goleiro acrobático nasceu em 1900 no Rio de Janeiro e trabalhava no cais do porto como estivador, até que foi descoberto em uma pelada pelo zagueiro vascaíno Espanhol. Chegando ao Vasco em 1928, Jaguaré teve uma carreira meteórica: no mesmo ano chegou à Seleção Brasileira.
Entre suas várias travessuras, Jaguaré gostava de provocar os atacantes jogando a bola em suas cabeças só para que pudesse fazer nova defesa. Defendia pênaltis com os pés e com uma só mão, e depois ficava girando a bola sobre o dedo indicador, como os jogadores da NBA fazem hoje em dia com bolas de basquete.
Após ser campeão carioca em 1929, Jaguaré foi vendido para o Barcelona em 1931, na primeira excursão feita pelo Vasco à Europa. Como a vaga no gol do time catalão já estava ocupada pelo fenomenal espanhol Ricardo Zamora, Jaguaré acabou no Olimpique de Marselha, da França.
Na França, sua glória foi ainda maior. Jaguaré foi campeão francês tendo sofrido apenas um gol em toda a temporada. No último jogo, surpreendeu a todos deixando sua meta para converter um pênalti, fato praticamente inédito na época. Por tudo isso, Jaguaré virou celebridade e ganhou o apelido de "Le Jaguar".
Com medo que estourasse uma guerra na Europa (no início dos anos 30 a situação já era tensa no continente), Jaguaré voltou ao Brasil. Logo que chegou, visitou São Januário e desafiou os atacantes a fazerem gol nele usando bolas de tênis, em vez das de futebol. Jaguaré não sofreu nenhum gol. A torcida foi ao delírio.
Jaguaré ainda jogou no Corinthians e encerrou sua carreira no São Cristóvão. Em 1940, pobre e esquecido, foi assassinado durante uma briga. Sua morte foi anunciada apenas em pequenas notas nos jornais.
Hideraldo Luiz Bellini, zagueiro-central, jogou na equipe do Vasco de 1952 até 1961. Zagueiro de pouca técnica e muita disposição, disputava cada lance com muita raça e lealdade. Bellini foi o capitão da seleção brasileira campeã mundial em 1958. Seu famoso gesto, levantando a Taça Jules Rimet, mereceu uma estátua em frente ao Estádio do Maracanã, a conhecida "Estátua do Bellini". Consagrou-se no Vasco como um exemplo de liderança, dedicação e amor à camisa.
Fausto defendeu o Vasco entre 1928 e 1931 e entre 1933 e 1934. Recebeu da crônica esportiva uruguaia o apelido de "Maravilha Negra", por causa da sua exuberante atuação na Copa de 1930, da qual sairia consagrado, apesar da penosa campanha da Seleção Brasileira, como o mais brilhante center-half daquela geração pioneira. Nada mal para um maranhense de Codó que havia chegado ao Rio com a mãe, que arrumou emprego de lavadeira enquanto o garoto batia bola. Com o seu elegante estilo de matadas no peito, exímio controle de bola e passes longos, esse mulato alto e forte foi o primeiro de uma escola brasileira de jogadores clássicos de meio-campo. Tambem tinha uma coragem de leão e jamais brincava em serviço, sendo vigoroso na liderança dos companheiros.
Fausto impressionou tanto os espanhóis durante a excursão do Vasco em 1931, que foi imediatamente contratado pelo Barcelona. Logo depois, foi transferido ao Young Boys, de Berna (Suicá), onde também ficou pouco tempo, voltando ao Vasco a tempo de se sagrar campeão em 1934. Fausto ganhou muito dinheiro na Europa, mas gastou tudo na vida boêmia, talvez tentando compensar a discriminação que sofria e a sua origem humilde. Já declinando fisicamente, encerrou sua carreira no Flamengo, como zagueiro central. Tuberculoso, faleceu num sanatório, esquecido e na miséria, em 1939.
É unanimemente apontado como o maior zagueiro central da historia do futebol brasileiro e um dos melhores de todos os tempos. Um homem de defesa com características do mais fino atacante. Leve no drible, sólido no rechaco, perfeito no passe, seu estilo era clássico e altamente técnico. Possuía grande personalidade e astúcia, com a fala macia, o diálogo educado e a argumentação irônica.
O "Divino Mestre" teve duas curtas, porem marcantes, passagens pelo Vasco. Na primeira, em 1932, oriundo do Bangu, destacou-se a ponto de ter sido convocado pela primeira vez para a Selecao Brasileira, onde conquistou a Taça Rio Branco no Uruguai e despertou a cobiça dos clubes uruguaios. Foi comprado pelo Nacional de Montevidéu em 1934, onde sagrou-se campeão. De volta ao Vasco, sagrou-se campeão no mesmo ano e, no ano seguinte, repetiu o feito no Boca Juniors, alcançando o feito muito comentado na época de ter sido campeão em tres paises diferentes em pouco mais de um ano. Dali prosseguiu para confirmar a sua reputação e alcancar o status de ídolo da Seleção, Flamengo e Corinthians.