Quando começou tinha 19 anos e na primeira competição oficial já veio a primeira vitória. E uma medalha com um gosto especial. "Todo o pessoal da Confederação estava assistindo e ganhei da favorita". Foi o que ela precisava para acreditar na sua vida de atleta.

Porém, tomando o tempo que o remo lhe exigia, Camila começou a cursar a faculdade de Ciências Políticas. Não era possível, então, conseguir remar o tanto que era necessário e ainda estudar para a faculdade. A saída veio anos depois. Formada e sem trabalhar na área, Camila decidiu que iria dedicar um ano de sua vida para ser remadora.

Mesmo antes dos Jogos Pan-Americanos, sua primeira grande competição com a parceria Luciana Granato, ela já pensava e sonhava com a classificação para os Jogos Olímpicos de Pequim.

A conquista da vaga, em novembro de 2007, veio em um Pré-Olímpico no Rio e foi festejada pela dupla. A participação das mulheres na equipe olímpica de remo brasileira é muito recente. A pioneira foi Fabiana Beltrame, que foi a Atenas em 2004 e vai repetir o feito em 2008, na China.

Desde fevereiro de 2008, Camila treina ao lado de Luciana e a equipe brasileira no Rio de Janeiro para conseguir um resultado melhor que do Pan-Americano de 2007, quando as duas terminaram em último lugar - 12 segundos atrás das medalhistas de ouro, as cubanas Yaima Velazquez e Ismaray Marerro.

Em novembro de 2007, ela conseguiu repetir a dose e garantir vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim em disputa na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. Porém, até se tornar uma atleta olímpica, Fabiana passou por experiências quase tão importantes quanto a de Atenas ou a que virá de Pequim. A primeira delas foi um campeonato estadual na década de 1990, logo que começou a treinar o esporte. Foram, aliás, estes campeonatos estaduais que incentivaram Fabiana a se tornar uma atleta de verdade.

Assim, ela acabou sendo convocada para disputar os Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo. O sexto lugar na categoria skiff duplo não foi o resultado que ela esperava e o diagnóstico é preciso: "Não estava tão entrosada com a minha parceira (Caroline Beloni). Esperava uma medalha, mas foi o que deu para fazer".

Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, a expectativa era a mesma e o resultado também foi parecido. Depois de ficar na última posição das finais, a 35s das quartas colocadas, Fabiana saiu bastante desanimada da arena de competição: "Não quero colocar culpa em ninguém, não sei se o barco estava nervoso, ou o que foi. Havia muita marola, mas isso tinha para todo mundo. Paramos três vezes. Não tem desculpa, é frustrante", declarou na época.

Ela contou com a ajuda de seu namorado, Gibran Cunha, veterano de seleção, para se reerguer e chegar aos Jogos Olímpicos de Pequim e tentar uma nova sorte em uma competição internacional. Agora, ao lado de Anderson Nocetti, ela é a única veterana da seleção, que forma em 2008 a equipe brasileira mais numerosa nas Olimpíadas, ao lado dos Jogos de 1932 e 1936.

THIAGO ALMEIDA

Data de nascimento: 14/01/1980
Local de nascimento: Cariacica (ES)
Residência: Rio de Janeiro (RJ)
Peso e altura: 70kg / 1,69m
Prova: Skiff duplo leve
Participação em Olimpíadas: Estreante

"Dos meus amigos, acho que só dois sobreviveram e se não fosse o remo não sei o que ia ser".

A afirmação acima de Thiago Almeida, ou Capixaba, como é conhecido, mostra como foi seu início no remo: quase obrigado pela mãe. Thiago estava passando muito tempo na rua e o fato não agradava a sua família que, por indicação de uma amiga, conseguiu uma bolsa para o filho aprender a remar.

Mas, no início, Capixaba não queria. "Eu não gostava. A rua é muito legal. O esporte é bom, mas demora até conhecer isso", conta. E como não conseguia convencer o filho, a via mais fácil foi a das ameaças. "Minha mãe pegou uma vara de goiabeira e me ameaçou, aí então eu fui".

E desde então não parou mais. Com um mês, o técnico lhe pediu que remasse em uma regata e, dali a um mês, se vencesse, receberia uma bicicleta. Dito e feito. Foi então que Thiago percebeu que valia a pena trocar a vida da rua pela do remo.

Em 1999, ele recebeu o primeiro convite para competir no Rio de Janeiro, mas recusou por já estar empregado. Continuou no Espírito Santo e foi aconselhado pelo técnico a fazer uma faculdade. Então, entrou em educação física, curso que já concluiu.

Depois disso, Almeida resolveu se estabelecer no Rio de Janeiro. Logo, o atleta já estava com a vaga garantida na seleção brasileira. Mas, de acordo com ele não foram só os treinos que o fizeram conquistar a vaga. O remador tinha um uniforme, uma meia e uma cueca da sorte.

Um mês após perder a medalha de bronze no Pan por 0s04, ele deixou o quatro sem timoneiro leve e seguiu outro rumo. Começou a parceria com o veterano xará Thiago Gomes e treinou firme para o Pré-Olímpico de novembro. Mesmo com o pouco tempo da dupla, a vaga para os Jogos de Pequim veio e o sonho olímpico tornou-se realidade.

O desfecho na Grécia, porém, não foi o esperado. Isso porque Thiago e seu parceiro na época, José Carlos Sobral Júnior, no skiff duplo, foram pior do que imaginavam. Os brasileiros, que esperavam chegar à final B, ficando entre os doze melhores do mundo, não conseguiram nem mesmo alcançar a final C, ficando em 19º, atrás de duplas de Hong Kong e Uzbequistão.

Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, outra decepção. Apesar de ter a melhor expectativa possível de apagar a experiência de Atenas, ele amargou o quarto lugar, atrás da dupla chilena, que terminou com o bronze.

A preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim já começou tortuosa. Seu parceiro oficial, Sobral Júnior, optou pela aposentadoria logo depois de se casar e desistiu do sonho olímpico. O remador, então, se juntou a Thiago Almeida em setembro, dois meses antes do Pré-Olímpico. A nova dupla se acertou rápido e garantiu a vaga para a China.

Os altos e baixos da carreira de Gomes não se comparam com o trauma que ele sofreu há alguns anos. Em 2001, por conta de um acidente de moto, o atleta sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas nos dois braços.

A recuperação não foi rápida. Foram várias cirurgias, além de problemas que Gomes teve que enfrentar até estar plenamente pronto para as disputas. Somente em 2002 que ele conseguiu voltar a competir. Dessa época, ele lembra com carinho do grande apoio que teve do amigo Sobral.

PARQUE OLÍMPICO DE REMO E CANOAGEM DE SHUNYI

Cidade: Pequim
Região: Mapo Village
Capacidade: 37 mil
Modalidades: canoagem, natação, remo
Inauguração: 28/07/2007

O Parque Olímpico de Remo e Canoagem de Shunyi foi uma das primeiras obras a serem entregues para a Olimpíada de Pequim. A sede foi concluída em julho de 2007, dois anos depois de ser iniciada.

Com a rapidez, o local recebeu três competições um ano antes dos Jogos, com o Mundial Júnior de Remo e eventos de canoagem slalom e de velocidade, quando algumas das sedes ainda estavam em construção.

No total, 32 medalhas de ouro serão entregues no local, que abrigará três modalidades: remo, canoagem e natação (maratona aquática).

A capacidade do Parque Olímpico de Remo e Canoagem de Shunyi é de 37 mil lugares, sendo 1,2 mil assentos permanentes, 25,8 mil assentos provisórios e 10 mil lugares em pé.

A raia do Parque Olímpico de Shunyi ocupa 6,35 milhões de metros quadrados, enquanto a área verde ao redor tem 5,8 milhões de metros quadrados. O local é o único do mundo que pode receber provas de elite tanto na categoria slalom quanto na de velocidade.

"Estou extremamente feliz por essa convocação. Mesmo já participado de duas Paraolimpíadas, essa convocação veio coroar todo o empenho e dedicação não só minha mas de toda uma equipe que se faz presente em meus treinamentos. Agora é continuar o treinamento e tentar representar da melhor forma possivel o Brasil em mais uma Paraolimpíada."

Mauro Brasil é nadador do Vasco desde 2005, e, como atleta do clube, conquistou 2 medalhas de ouro e 1 de prata nos Jogos Parapan-Americanos Rio 2007.