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CAPÍTULO VI - EXPRESSO DA VITÓRIA ARRASA O NACIONAL URUGUAIO COM ATUAÇÃO DE GALA

Se o Vasco já não era considerado um dos favoritos, depois do encontro inicial é que ficou mesmo afastado dos primeiros lugares nas casas de aposta. Contra o Nacional de Montevidéu, seu próximo compromisso, ninguém esperava muita coisa. No entanto, era nessas horas que o Expresso costumava crescer. E não deu outra: foi uma soberba atuação a do campeão carioca invicto, no mesmo dia em que o River Plate destruía o Emelec por 4 a 0 em sua estréia.

A partida começou em ritmo veloz e emocionante. Ademir, com um pelotaço, marcou seu primeiro gol na volta ao clube. E em grande estilo. Os uruguaios partiram para a reação e conheceram Barbosa, que com defesas magníficas garantiria o resultado. Porém, com pouco mais da metade do primeiro tempo jogado, Gómez conseguiu finalmente vencer o arqueiro vascaíno, arrancando o empate para seu time. Em seguida, Rafagnelli salvou o Vasco em nova conclusão de Gómez, após belo passe de Garcia. No finzinho deste período, Friaça cobrou falta, a bola desviou em um defensor, chegando até mesmo a ultrapassar a linha de gol. Mas o tento não foi confirmado pela tendenciosa arbitragem.

Parece que o lance despertou a fúria dos vascaínos que no segundo tempo pareciam o Expresso do ano anterior, aquele que atropelava impiedosamente todo e qualquer adversário, sem saber de quem se tratava. O time começou de maneira fulminante e o quadro de São Januário acabou dominando inteiramente a partida nesta altura. Ademir torce o tornozelo direito e é obrigado a abandonar o campo, dando lugar a Ismael. Após bela jogada trabalhada por toda a linha dianteira, Maneca marcou o segundo gol. Dois minutos depois, Danilo deixou o dele. Este gol desnorteou inteiramente o escrete uruguaio. O Vasco não aliviou e fez o quarto no minuto final, em bela jogada individual de Friaça. Foi um verdadeiro chocolate de 4 a 1 nos gringos!

Terminada a terceira rodada, Vasco e River Plate eram as duas únicas equipes que ainda não haviam perdido pontos. Por já haver cumprido duas partidas, o Vasco figurava no topo da tabela com quatro pontos ganhos, seguido pelo River com dois. O Nacional também somava dois pontos, mas em dois jogos disputados.

A nota triste da bela campanha que o Vasco cumpria até então foi a séria contusão de Ademir, que, por causa da entorse no tornozelo direito, que mais tarde descobriu-se tratar-se de uma fratura, não voltaria mais a campo na competição.

VASCO 4 X 1 NACIONAL-URU

Data: Quarta-feira, 18 de fevereiro de 1948.
Estádio: Nacional (Santiago, Chile).
Hora: 22 horas (local) - 23 horas (Rio).

Árbitro: Higino Madrid (CHI).

Público: 45.000 pagantes.

Gols: Ademir 11'/1ºT (VAS), Wálter Gómez 25'/1ºT (NAC), Maneca 23’/2ºT (VAS), Danilo 25'/2ºT (VAS), Friaça 44'/2ºT (VAS).

VASCO: Barbosa, Wilson e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir (Ismael 18'/2ºT) e Chico.

NACIONAL-URU: Paz, Raul Pini e Tejera; Gambetta (Talba 27'/2ºT), Rodolfo Pini e Cajiga; Castro, Wálter Gómez, Marin, José Garcia e Orlandi.

Djalma, Maneca, Friaça, Ademir e Chico: a formação inicial do ataque na partida contra os uruguaios.

Primeira página do Jornal dos Sports do dia seguinte: "Vitória! Soberbo feito do Vasco sobre o Nacional".