NETVASCO - 04/03/2008 - TER - 03:45 - ESPECIAL 1948: CAPÍTULO II - VASCO, REPRESENTANTE DO BRASIL
De 3 a 14 de março, a NETVASCO publica uma série em dez capítulos sobre os 60 anos do título do Vasco no Campeonato Sul-Americano de 1948. O material foi produzido pelos pesquisadores Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida, ambos vascaínos, e é parte do livro "Um Expresso chamado Vitória", que está em fase final de edição e cujo lançamento está previsto para 21 de agosto deste ano, dia do aniversário de 110 anos do Club de Regatas Vasco da Gama.
Entre em contato com os autores por intermédio do e-mail expressovasco@ig.com.br e garanta já o seu exemplar desta obra obrigatória na biblioteca de qualquer vascaíno. O pagamento antecipado dá direito à entrega do livro em sua residência e a concorrer ao sorteio de uma camisa Retrô 1948 do Vasco.
CAPÍTULO II - VASCO REPRESENTARÁ O BRASIL NO CAMPEONATO SUL-AMERICANO DE CLUBES EM 1948
Foi no dia 18 de dezembro de 1947 que o Vasco recebeu, oficialmente, o convite para disputar o primeiro certame de clubes campeões sul-americanos, torneio que seria jogado nos meses de fevereiro e março do ano seguinte. Curiosamente a notícia veio trazida por um dirigente do rival rubro-negro, Dario de Melo Pinto, que representava os interesses do Colo Colo no Rio. Através dele, o presidente do clube chileno, Robinson Alvarez Marín, visitou a sede de São Januário, na intenção de acertar a participação do campeão carioca invicto da temporada em tão portentoso campeonato. Nada mais justo do que chamar o clube que, além de ser o bicho-papão de títulos na capital federal, era a base da seleção carioca, tricampeã do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1943/44/46 (a competição não fora realizada em 1945 e 1947). Nenhuma outra agremiação brasileira merecia mais esse convite do que o Club de Regatas Vasco da Gama.
No dia seguinte, o presidente vascaíno, Cyro Aranha, disse sim ao chileno, aceitando as condições que lhe foram oferecidas: cinqüenta mil cruzeiros por cada jogo. Por uma solicitação do clube, a delegação, que inicialmente seria composta por apenas 23 pessoas, poderia ter mais três integrantes em sua comitiva.
Além do Vasco e do organizador do evento - também campeão da temporada, fariam parte da competição mais cinco clubes: o Nacional, campeão uruguaio de 1947; o Municipal, vice-campeão peruano do mesmo ano; o Litoral, campeão de La Paz; o equatoriano Emelec, convidado pelo anfitrião; e o River Plate, conhecido por sua famosa La Maquina, bicampeã argentina em 1941/42, campeã em 1945 e novamente em 1947.
A importância do torneio fica evidente pelo fato de que todas essas equipes formavam as bases de suas respectivas seleções nacionais. Inclusive o convite feito ao clube equatoriano aconteceu depois de o Emelec ter representado a seleção de seu país no Sul-americano Extra em 1947, realizado no próprio Equador, do qual o Brasil ficou de fora.
Sem dúvida alguma esta seria a maior competição de clubes no mundo que se realizaria até então. Torneio este que deu origem tanto à Copa Libertadores, quanto serviu de inspiração para que fosse criada a Liga dos Campeões da Europa, sete anos mais tarde. Um verdadeiro marco na história do futebol mundial.
O TORNEIO
O I Campeonato Sul-americano de Campeões tinha um regulamento bem simples: todos os sete clubes se enfrentariam em um turno único e quem somasse mais pontos seria declarado campeão. No caso de empate entre duas ou mais equipes, todas elas seriam consideradas vencedoras. Todas as partidas seriam jogadas no Estádio Nacional, em Santiago, capital chilena. Com exceção do jogo de abertura (Colo Colo x Emelec), seriam disputadas sempre rodadas duplas. O início da competição estava previsto para o dia 11 de fevereiro e a rodada derradeira para o dia 14 de março.
GALERIA
Capa da revista oficial da competição: "1º Campeonato Sul-Americano de Campeões"
Seleção Carioca em 1944, com quatro vascaínos no time. Em pé: Biguá, Augusto, Batatais, Danilo, Mundinho e Jayme; Pedro Amorim, Lelé, Isaías, Jair e Djalma. Foto tirada no dia do 1º jogo da decisão do Brasileiro de Seleções contra os paulistas, em São Januário, no dia 3 de dezembro de 1944. Neste dia, houve empate por 1 a 1. Mais dois atletas iriam posteriormente se juntar ao Expresso: Augusto e Danilo.
Seleção Carioca tricampeã em 1946, com cinco jogadores do Gigante da Colina. Em pé: Johnson (massagista), Luiz Borracha, Ely, Augusto, Jorge, Danilo e Haroldo; Pedro Amorim, Maneco, Heleno, Ademir e Chico. Foto da partida final do Brasileiro de Seleções, em 16 de março de 1947, estádio do Vasco: vitória dos cariocas sobre os paulistas por 4 a 1.
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Sobre os autores
ALEXANDRE MESQUITA nasceu em 7 de maio de 1970, pouco antes do tricampeonato mundial. Assíduo freqüentador da Biblioteca Nacional desde 1997, é pesquisador e colecionador de tudo o que se refere ao tema futebol.
JEFFERSON ALMEIDA nasceu em 24 de fevereiro de 1973 e se formou em Jornalismo na PUC-RJ em 1994. É escritor, pesquisador e possui vasto acervo com livros, reportagens e fotos do futebol brasileiro e mundial.
Fonte: NETVASCO |