História
1992-1998

O tricampeonato estadual 1992/93/94

O campeonato estadual invicto de 1992 foi conquistado até com uma certa facilidade, mesmo com o time sentindo a falta de Bebeto, vendido antes do início da competição ao Deportivo La Coruña. No primeiro turno, o Vasco terminou com dois pontos de vantagem, e no segundo, com seis, tendo assegurado o título com duas rodadas de antecedência.

Nos dois anos seguintes, a disputa foi mais dura, e o Vasco teve que decidir contra o Fluminense em ambas as ocasiões: Em 1993, numa melhor de quatro pontos, em que o time estava muito desfalcado mas mesmo assim garantiu o bicampeonato num empate sem gols na partida final, com Bismarck ainda perdendo um pênalti. Em 1994, na última rodada do quadrangular final, novamente venceu o mesmo adversário, que outrora fora sempre tão dificil de superar, por 2 a 0. O fiel da balança estava se invertendo, com o antigo algoz se tornando freguês. O Vasco, que já havia vencido mais uma vez o Flu na partida decisiva da Taça Guanabara com uma goleada de 4 a 1, permaneceu invicto até quatro partidas antes do fim do campeonato, quando sofreu o que viria a ser a sua única derrota numa partida contra o Flamengo, com uma arbitragem muito contestada e os jogadores ainda traumatizados pelo falecimento do jogador Dener num acidente automobilístico dias antes. Dener, uma das grandes revelações do futebol brasileiro, havia sido emprestado ao Vasco pela Portuguesa de Desportos no início do ano.

Infelizmente, quando o Vasco iniciava mais um período de hegemonia no futebol carioca em 1992, este já mostrava os efeitos dos muitos anos de administração do nefasto "Caixa D'Água", da incompetência e falta de caráter dos seus cartolas, num país onde a política do futebol não deixa de ser um reflexo da sociedade em geral. Nenhum jogo do campeonato estadual de 1992 pôde ser disputado no Maracanã interditado, abandonado e caindo aos pedaços. O público pagante diminuia, desanimado não só pelos problemas crônicos de falta de segurança nos estádios, falta de organização do calendário e denúncias de corrupção, mas sobretudo pelo súbito enfraquecimento técnico dos clubes.

A bem da justiça, diga-se que o Vasco, apesar de também ter dilapidado o seu elenco a exemplo dos outros clubes, foi todavia o que continuou a revelar mais talentos, além de realizar contratações significativas. Durante a campanha do tricampeonato, foram revelados jogadores do quilate de Valdir, Edmundo (vendido após ter sido o craque do campeonato de 1992), Carlos Germano, Pimentel, Leandro, Yan e Gian, e contratados Luisinho, Ricardo Rocha e o tragicamente falecido Dener. Assim, o tricampeonato foi a consequência inevitável da diferença de categoria entre a equipe do Vasco e as demais.

Jogadores de aluguel, técnicos "prestigiados"

Depois do tricampeonato estadual, seria lógico que o Vasco partisse para conquistas de alcance maior. Para isto teria que manter o elenco e reforcar o plantel nas posições carentes. No entanto o que se viu foi o oposto: Por um lado o elenco ia sendo dilapidado a precos camaradas; por outro, uma série de jogadores de qualidade duvidosa, para não dizer inúteis, cujos nomes nem vale a pena lembrar aqui, passaram a ser alugados de empresários por quantias relativamente absurdas. Transações certamente vantajosas para os empresários dos jogadores, e sabe lá quem mais, mas prejudiciais ao clube.

Deste modo, não se constituíram em surpresas as campanhas medíocres no campeonato estadual de 1995 - quando o Vasco deveria estar tentando o tetracampeonato - e no estadual de 1996, nem as piores colocações obtidas até então pelo clube na história dos campeonatos brasileiros. Os treinadores, que nestas ocasiões são sempre os bodes expiatórios, passaram a não esquentar lugar em São Januário: foram nada menos de quatro técnicos em 1995 e cinco em 1996. O ano seguinte seria de eleições, a política interna começava a ferver e a torcida fazia protestos contra a administração do clube.

Porém houveram algumas exceções a estas tendências, que fizeram com que o Vasco escapasse deste cenário sinistro, que lembrava um pouco as fases passadas na década de 1960. No meio de tantas péssimas contratações, umas poucas acabaram sendo acertadas. Em 1995, o passe de Juninho, da seleção brasileira de juniores, foi comprado do Sport Recife. Em meio ao campeonato brasileiro de 1996, foi contratado o meia Ramon, eficiente jogador que estava há alguns anos na Europa. Mas a melhor contratação, que devolveu ao Vasco o ídolo que a torcida precisava desde a saída de Valdir para o São Paulo, foi a volta de Edmundo. Depois de continuar se destacando no Palmeiras, ele havia passado duas temporadas muito ruins no Flamengo e no Corinthians. Quase no fim de 1996, com o clube claudicando no campeonato brasileiro, a volta de Edmundo foi concretizada, e ele logo demonstrou do que era capaz ao marcar três gols numa goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo.

Mesmo com Edmundo, o elenco ainda deixava a desejar. Após mais uma campanha medíocre no bagunçado campeonato estadual de 1997, a diretoria concluiu que a única chance de ser reeleita para o importante mandato do centenário do clube seria formar um time forte, capaz de ser um real candidato ao campeonato brasileiro. Consequentemente, as negociatas com empresários de jogadores foram substituídas, pelo menos temporariamente, por contratações responsáveis, ainda que por empréstimo, visando a preencher as posições carentes do time. Outra decisão acertada foi a de interromper o círculo vicioso das trocas sucessivas de técnicos e deixar que o trabalho do técnico pudesse usufruir de continuidade. Como não acontecia há mais de dez anos, finalmente o Vasco atravessaria alguns anos tendo um único técnico, Antônio Lopes.

O terceiro título brasileiro

O Vasco começou sua participação no campeonato brasileiro de 1997 com um elenco reformulado, mas mesmo assim não havia muita gente que lhe atribuísse o mais ligeiro favoritismo. Ainda mais que o clube também teria que disputar em paralelo a Supercopa dos Campeões Sul-Americanos, devido ao reconhecimento oficial, por parte da Confederação Sulamericana, do histórico título do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões de 1948. Mas os reforços que chegavam a São Januário vinham cair como uma luva na equipe, que ia sendo armada na surdina pelo técnico Antonio Lopes. Depois de anos, o Vasco voltava a ter uma equipe guerreira, com uma defesa sólida, um meio campo a um tempo combativo e criativo e um ataque temível.

Estas características não se formaram instantâneamente. No início da competição, faltava entrosamento e padrão de jogo à equipe, além de haver o problema da renovação de contrato do grande goleiro Carlos Germano e uma contusão de lenta recuperação de Juninho. Por isso o Vasco começou perdendo pontos nas duas primeiras partidas. Mas não tardou e a equipe começou a vencer e a subir na tabela de classificação. Vários jogadores se destacavam, a começar pelo goleiro Márcio, que de terceiro reserva passava a suprir brilhantemente o desfalque temporário de Carlos Germano. Odvan e Mauro Galvão se firmaram como parceiros ideais de zaga, onde a vitalidade e simplicidade do primeiro eram um complemento perfeito à experiência e classe do segundo. O lateral esquerdo Felipe, revelação dos juniores, demonstrava muita habilidade e eficiência no apoio. O meio-campo unia a tenacidade de Luisinho e Nasa na marcação à habilidade de Juninho e Ramon na criação de jogadas. No ataque, Evair cumpria com abnegação uma função tática à qual não estava acostumado, de recuar e abrir espaços. Mas o principal fator de desequilíbrio era mesmo Edmundo, que a cada partida parecia mais impossível de ser marcado.

Os adversários faziam de tudo para parar o genial artilheiro. Dentro de campo, eram as provocações para queimar o seu notório pavio curto; fora de campo, a imprensa não perdia uma oportunidade para alardear declarações polêmicas do jogador, ou lembrar, sem motivo, suas antigas rixas com Evair, que havia sido seu parceiro de ataque no Palmeiras. Às vezes as provocações funcionavam, como na partida contra o América de Natal, no Rio Grande do Norte, em que Edmundo acabou expulso e, na saída, muito irritado, declarou que "o Vasco vem jogar na Paraíba e botam um Paraíba para apitar". Depois deste incidente, explorado fora de proporções pela imprensa, Edmundo decidiu não conceder mais entrevistas e declarações. Talvez por isso seu futebol cresceu ainda mais e seu comportamento disciplinar passou a ser muito bom. Enquanto Edmundo ia acumulando gols, o Vasco ia acumulando vitórias, e quem não gostava tinha que engolir.

Numa noite de quarta-feira em São Januário, o Vasco goleou por 6 a 0 ao lanterna Uniao São Joao, com todos os gols marcados por Edmundo, que assim quebrou o recorde do campeonato brasileiro, de maior gols numa única partida, que era de Roberto Dinamite e Ronaldo, empatados, com cinco. Mais além, ele quebraria outro recorde, o de maior artilheiro em um campeonato brasileiro com 29 gols, superando a Reinaldo, que em 1978 havia marcado 28.

Depois de uma inesperada goleada sofrida na Supercopa para o River Plate, em Buenos Aires, por 5 a 1, os jogadores vascaínos passaram a mostrar ainda mais união e determinação no campeonato brasileiro e, ao fim da primeira fase, o Vasco obteve uma sequência categórica de bons resultados que passavam a credenciá-lo aos olhos da torcida como principal candidato ao título. Invicto em jogos no Rio, o time garantiu antecipadamente o primeiro lugar na primeira fase, apresentando a melhor campanha, o melhor ataque, o artilheiro e o melhor jogador do campeonato. A melhor campanha lhe assegurava a vantagem de poder terminar empatado na classificação na fase semifinal para passar a final, e nesta, a vantagem do empate no placar global, o que acabou sendo decisivo.

Dos outros sete clubes classificados para a fase semifinal, o Vasco tinha derrotado a cinco na primeira fase - Internacional, Atletico-MG, Portuguesa, Flamengo e Palmeiras -, empatado com o Juventude e perdido apenas para o Santos. Na fase semifinal, o Vasco continuou demonstrando a sua superioridade. Começou vencendo o Juventude fora de casa. A seguir, empatou em 1 a 1 com o Flamengo, um resultado favorável, levando-se em consideração a vantagem do empate na classificação, mas que foi comemorado pelos adversários como uma vitória. Foi dito que o Vasco havia sido amarrado com um "nó tático" e passaram a relembrar a eliminação do Vasco pelo próprio Flamengo no campeonato brasileiro de 1992. Tudo ilusão de quem no fundo sabia que não tinha time suficiente. Enquanto o Vasco, com uma tremenda pinta de campeão, vencia a perigosa Portuguesa no Maracanã e repetia a dose no Morumbi, o Flamengo perdia bisonhamente para o Juventude em Porto Alegre. Mesmo que o Vasco perdesse a próxima partida para o Flamengo, bastaria uma vitória sobre o Juventude no Maracanã na última rodada para passar à final, independente do resultado de Portuguesa x Flamengo em São Paulo.

Foi nessa situação desesperadora que o Flamengo entrou em campo, com a obrigação de atacar a qualquer custo. O técnico Antônio Lopes então, tranquilamente, posicionou o time para explorar os contra-ataques, e no final não deu outra: Vasco 4 a 1, com três gols e nova atuação de gala de Edmundo, numa aparente repetição do resultado do ano anterior. Com a diferença que, naquela ocasião, ambas equipes já não tinham nenhuma aspiração no campeonato, e nesta, o resultado valia a classificação antecipada do Vasco na final. O terceiro gol de Edmundo, um golaço digno de antologia, foi inclusive o que quebrou o recorde da artilharia dos campeonatos brasileiros.

Depois desta goleada histórica, a torcida vascaína estava de alma tão lavada, que dizia-se (retoricamente) que não era nem preciso o Vasco fazer mais nada no campeonato. E realmente o Vasco não venceu as três partidas que lhe restavam. Mas nem era preciso. Depois do empate do time reserva com o Juventude, só para cumprir tabela, o Vasco chegava a final contra o Palmeiras, o vencedor do outro grupo, com a vantagem da igual diferença de gols, e foi o que aconteceu. A primeira partida, no Morumbi, e a segunda, no Maracanã, foram durissimas mas, com dois empates sem gols, o Vasco conquistou o seu terceiro título brasileiro, com todo o merecimento.

Chegava assim o Vasco ao ano do seu centenário laureado como campeão brasileiro, com uma oportunidade de tentar vencer a Copa Libertadores e sonhar com o Mundial de Clubes em Tóquio. Infelizmente, todavia, sem Edmundo, que deixava o Vasco rumo à Itália, para jogar pela Fiorentina.

As glórias do centenário

Quando começou 1998, ano em que o Vasco comemoraria o centenário da sua fundação, havia uma grande expectativa em relação ao desempenho esportivo do clube, tanto por parte de sua torcida, como das torcidas adversárias. Ainda estava bem fresco na memória dos torcedores cariocas o que havia se passado com um certo clube três anos antes, quando o seu presidente havia prometido "ganhar tudo no centenário". Como se sabe, o que acabou sucedendo foi um total fracasso. Em vez do "ano do centenário", o clube do presidente fanfarrão teve que se contentar com o "ano do sem-ter-nada". Obviamente, o Vasco não queria passar pelo mesmo vexame, e dedicou-se de corpo e alma a estruturar-se para o sucesso, não só no futebol, como em todos os esportes. E, para felicidade geral de milhões de vascaínos, o ano do centenário do clube veio a ser um dos mais vitoriosos de sua história. Em todos os esportes, foram conquistados títulos significativos, entre os quais podemos orgulhosamente destacar o campeonato estadual e Troféu Brasil de remo, o Sul-Americano de basquete, o estadual de handebol, campeonatos estadual e brasileiro de futebol feminino, e, no futebol, as conquistas da Taça Guanabara, Taça Rio, Campeonato Estadual e Copa Libertadores.

Com o objetivo de suprir as ausências de Edmundo e Evair, que haviam deixado a equipe, o Vasco fez contratações de peso para o seu ataque, trazendo Donizete e Luizão, jogadores com passagem pela seleção brasileira. O resto do time continuou sendo a mesma base da campanha do Campeonato Brasileiro de 1997. Para o Estadual de 1998, a disparidade entre a força do Vasco e os demais era tão aparente, que estes não tiveram escrúpulos em recorrer a manobras incríveis para tentar esvaziar a competição e deslustrar o inevitável título vascaíno. Recorreram até à molecagem de não comparecer a campo, sob o pretexto de estarem protestando contra algumas transferências de datas que o Vasco necessitava para evitar colisões com compromissos pelas Copas do Brasil e Libertadores. Naturalmente fingiam que se esqueciam que a confusão do calendário foi culpa deles próprios, que tinham exigido a compressão da tabela do estadual para que pudessem se dedicar exclusivamente ao Torneio Rio-São Paulo. Enfim, o fato é que, as vitórias por WO tornaram a tarefa do Vasco ainda mais fácil, e o clube tratou de conquistar com algumas rodadas de antecedência os títulos da Taça Guanabara e Taça Rio e, consequentemente, do Campeonato Estadual, sem precisar de uma final.

Na Copa do Brasil, o time acabou não conseguindo sua classificação para a final, caindo na semifinal para o Cruzeiro. Porem a atenção de todos voltava-se para a Copa Libertadores. O início da campanha não fora alentador, com o time conquistando apenas um ponto em três partidas fora de casa. Os adversários no grupo eram Guadalajara e América, do México, e o Grêmio. Nas três partidas de volta, todas em São Januário, o Vasco não podia pensar em perder para se classificar. De fato, a classificação foi alçancada com duas vitórias indiscutíveis sobre o Gremio por 3 a 0 e sobre o Guadalajara por 2 a 0, e com o simples empate com o América, na ultima partida, o Vasco se classificou em segundo lugar no grupo. A partir daí, o time embalou na competição e consecutivamente eliminou a Cruzeiro e Grêmio, campeões da Libertadores nos dois anos anteriores, e enfrentaria na semifinal o River Plate, apontado como a melhor equipe do continente e favorito para o título. Foi um confronto de proporções épicas. Após superar a equipe argentina por 1 a 0 em São Januário, o Vasco arrancou um empate em 1 a 1 no Monumental de Nuñez, sob intensa pressão, graças a um golaço de Juninho, que havia entrado como substituto, numa magnífica cobrança de falta de longa distância, faltando oito minutos para o fim da partida. A final seria contra o Barcelona, de Guayaquil, em agosto, exatamente o mês em que as celebrações pelo centenário atingiam o clímax. A primeira partida foi um passeio em São Januário, e o placar de 2 a 0, com gols de Donizete e Luizão, saiu barato para os equatorianos. Mesmo assim, criou-se no Equador um clima de guerra para a segunda partida, e a torcida do Barcelona, até mesmo com uma certa dose de ingenuidade, acreditava que podia superar a vantagem vascaína. Mas na medida em que suas esperanças eram destruídas dentro do campo pelos craques vascaínos, que ao final do primeiro tempo já haviam marcado 2 a 0, novamente por intermédio de Luizão e Donizete, os frustrados equatorianos nas arquibancadas do belíssimo Estádio Monumental de Guayaquil passaram a agredir os torcedores vascaínos presentes. Porém, no final, prevaleceu a alegria dos vascaínos, pois com o resultado final de 2 a 1 podiam comemorar a inédita conquista da Copa Libertadores. Era mais um título sul-americano para o Vasco, numa repetição do que havia acontecido 50 anos antes em Santiago do Chile. Houve uma grande carreata na volta da delegação ao Rio, com milhares de vascaínos desfilando pela cidade, do aeroporto à Zona Sul e terminando em São Januário, a festejar o centenário, a conquista e seus heróis.

Depois disso, a partida em Tóquio contra o campeão europeu, o Real Madrid, valendo o título mundial de clubes, passou a ser a prioridade. A equipe se apresentou no Campeonato Brasileiro com sucessivos desfalques - sendo o mais sério o de Pedrinho, que sofreu uma gravíssima lesão no joelho após uma entrada violenta de um zagueiro do Cruzeiro -, enquanto que, na Copa Mercosul, o Vasco foi representado pelo Expressinho. Em ambas as competições, não conseguiu classificação para as fases decisivas. De qualquer forma, a estratégia previamente traçada era embarcar rumo a Tóquio tão somente terminasse a fase de classificação do Brasileiro, para poder se aclimatar e se acostumar com a diferenca de fuso horário no Japão. Desta maneira, mesmo que tivesse obtido a classificação entre os oito primeiros - e esta só escapou por causa de um empate com o Goiás na última rodada - o Vasco teria que utilizar o Expressinho nas play-offs.

A caminho de Tóquio, o Vasco ainda fez uma escala nos EUA, para um compromisso contra o DC United valendo a Copa Inter-Americana, que anualmente reune os campeões das Copas Libertadores e da Concacaf. Na primeira partida, em Washington, o Vasco venceu por 1 a 0 e a segunda partida se realizaria durante a volta de Tóquio ao Rio. O resultado positivo serviu para aumentar mais a motivação para o confronto contra o Real Madrid. Os vascaínos tinham motivos para estarem confiantes, pois teriam 10 dias para treinar e se condicionar para o confronto, enquanto que o campeão europeu, que chegaria na antevéspera da partida, vinha cumprindo uma campanha de altos e baixos no campeonato espanhol, exibindo a cada jogo pontos vulneráveis na sua defesa. Lamentavelmente, quando a bola rolou, a equipe cruzmaltina não soube impor um estilo de jogo ofensivo, que explorasse as deficiências da zaga adversária, e concedeu a iniciativa da partida aos espanhois. Passou o primeiro tempo sendo sufocada pelo adversário e acabou tomando um gol contra numa cabeçada de extrema infelicidade do cabeça-de-área Nasa. A reação parecia estar a caminho no segundo tempo, quando o Vasco equilibrou a partida, alcançou o empate num gol de Juninho, e partiu para cima do Real Madrid. Esteve a ponto de marcar, porem acabou tomando o segundo gol num contra-ataque, e não teve mais tempo para se recuperar. A perda do título mundial abateu os jogadores e, quatro dias depois, um Vasco apático foi derrotado pelo DC United por 2 a 0 em Fort Lauderdale, consequentemente deixando de ganhar também a Copa Inter-Americana. Uma conclusão triste, que os vascaínos não mereciam, de um ano que até então havia lhes sido tão generoso em alegrias.