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NETVASCO - 29/09/2007 - 22:36 - Técnica fala mais sobre início da carreira de Marta no Vasco

Os dribles espetaculares e o talento genial não são suas únicas semelhanças com Pelé, uma comparação inevitável depois de suas belas atuações no Mundial da China. Assim como o Rei do Futebol — que teve passagem pelo Vasco aos 17 anos, em 1957 —, Marta esteve no Clube da Colina no começo da carreira. Foi lá, aos 14 anos, que ela começou a despontar nos gramados até se tornar a melhor do mundo e reinar absoluta entre as mulheres do futebol mundial.

“Falar da Marta é como falar do Pelé. É até repetitivo. Ela está para o futebol feminino como o Pelé está para o masculino”, compara Renê Simões, técnico da craque nos Jogos de Atenas (2004).

O caminho até se tornar uma ‘rainha’ no futebol começou no CSA, de Alagoas, e continuou no Vasco, aos 14 anos. Um talento que encantou quem conviveu com ela no Rio, como a técnica Helena Pacheco, que trabalhou 11 anos no Vasco, até 2001. Foi num campo na Ilha do Governador, em 2000, que ela teve seu primeiro encontro com Marta, recém-chegada de Dois Riachos (AL).

“Lembro do dia em que a conheci. Ela não tirava o olho da bola. Como ela não havia levado roupa, ficou de treinar no dia seguinte. Mas, na mesma hora, disse para o meu auxiliar: ‘Essa menina tem cara de quem joga bola’. Ele estranhou, porque eu nem a tinha visto jogar”, recorda Helena. No dia seguinte, a comprovação: “Quando ela pegou a bola, virou uma gigante”, conta a técnica.

A coragem da jovem jogadora numa cidade nova também impressionou. “Ela morou sozinha no Vasco. Tinha apenas 14 anos no meio de outras meninas mais velhas. Mas ela sempre teve personalidade forte e sabia se impor, a ponto de dizer que não queria dividir quarto com uma ou outra jogadora”, recorda a treinadora.

Na China, Marta também lembrou com carinho da chegada ao Rio e ao Vasco: “Viajei três dias de ônibus. Mais de 1.500 quilômetros. Ficaram impressionados com a habilidade com que driblava e dominava a bola. Então, o clube me contratou e pagou todos os meus gastos”.

Seu primeiro torneio no Vasco foi a Copa Amizade, no salão, em 2000, em Valença. “A final foi contra um time espanhol, e o jogo estava 2 a 2. No fim, decidimos arriscar e a colocamos em quadra. O primeiro chute que ela deu foi na trave, e o segundo entrou.

Como havia gol de ouro, o jogo acabou ali”, conta Helena.

Seu talento continuou fazendo a diferença. Tanto que, em 2001, Marta disputou um Brasileiro juvenil e foi artilheira da competição.

O tempo passou, o Vasco pôs fim ao time feminino e a atacante seguiu novos rumos pelo País. Sempre na Seleção, foi convidada para atuar no Ümea, da Suécia, e se tornou a melhor do mundo. Uma história que todo mundo conhece e que Renê e Helena acompanham com orgulho. Na casa da técnica, a carteirinha de Marta na Federação de Futebol do Rio de Janeiro é guardada como relíquia, assim como a camisa 10 autografada pela atacante, com a dedicatória: ‘Com carinho, da jogadora que te adora muito, Marta’.

Histórias curiosas da craque

A cena, curiosa, é citada no livro de Renê Simões ‘O Dia em que as Mulheres Viraram a Cabeça dos Homens’, em que relata os seis meses de sua experiência no comando da Seleção feminina de futebol, que conquistou a medalha de prata nos Jogos de Atenas (2004).

“Uma dia, na Olimpíada, vi a Marta lavando as roupas íntimas de todas as jogadoras no quarto dela, porque as meninas não queriam levar essas peças para a lavanderia da Vila”, conta Renê.

Quando assumiu o comando do time, ele encontrou um grupo desacreditado e tratou de elevar a auto-estima das jogadoras. “A Marta era rotulada como sendo intratável, mas ela é um doce. Ela chegou muito novinha e, às vezes, reagia às cobranças. Mas, se você cutuca um gato num canto, ele reage. É diferente de você dar carinho para o gato”, conta o treinador, atualmente no comando do Coritiba.

Em seis meses, Renê viu o grupo se unir e mudar sua imagem. “Antes, davam a elas um espelho muito sujo. Elas tinham uma auto-estima baixa. Limpamos o espelho, e elas se viram bonitas, vaidosas”, compara ele.

A vitória sobre os Estados Unidos nas semifinais do Mundial da China foi acompanhada de forma emocionada pelo treinador, que viu o triunfo sobre as americanas escapar na final de Atenas, na prorrogação.

“Já havia escrito no meu livro que meu grande sonho era jogar de novo contra os Estados Unidos. Essa vitória poderia ter acontecido na Olimpíada”, completa Renê, que hoje, diante da Alemanha, estará novamente na torcida pelas mulheres que “viraram sua cabeça”.

Fonte: O Dia

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