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Jorginho, ex-Vasco, hoje no Figueirense, quer treinar time do Rio


Sábado, 05/11/2011 - 08:24

Depois de duas experiências no comando de América do Rio e Goiás, Jorginho começa a mostrar serviço à frente do Figueirense. O adversário deste sábado do Botafogo chega à 33ª rodada do Brasileiro sonhando com uma vaga inédita na Libertadores. A renovação do contrato, que termina em dezembro, depende dos resultados. Mas Jorginho, que tem uma bela história como lateral no Flamengo, além de passagens por Vasco e Fluminense, já deixa escapar o desejo de dirigir um grande do Rio.

MARCA BRASILH: Quais os pontos fortes do Botafogo?

Jorginho: É uma equipe perigosa, certinha. Não faz grandes partidas, mas mantém uma média excelente. Contratou bem. Trouxe o Renato da Espanha e ainda o Elkeson e o Cortês. Loco já é conhecido. Maicosuel vem muito bem.

MBH: Como explicar o sucesso dos cariocas em 2011?

J: Com o planejamento a longo prazo. Antes, qualquer mau resultado mudava tudo. Hoje, não. O Fla manteve o Vanderlei. O Flu trouxe o Abel. O Vasco começou o ano muito mal, mas se acertou com o Ricardo. As contratações também são mais inteligentes.

MBH: Com os cariocas em alta, não dá vontade de dirigir um grande do Rio?

J: Cedo ou tarde, isso vai acontecer. Se não for no ano que vem, será no outro, ou no seguinte. Pelo meu trabalho, por conhecer muito bem o futebol carioca, tem tudo a ver.

MBH: O Figueirense tem prioridade para 2012?

J: Decidimos conversar no fim do mês, quando saberemos se estaremos na Libertadores.

MBH: O Figueira precisaria de muitos reforços?

J: Temos a situação mapeada. Com a boa campanha, está todo mundo de olho e devemos perder atletas. Hoje, temos só 23 profissionais e completamos o grupo com juniores. Temos que contratar, sim.

MBH: Adaptado a Floripa?

J: É fácil para um carioca se adaptar à Floripa. Adoro praia e mar. É uma cidade alegre e ao mesmo tempo organizada. Também tem violência, mas muito menos do que no Rio.

MBH: O que você aprendeu na Seleção?

J: O trabalho foi muito bom. Claro que ficou a frustração, pois o objetivo era o título. Mas a gente perdeu no campo. Às vezes, é mais difícil se proteger das elogios do que das críticas.

MBH: Você não acha que faltaram Ganso e Neymar?

J: Ganso estava na pré-lista de 30 nomes. Foram dois jogadores que surgiram em 2010. Dunga tinha decidido que só levaria quem tivesse sido testado, e eles não foram. Neymar ainda estava muito cru em 2010.

MBH: Como avalia o trabalho do Mano Menezes?

J: Teve um início muito bom, trazendo jogadores como Lucas e Neymar. Kaká está voltando a jogar bem. Ronaldinho também voltou. Agora é trabalhar. Não ganhou de grandes adversários, mas isso é questão de tempo. Não disputar Eliminatórias é muito ruim. As Eliminatórias são duras, mas te capacitam para suportar a pressão e ajudam a armar o time.

MBH: Sonha voltar à Seleção como técnico?

J: Sonho um dia. É um objetivo, sim. Não tenha dúvida. Quatro anos de Seleção não foram por acaso. Um dia, a minha geração vai chegar lá.

MBH: O caminho até a Seleção passa pela Europa?

J: Tenho vontade de trabalhar no Japão ou na Alemanha. Cheguei a ser sondado pelo Colônia, quando eles estavam mal na tabela do Alemão.

MBH: Acha que o Brasil está no caminho certo para organizar a Copa de 2014?

J: Tive a oportunidade de estar na África do Sul algumas vezes antes da Copa das Confederações, e eles estavam muito mais adiantados do que nós com relação a estádios e aeroportos. Temos uma cultura de deixar tudo para a última hora. Vamos ter dificuldades, mas, no fim, vai dar tudo certo. Eu me preocupo muito mais com os estádios que estão sendo construídos em cidades que não têm time nem na Série B, como Manaus e Cuiabá. O que será deles depois do Mundial?

MBH: Longe do Rio, dá para ficar de olho no Instituto Bola Pra Frente?

J: Claro que dá! O programa tem vida própria, com pessoas que o tocam com muita competência. Levamos esporte, cultura e qualificação profissional a 900 crianças de 6 a 17 anos em Guadalupe. É a maior alegria da minha vida!

Fonte: Marca Brasil