O torcedor grená que foi ao Salvador Costa no último sábado para assistir ao jogo contra o Vitória-ES, pela semifinal da Copa Espírito Santo, pôde ver uma cara nova na lateral-esquerda do time. Bem na partida, nem parecia que Reinan, de 19 anos, não iniciava uma partida há praticamente um ano. Baiano de Capim Grosso, o garoto foi parar cedo na base do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, mas como muito jovens, teve problemas contratuais em relação com empresários e deixou a equipe carioca, quando pensou até em desistir do futebol.
- Fiquei na base durante um ano lá (no Vasco), mas tive problemas com contrato, empresário querendo algo melhor, foi atrasando, não dando certo. Fiquei um pouco chateado porque eles fizeram uma proposta para eu assinar contrato de três anos, mas isso acabou se alongando, aconteceram algumas coisas, e eu acabei saindo. Fiquei uns seis meses parado, pensando em desistir do futebol, mas minha família me apoiou bastante e graças a Deus voltei a jogar e estou recomeçando - conta.
Para chegar do futebol do Espírito Santo, o lateral Reinan revela que teve a ajuda da diretoria vascaína, que o procurou e colocou ele em contato com um empresário que o trouxe para um time capixaba. No entanto, este primeiro time não foi a Desportiva, e sim o Espírito Santo de Colatina, onde ficou pouco tempo até parar no Engenheiro Araripe.
- O Teixeira (dirigente vascaíno) me ligou, perguntou como eu estava, falei que estava só treinando e ele me falou que teria um empresário que poderia arrumar alguma coisa para mim. Aí fui para o Espírito Santo de Colatina, mas acabou que o treinador disse que não ia me aproveitar e eu vim para a Desportiva - recorda.
O jogador desembarcou em Cariacica aproximadamente um mês antes do início da Copa Espírito Santo e foi incorporado ao elenco grená. Porém, somente com a chegada do técnico Mauro Soares, no meio da Copa Espírito Santo, o jogador passou a ser cogitado para ser titular. A estreia veio logo em um jogo decisivo, na semifinal da Copinha contra o Vitória, mas em sua avaliação, Reinan acredita ter feito um bom papel.
- Acho que fui bem, depois de um ano sem atuar, né? Pessoal chegou para mim e disse ainda: 'agora é a prova de fogo, você vai jogar uma decisão, contra um time muito forte, que é o Vitória". Mas acredito que fui bem, faltou um pouco de ritmo de jogo, mas isso daí na semana eu to trabalhando para pegar e ajudar mais a equipe. Estou muito feliz de estar de titular, respeitando o meu colega de trabalho, mas o Mauro optou por mim e eu tenho que dar conta do recado - afirma.
Mesmo com a vantagem de poder perder por até um gol de diferença na segunda partida do confronto, no Araripe, o lateral não quer saber do clima de 'já ganhou'. Segundo Reinan, todos no grupo estão cientes de que terão que jogar muito para avançar à final da Copinha.
- O nosso pensamento é de jogar como se tivesse 0 a 0. Não tem nada definido ainda, a equipe está muito consciente de que tem que entrar para ganhar, com a determinação, com garra, com vontade. Porque sabe como é, jogo é jogo, lá nós tivemos a oportunidade de fazer um gol, mas sofremos um pouco no segundo tempo. Temos que entrar para jogar e vencer.
Desportiva Ferroviária e Vitória fazem o segundo jogo da semifinal no próximo domingo, às 10h, no estádio Engenheiro Araripe. Como tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais, por ter feito melhor campanha na primeira fase, os grenás podem perder até por um gol de diferença que estarão na decisão. Já o Alvianil precisa de vencer por dois ou mais gols de diferença se quiserem se manter na luta pelo tricampeonato da Copinha.
Fonte: GloboEsporte.com