Uma faixa preta do lado esquerdo do peito, na cruz de malta, representará o luto de todos os vascaínos pela morte de Pai Santana. Nesta quarta-feira, às 21h50, diante do Universitario (PER), em Lima, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, a equipe cruz-maltina entrará em campo com a missão de fazer uma justa homenagem ao ex-massagista e folclórico personagem, que marcou História em São Januário e tanto contribuiu para grandes conquistas de outrora.
As rezas, trabalhos espirituais e até o beijo na bandeira estendida no gramado externavam o amor dele pelo Vasco. Figura carismática e muito querido na Colina, Santana, que morreu na última terça-feira aos 77 anos, muitas vezes, foi considerado um 12 jogador e tido como peça mais do que essencial para que o cruz-maltino levantasse mais uma taça.
Não à toa que, mesmo sem ter feito um gol decisivo ou uma grande defesa, tornou-se ídolo da torcida, tendo seu nome entoado em canções das arquibancadas e rosto estampado em bandeiras e camisas. E esses vascaínos esperam que as boas vibrações do “amuleto eterno” estejam com o elenco na capital peruana para que mais um passo rumo à conquista da Sul-Americana seja dado.
Ao que tudo indica, a tristeza que tomou conta de São Januário na última terça-feira, ao amanhecer, se tornará mais um fator de motivação para um novo um triunfo internacional, que fará as lágrimas serem de alegria.
– Ficamos todos sentidos, pelos serviços prestados em toda sua vida e pelo o que ele representa na História do Vasco. Mesmo do jeito que ele estava, nos fez uma visita este ano – afirmou o técnico Cristovão Borges.
COM A PALAVRA
Roberto Dinamite
Presidente do Vasco
Gostavam mais dele do que dos jogadores
"Não tem pessoa no mundo que fale algo de ruim do Santana. Isso é algo notável, nos faz pensar na vida. Acho que fui o jogador que mais conviveu fora do clube com ele. Qualquer homenagem que planejarmos será muito pequena. Ele tem um espaço dentro do clube.
Quando viajávamos, entrava com o fraque, bandeira do Vasco e ia para o campo. A torcida gostava mais dele do que dos jogadores. Realmente, estava acima em relação à identificação com o Vasco."
COM A PALAVRA
Carlão
Massagista do Vasco e amigo de Pai Santana
Ele quebrou a garrafa na cabeça do almirante
"Na década de 90, antes das conquistas, o Vasco não conseguia ganhar títulos, e eu disse que o culpado era o almirante (busto que fica na entrada social do clube). Disse que o almirante não podia mais beber uísque, que isso estava trazendo má sorte para o clube. No outro dia, Santana chegou com uma garrafa de cachaça e quebrou na cabeça do almirante. No lado profissional, foi o precursor e a pessoa que moralizou a profissão de massagista."
PAI SANTANA 'CONTRIBUIU' PARA COPA DO BRASIL
Em 30 de maio deste ano, dia anterior ao primeiro jogo da fina da Copa do Brasil, Pai Santana recebeu o LANCENET! em sua casa e, mesmo com limitações, fez questão de mostrar todo o amor e ligação que ainda tinha com o Vasco.
Na visita, o ex-massagista repetiu o antigo gesto do beijo na bandeira, afirmou que estava torcendo muito pelo título, até então inédito na Colina, e se mostrou confiante na equipe comandada pelo técnico Ricardo Gomes.
Capa do diário Lance! de 02/11/2011 homenageando o Pai Santana
Fonte: Lance