Um dos jogadores mais vitoriosos do futebol brasileiro, o meia Ramon, hoje no Joinville, chegou a mais uma conquista no dia 17 de outubro, quando seu time conseguiu o acesso à Série B. Com 39 anos de idade, 22 dedicados de forma profissional ao esporte, o meia tem 12 clubes no currículo e 14 títulos. Segundo ele, o mais marcante de sua carreira foi o Vasco. Entretanto, faltou a "cereja no bolo" para a alegria ser completa em São Januário: o Mundial.
- Foi o Vasco, principalmente pelo fato de ter conquistado muitos títulos lá. Ganhei Brasileiro, Estadual, Rio-São Paulo e Libertadores. Para quem fez parte daquele processo, faltou um Mundial. Batemos na trave duas vezes. Ficou aquele gostinho de algo mais, a gente sabe que podia ter conseguido aquele título. Tivemos uma chance com o Real (Madrid) e depois com o Corinthians, mas sem dúvida a Libertadores foi muito especial e importantíssima - avaliou.
Embora eleja o Cruz-Maltino como o clube mais especial de sua carreira, Ramon menciona praticamente todos os que defendeu. Ele, contudo, destina a maior parte de seus comentários ao Vitória, clube no qual escreveu uma história maravilhosa. Até apelido ganhou em Salvador: o Reizinho da Toca.
- O Vitória me projetou para o cenário mundial (entre 1994 e 1995), acabei indo para o Bayer Leverkusen. Em 2008, voltei para o Vitória novamente e fomos tricampeões baianos. Tenho muito carinho por eles. Sou o maior artilheiro da história do Barradão (com 44 gols). Na final do Baiano de 2009, fiz dois no primeiro Ba-Vi (o Vitória triunfou por 2 a 1) e outro no último (2 a 2). Mas no Fluminense tive uma passagem de três meses em 2001 e foi maravilhoso. Fui para a Seleção vestindo a camisa do Fluminense. No Atlético-MG, fui ídolo, marquei o gol do título mineiro de 2000 e por pouco não fomos para a final do Brasileiro de 2001. Também sou muito grato ao Cruzeiro, que me projetou no cenário nacional e onde fiz minha base - enumerou.
Em relação a um jogo específico que considere ter arrebentado, o sempre educado e humilde Ramon foge às suas características e se gaba. Até gol pela Seleção, numa derrota para a França por 2 a 1, ele cita.
- Ah, são muitos. O que não falta é história (risos). Talvez eu seja o jogador que mais tem gols em Ba-Vis. No Atlético, fiz gol de título contra o Cruzeiro. Marquei um gol pela Seleção contra a França. Em 2002, pelo Vasco, foram 15 gols em 17 jogos. Individualmente foi um ano fantástico. Pena que não nos classificamos entre os oito, pois teríamos mais partidas para jogar. Mesmo assim fiquei com apenas quatro gols a menos do que o artilheiro (Rodrigo Fabri, do Grêmio, e Luis Fabiano, do São Paulo). Se o Vasco tivesse passado, era capaz de eu terminar como o artilheiro daquele Brasileiro.
Nascido em Contagem, cidade situada na região central de Minas Gerais, Ramon mostra-se preocupado com a situação do trio mineiro no Brasileiro 2011. Perguntado para qual time torcia em sua infância, Ramon não faz cerimônia.
- Eu era atleticano. Acabou que fui revelado pelo Cruzeiro (risos). Gosto dos dois e também do América. O Atlético já vem assim há alguns anos, mas o Cruzeiro realmente é uma surpresa. Sempre entra para ser campeão, mas mudou e perdeu muitos jogadores. Torço muito para que nenhum dos dois caia, é importante para Minas.
Como ele mesmo disse, "história não falta" para Ramon, mas se engana quem pensa que sua carreira esteja perto de um capítulo final. Ele garante estar feliz demais no Joinville e trata o acesso à Série B como um título.
- Tenho mais um ano de contrato, com muita saúde e me sentindo muito bem. Sempre me cuidei muito. Então não vou fazer uma previsão, não. Estou muito feliz no Joinville, e subir para a Série B é motivo de muita satisfação para mim. Foi um feito importante para o clube, torcedores, dirigentes, jogadores e cidade. Temos uma torcida forte, jogadores fortes, e fizemos com que as coisas acontecessem.
Nesta segunda-feira, o Joinville conquistou uma vaga na decisão da Série C. Uma vitória do Brasiliense sobre o Ipatinga permitiu isso, já que o time mineiro não pode alcançar mais o JEC na tabela do Grupo F. Depois de pouco participar da segunda fase do torneio, Ramon objetiva chegar bem para as finais.
- Tive problemas musculares na coxa direita e na esquerda. A recuperação foi difícil. Voltava e sentia de novo. Agora estou zerado, sinto-me muito bem e vou fazer de tudo para jogar as finais - encerrou.
Clube - Títulos
Cruzeiro - Mineiro (1990), Supercopa da Libertadores (1991 e 1992) e Copa do Brasil (1993)
Vitória - Baiano (1995, 2008, 2009 e 2010)
Vasco - Brasileiro (1997), Carioca (1998), Libertadores (1998) e Rio-São Paulo (1999)
Atlético-MG - Mineiro (2000)
Joinville - Copa Santa Catarina (2011)
Fonte: GloboEsporte.com