A orquestra está afinada, mais até do que na conquista do título brasileiro de 1997. Quem garante é o maestro Felipe, que, em entrevista ao Jogo Extra, admite que nunca fez parte de um grupo tão unido. Ontem, com uma vitória sobre o Bahia e mais um gol na conta, Felipe foi à praia, almoçou no seu restaurante, Wasabi, na Barra, visitou a mãe, Marinalva, em Higienópolis, treinou e, finalmente, curtiu os filhos, Lucas, 6 anos, e Thiago, 2.
Felipe com os filhos no dia seguinte à vitória contra o Bahia
A tabela é mais favorável ao Corinthians?
O Vasco terá vários confrontos diretos e, na teoria, nosso caminho é mais difícil. Mas, na prática, as equipes que estão brigando para não cair vão encarar seus jogos como finais. E, às vezes, os jogos em casa são difíceis. O visitante vem com marcação forte e a torcida perde a paciência.
O que o Vasco precisa fazer para ser campeão?
Não podemos achar que nossa vantagem está de bom tamanho. O São Paulo, próximo adversário, é um time de ponta. E, com técnico novo (Leão), os jogadores vão entrar ainda mais motivados, querendo mostrar seu valor.
Qual é o adversário mais difícil dos sete que restam?
Todos. Não dá para escolher um levando em consideração sua classificação. O Atlético-MG ganhou do Fluminense aqui no Rio. O segredo é entrar em campo respeitando e marcando forte.
Está aceitando numa boa jogar na lateral?
Aceitei a partir do momento em que entrei em campo. Mas as pessoas têm que entender que, aos 34 anos, o Felipe não tem o fôlego de antigamente. Comecei na lateral, conheço a posição e quero ajudar, mas é lógico que prefiro jogar no meio. Minha característica é ofensiva e não adianta esperar que eu fique marcando porque não vou fazer isso. O Cristóvão entendeu e me deu liberdade.
Você fez um belo gol...
É raro isso acontecer, mas até que esses gols estão saindo. Meus gols contra o Atlético-GO e o São Paulo foram parecidos com esse que marquei contra o Bahia.
O AVC do Ricardo Gomes tem sido um fator de união?
Tem, sim. Ele é fora de série, honesto... Esse time já era unido e, agora, está mais ainda. A gente sente que está conquistando coisas graças a essa amizade. Já tinha sido assim na Copa do Brasil e, agora, estamos mantendo a receita. Esse é o grupo mais unido com o qual trabalhei.
Mais do que o de 1997?
É, sim. Não há nenhum tipo de vaidade nesse grupo. Todo mundo se dedica ao máximo, sem a preocupação de aparecer. Aquele time de 1997 tinha muito mais qualidade do que esse e, por isso, ganhou muita coisa. Mas o atual tem mais peças de reposição. Aquele time tinha até um 12º jogador, o Pedrinho, que de vez em quando entrava no lugar do Ramon. Mas não tinha 20 jogadores como esse grupo tem. Mesmo quando o Juninho não joga, o time continua vencendo...
Individualmente, dá para comparar com o time de 97?
Ah, aquele realmente era mais forte. O que não quer dizer que o atual não seja qualificado. Apenas acho que o outro grupo era melhor, e que esse se supera com a união.
O que ainda falta na sua carreira?
Falta o título do Mundial, que não conquistei. Perdi um nos pênaltis, e aquele contra o Real Madrid foi uma das maiores injustiças do futebol. O Vasco jogou muito mais. Ainda tenho tempo de correr atrás. Vamos ver se da próxima vez tenho mais sorte.
Fonte: Extra online