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Goleiro Elinton, hoje na França, relembra goleada por 7 a 2 em 2005


Sexta-feira, 14/10/2011 - 10:51

Em entrevista à Rádio Globo, o goleiro Elinton Andrade, hoje no Olympique de Marselha, da França, relembra a derrota de 7 a 2 para o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro de 2005, e revela que não aceitou processar o então técnico Renato Gaúcho, que após o jogo declarou que até uma mulher grávida faria gol no Vasco.

"Na época, teve até alguns advogados que me procuraram perguntando se eu queria fazer alguma coisa contra o Renato. Mas eu sou totalmente positivo e não vi de uma maneira maldosa a declaração dele. Foi a situação que ocorreu no jogo e que ele acabou falando aquilo. Não acredito que foi uma coisa direta para mim."

TER FICADO MARCADO PELA DERROTA

"Marcado para alguns, para a torcida, para jornalistas. Eu, como positivo sempre, como guerreiro que sou, coloco um ponto muito grande, um ponto muito forte que foi esse jogo. Vai para a minha vida no futebol. Tenho esse jogo como um grande exemplo. Se eu puder, com esse jogo e com a minha história de vida, poder passar alguma coisa legal para as pessoas que estão começando ou para pessoas que passaram e vão passar por situações de dificuldade, é para acreditar que tudo é possível. É só acreditar. Obstáculos são normais."

BASTIDORES DA DERROTA

"Uma coisa que eu lembro bastante foi o intervalo do jogo, por exemplo. Já estava 4 a 0. Se pudesse todo mundo entrar no ônibus e ir embora, a gente ia. Isso era certo. Não tem culpado ali. Não tem como culpar alguém. Mas esse é o trabalho da imprensa e acaba se falando de alguém. Mas foi um momento que o Vasco não estava legal e acabou acontecendo uma coisa marcante, que eu falei na época e falo hoje. Nenhuma torcida merece isso. Por isso que eu até pedi desculpa na época. Mas não pedi desculpa significando que eu sou o culpado. Pelo contrário, esse é o meu caráter. Eu sou assim e acabou sendo. O meu contrato acabou dia 31 de agosto - esse jogo foi em 27 de julho de 2005 -, eu acabei fazendo uma cirurgia no nariz - quebrei o nariz no jogo contra o Santos, que nós ganhamos de 3 a 2. Depois eu me recuperei e acabei indo para o Vietnã porque o Campeonato Brasileiro estava acabando. Eu já não ia para lugar nenhum porque a imprensa foi com tudo para cima de mim. Ficou muito aquele negócio de amigo do Romário. Tenho o maior o orgulho de ser. Não escondo isso. É meu ídolo como jogador que foi. Chorei por ele e pelo Brasil na Copa de 94 que a gente conseguiu ganhar e o Brasil ganhou. Depois de tantos anos, quando eu fui ver, ele estava como o meu amigo. Como é que eu não vou ter orgulho disso? Sou um cara muito feliz por isso. Fico muito grato de ser amigo do Romário e do Zico também, que eu tenho uma amizade pelo trabalho que fiz com ele."

Fonte: NETVASCO (transcrição)