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Conheça mais sobre Índio, destaque vascaíno da Seleção Sub-15
Segunda-feira, 03/10/2011 - 13:39
Desde 2005, as seleções brasileiras sub-15 que disputam o Sul-Americano da categoria trazem algo em comum: um jogador do Vasco como titular do setor de criação do meio-campo. Foi assim em 2005, quando Alex Teixeira chamou a atenção do futebol brasileiro pela primeira vez. A história se repetiu em 2007, quando Philippe Coutinho impressionou os observadores da Internazionale, que o contratou no ano seguinte. Em 2009 foi a vez de Guilherme mostrar qualidade nas cobranças de falta e lançamentos com a perna esquerda. E em 2011, ao que tudo indica, não será diferente.
A bola da vez agora é Matheus Índio, meia de apenas 15 anos. Destaque da seleção brasileira no MIC 2011 e na Mini Copa América da categoria disputada em julho, o meia-atacante é nome quase certo para a disputa do Sul-Americano Sub-15 que será disputado no Uruguai entre os dias 17 de novembro e 4 de dezembro. E, caso desponte por lá, dará um belo cartão de visitas àqueles que estão ansiosos para ver a evolução de seu futebol nos próximos anos.
Vascaíno desde criancinha
Nascido e criado no bairro da Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro e onde é situada uma das extremidades da linha de metrô da cidade, Matheus Índio é de uma família de vascaínos começou a jogar futsal logo aos quatro anos, numa escolinha próxima à sua casa. Aos sete, jogou um amistoso contra o Vasco e chamou a atenção logo de cara. Pouco tempo depois, já estava treinando com o time de São Januário e aos nove anos, já jogava futebol de campo com a geração /93, três anos mais velha. O meia ainda continuou jogando no salão por um tempo, até fazer a transição definitiva.
O talento diferenciado em relação aos outros garotos já se fazia presente naquela época, e o meia rapidamente subiu e ganhou destaque no time mirim do Vasco em 2008, ainda um ano abaixo da idade limite da categoria. No ano seguinte, tornou-se titular absoluto do time e peça fundamental na conquista do Campeonato Carioca em cima do Flamengo, com nove gols marcados no campeonato. Um de seus principais parceiros era o atacante Thiago Mosquito, companheiro também de seleção brasileira nos últimos tempos.
Se em 2009 Matheus Índio se destacou no mirim, 2010 era um ano de desafios. Um ano mais novo do que os concorrentes à posição no infantil, ele teria que se impor pela qualidade técnica, já que possuía, teoricamente, menos força física e experiência. Na prática, porém, o meia ignorou tudo isso: terminou o ano como titular e um dos principais jogadores da equipe, que foi vice-campeã da categoria ao perder a final para o Fluminense, que contava com Robert, também seu colega de seleção brasileira, além de alguns bons jogadores /95, como os zagueiros Cadu e Ygor Nogueira, o volante Gabriel Costa e o meia Yago. Ao todo, marcou três gols na competição.
Em 2011, veio a afirmação definitiva. Titular absoluto da equipe, Índio agora forma junto com o volante Baiano, o já citado atacante Mosquito, os laterais Foguete e Lorran e os recém-contratados Danilo, ex-Vitória, e Choco, ex-Botafogo, um time badalado, campeão do primeiro turno do Campeonato Carioca Sub-15. Ainda com a competição em andamento, já marcou nove gols e colaborou para que o /97 Caio Monteiro alcance o status momentâneo de artilheiro do campeonato, com 20, e que Lauder, com 18, seja o vice-goleador ao lado de Renan Gorne, do Botafogo.
Na seleção brasileira, o crescimento também foi visível. Destaque no MIC 2011, no início do ano, o meia ganhou a camisa 10 do técnico da seleção sub-15, Marquinhos Santos, para a disputa da Mini Copa América, na Venezuela, em junho. E não decepcionou: compondo a segunda linha do meio no 4-2-3-1 com o corintiano Gustavo e o são-paulino Joanderson, fez três gols no torneio e ajudou a seleção brasileira a sair com o título. Índio classifica a experiência como positiva, pois “ajudou a conhecer escolas de outros países e isso é importante na evolução como jogador”.
Capacidade de desequilibrar
Muitas pessoas que trabalham com divisões de base afirmam que a principal característica de Matheus Índio é a capacidade de desequilibrar, de decidir partidas em apenas um lance, uma jogada. Jogador de boa estatura- pouco mais de 1,70m – ele normalmente atua melhor como meia centralizado no 4-2-3-1, armando as jogadas do time, mas também partindo para cima dos adversários quando necessário, usando a velocidade e a habilidade fora do comum que possui na perna esquerda, além da boa finalização e da qualidade nas bolas paradas.
Perguntado sobre quem seriam seus ídolos no futebol, o meia não titubeou: Neymar e Paulo Henrique Ganso. Ambicioso, diz até que tem uma semelhança com o primeiro no estilo de jogo ousado de encarar os zagueiros e afirma também gostar de ver Ronaldinho Gaúcho, do arquirrival Flamengo, em campo.
O meia, porém, admite sofrer muito quando encara marcações individuais, e até cai pelos lados do campo quando isso acontece, para cansar o marcador e abrir espaços para que os outros companheiros possam aproveitar. Ele diz também que, embora ainda tenha problemas com isso, já melhorou o próprio comportamento, e o técnico do Vasco sub-15, Cássio Alves de Barros, disse em entrevista recente ao Olheiros que já notou a evolução.
Se mantiver o nível atual de evolução e souber conviver melhor com marcações individuais, o meia tem tudo para, já no próximo ano, despontar entre os juvenis do Vasco e ir, aos poucos, galgando passos maiores na carreira. Um bom desempenho no Sul-Americano Sub-15 ajudaria também o garoto a construir também uma boa reputação em nível nacional e internacional. Ao Vasco, resta a expectativa de, ao contrário do que aconteceu com Alex Teixeira e Philippe Coutinho, Matheus Índio possa, além de despontar nos profissionais, ficar na equipe por mais tempo e fazer com que a torcida volte a ter um jogador formado na base do clube como ídolo, o que não acontece de fato desde a geração formada por Helton, Felipe e Pedrinho.
Ficha técnica
Nome: Matheus da Cunha Gomes
Data de nascimento: 28/02/1996
Local de nascimento: Rio de Janeiro, Brasil
Clubes que defendeu: Vasco
Seleções de base que defendeu: Brasil sub-14 e sub-15
Fonte: Olheiros.net
