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Corinthians e Vasco disputam de forma acirrada a liderança do Brasileiro 2011 e são dois dos principais favoritos ao título da competição. Mas alguns anos atrás essa realidade era algo distante para esses clubes, que foram rebaixados e vivenciaram dramas semelhantes. A lição de precisar passar pela Segunda Divisão gerou frutos positivos: times fortes, vencedores, e com comando renovado.

Em 2007, o Corinthians sentiu o gosto amargo do rebaixamento. Depois de uma campanha irregular, a equipe então comandada por Nelsinho Baptista não resistiu e caiu na última rodada ao empatar com o Grêmio. Por conta disso, o Timão decidiu iniciar uma ampla reformulação, que começou com a contratação do técnico Mano Menezes, hoje na Seleção Brasileira.

- Cair nunca é bom, mas o clube foi obrigado a se reestruturar completamente e por isso acabou sendo positivo. Claro que seria melhor fazer isso na Série A. Mas, quando você chega ao fundo do poço, é preciso fazer modificações – admitiu o diretor-adjunto de futebol do time paulista, Duílio Monteiro Alves.

Desde então, o alvinegro do Parque São Jorge retomou a rotina de títulos e competitividade alta. Em 2008, o Timão foi campeão da Série B e vice da Copa do Brasil; no ano seguinte contratou o craque Ronaldo, que ajudou nas conquistas do Paulista e da Copa do Brasil; e em 2011 foi a vez de ser vice estadual.

Além disso, após o rebaixamento, o Corinthians acabou com longa administração do presidente Alberto Dualib, que ficou no comando por 14 anos e chegou a ser condenado pela Justiça por crimes de estelionato contra o próprio clube. Antes de sofrer impeachment, Dualib renunciou em 2007. Andres Sanches foi eleito no mesmo ano e está à frente do Timão até hoje.

A estrutura do Corinthians também mostrou grande evolução. Finalmente, o clube inaugurou o Centro de Treinamento com equipamentos de última geração. E vive a expectativa de ter seu próprio estádio, que está sendo construído em Itaquera e oferecido como local de abertura para a Copa de 2014.

- A mudança do Corinthians que conheci para o que vejo agora é muito grande. Não dá para comparar - comentou o técnico Tite, que comandou o time em 2005 e hoje está à frente da equipe no Brasileirão.

No mesmo ano em que o clube paulista retornou à Série A do Campeonato Brasileiro, o Vasco, comandado pelo técnico Renato Gaúcho e com o ídolo Edmundo em campo, foi rebaixado pela primeira vez em sua história. Com fraco desempenho, principalmente no setor defensivo, o time da Colina passou pelo mesmo drama dos corintianos. E ainda teve um agravante maior: problemas com suas finanças.

- Tivemos dificuldades financeiras no primeiro semestre de 2009, salários atrasados, problemas com o próprio patrocinador esportivo. Em alguns jogos, o clube teve que comprar o material que ia usar – relembrou o diretor executivo do Vasco, Rodrigo Caetano.

Com pouco dinheiro nos cofres, a diretoria do Vasco começou a montar o elenco para a disputa da Série B do Brasileiro de 2009 sem grandes estrelas. Como um bom time sempre começa por um goleiro de qualidade, o clube trouxe Fernando Prass, que estava em Portugal. O camisa 1 se tornou o capitão e um dos principais nomes da equipe.

O fato de ter sido rebaixado acabou contribuindo para que o Vasco desse a volta por cima e recuperasse o respeito no cenário nacional. Além de ser campeão da Série B em 2009, o time conquistou a Copa do Brasil em 2011, já tem vaga garantida para a Taça Libertadores da América de 2012 e também está na briga para ganhar o Brasileiro deste ano.

- O Vasco soube transformar algo muito ruim em uma coisa boa. Ninguém pode achar que é bom ser rebaixado, mas quando se tem de passar por isso o melhor é aprender. Não estamos bem hoje por sorte. Isso é fruto de um trabalho que começou em 2009 e teve crescimento constante de lá para cá – afirmou o goleiro Fernando Prass.

O clube cruzmaltino também encerrou um longo período comandado pelo presidente Eurico Miranda, que ficou oito anos consecutivos no poder, até 2008. Roberto Dinamite, ídolo da torcida pelo sucesso em campo, venceu as eleições no ano em que o time foi rebaixado e mesmo assim contou com a confiança dos sócios e torcedores.

- Vasco, Corinthians e outros grandes passaram por isso. Em um primeiro momento o fundamental é voltar. Mas o momento é sempre difícil. A receita cai, os patrocinadores nem sempre apostam na sua marca. Na época fizemos um pedido para que a receita não diminuísse. Ninguém queria cair, mas acabou sendo um momento importante para reorganizar a casa. Revertemos isso e hoje o Vasco respira muito melhor em todas as áreas do clube. No ano que vem, esta situação será ainda melhor – analisou o presidente.

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Fonte: GloboEsporte.com