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Base: Vasco contrata atacante Choco, destaque do Botafogo


Sexta-feira, 30/09/2011 - 11:16

Durante um bom tempo (sobretudo em 2010), quando se falava na geração /96 do Botafogo, o primeiro comentário era. “Lá tem o Choco, é um bom atacante”. Convocado frequentemente para a seleção sub-14, convidado a fazer testes no Chelsea, ele era tratado como joia no clube, que tem boas expectativas sobre seu futuro. Era. Nesta quinta-feira, o nome dele - Lucas Quitéria Gomes Monteiro – apareceu no BID da CBF como jogador do Vasco. É o fim de uma incerteza na carreira do jogador.

A transferência aconteceu de maneira normal, pacífica, como um acordo entre os dois clubes, que agora dividem os direitos do jogador em 50% cada. Antes do negócio sair, no entanto, muitas coisas aconteceram. Choco chegou a estar próximo do Fluminense, mas a negociação acabou não avançando. Esteve também próximo de ir para o Internacional, mas também não acertou. O Atlético Mineiro também foi especulado como possível destino do jogador, mas a negociação era complicada, pois envolvia, além de clubes e empresários o pai do atacante.

No Botafogo, Choco não tinha mais clima. Tido como um jogador de temperamento difícil, protagonizou vários episódios de indisciplina, a ponto do clube, que antes o tratava como rei, reconhecer que não havia mais como mantê-lo. A fama de jogador problemático já chegou aos ouvidos de outros clubes, e o momento vivido por ele em campo não é dos melhores, com apenas um gol marcado no Estadual Sub-15. Além disso, pessoas de vários clubes afirmam que se trata de um jogador muito forte fisicamente, mas com pouca técnica, e que evoluiu pouco nos últimos tempos.

No Vasco, Choco terá a chance de provar que todos aqueles que duvidam de seu potencial estão errados. Em um time no qual nove jogadores já passaram pela seleção sub-15 e o ataque tem nomes como Mosquito, Lauder e Caio Monteiro – este último artilheiro do Campeonato Carioca da categoria com 20 gols marcados, apesar de ser reserva e /97 -, o ex-botafoguense não terá vida fácil. Deixou de ser a menina dos olhos do Botafogo para ser mais um selecionável em São Januário – ao todo, com ele agora são nove jogadores convocados para a seleção sub-15 no elenco infantil do time cruzmaltino.

Essa transferência de jogadores da base botafoguense para o Vasco não é algo tão novo assim, sobretudo com atacantes. No caso mais bem sucedido, Edmundo chegou em São Januário no início da década de 90 vindo de General Severiano, e deslanchou logo de cara ao subir para os profissionais. Outros casos, como o do meia Jorginho no início dos anos 2000, não foram bem sucedidos. Jorginho, que chegou a fazer boas exibições nos juniores, jamais teve chances reais no time de cima.

Voltando ao assunto Choco, a ida dele para a seleção sub-15 para a disputa do Sul-Americano da categoria, que será realizado no final do ano no Urugua, parece bastante improvável. Não só pelo tempo em que ficou parado, mas também pela evolução de outros atacantes, como Caio Rangel, do Flamengo, Joanderson, do São Paulo, e Mosquito, do próprio Vasco. A não convocação, porém, não é algo definitivo na carreira e ele terá condições de recuperar espaço nos próximos anos.

Para que isso aconteça, no entanto, é necessário que Choco ponha a cabeça no lugar, e não se trata de moralismo barato não. É fundamental ficar por um bom tempo no mesmo clube, até para que a formação dele não seja prejudicada. E os casos de indisciplina, é claro, precisam acabar, pois, por mais que alguns clubes sejam tolerantes com isso, o futebol de alto nível filtra lá na frente quem se comporta dessa maneira e com isso prejudica o próprio desempenho dentro das quatro linhas.

Fonte: Olheiros.net