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Eder Luis e Juninho Pernambucano falam sobre o técnico Cristóvão
Quarta-feira, 21/09/2011 - 15:22
Logo após o AVC hemorrágico sofrido pelo técnico Ricardo Gomes, os jogadores do Vasco já tinham a exata noção do problema que envolvia o seu comandante, mas sabiam também que os efeitos da ausência dele poderiam ser tranquilamente minimizados. Confiando no trabalho do então auxiliar Cristóvão Borges, os vascaínos "viraram as costas" para possíveis trocas no comando técnico e acreditaram no trabalho do treinador interino, que conduziu o time à liderança do Campeonato Brasileiro.
'Cópia fiel' do seu companheiro que ainda se recupera do acidente cerebral, Cristóvão conseguiu ir além de ser apenas um técnico tampão. Tamanha semelhança e qualidade desenvolvida no trabalho de pouco menos de um mês, o novo treinador vascaíno não deixou nem sequer que seus comandados sentissem a ausência de Ricardo Gomes à beira do gramado, minimizando os efeitos de uma fatalidade que poderia tirar o time do caminho que traçava rumo à ponta da tabela.
"Chega a ser engraçado a semelhança entre os dois. A personalidade é praticamente igual. O modelo de trabalho do Cristóvão é tão parecido com o do Ricardo que ele nem nos deixou sentir tanta falta ali na beira do gramado. Às vezes, no calor do jogo, até esqueço quem está ali na beira do campo. Ele conseguiu fazer com que nosso time não fosse abalado por essa mudança no comando técnico", ressaltou o atacante Eder Luis, acrescentando.
"Já temos uma maneira pronta de jogar, independente do técnico. São coisas que o Ricardo sempre deixou bem claro para nós e o grupo inteiro sempre assimilou bem. O segredo é marcar bem, sair rápido para o jogo e caprichar nas finalizações, como estamos fazendo nos últimos jogos. O Cristóvão apenas reforça esses conceitos. Com isso, tudo fica mais fácil", salientou o camisa 7 vascaíno.
Com uma amizade que extrapola os limites das quatro linhas, Cristóvão sempre foi o "braço direito" de Ricardo. E tamanha confiança sempre foi percebida pelos jogadores, que mantém o respeito pelo atual comandante como uma forma de gratidão ao treinador que se recupera de um AVC.
"Não o conhecia muito bem quando cheguei, mas o respeito dos jogadores pelo Cristóvão sempre me impressionou. Logo passei a admirá-lo, e hoje vejo o grupo assim também. É uma forma de gratidão por todo o carinho que o próprio Ricardo tem por ele. O grupo 'comprou' essa ideia e esse respeito também é um dos segredos da nossa boa fase. Aqui não tem essa de treinador ou auxiliar, todos são muito respeitados", destacou Juninho Pernambucano.
"Os grandes treinadores não seriam tão bons se não tivessem os auxiliares. Talvez não demos o devido valor, mas eles fazem um trabalho tão fundamental quanto o técnico. Tenho certeza que essa não era a maneira que o Cristóvão gostaria de assumir um time, mas ele assumiu a responsabilidade, deu conta do recado e nunca deixou o nível de trabalho cair", encerrou o "Reizinho" de São Januário.
E a moral de Cristóvão Borges não é alta apenas com os jogadores. Contando, e muito, com o respaldo da diretoria, o técnico interino jamais teve seu cargo ameaçado. Desde a fatalidade ocorrida com Ricardo, os dirigentes sempre bancaram o trabalho do atual treinador, e assim será pelos próximos seis meses, tempo estimado de recuperação de Gomes.
Fonte: UOL