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Em entrevista à Rádio Brasil, o vice-presidente de futebol do Vasco José Hamilton Mandarino fala sobre a liderança no Campeonato Brasileiro e a recuperação do treinados Ricardo Gomes:

SEPARAR A LIDERANÇA NO BRASILEIRO DA ALTA DE RICARDO GOMES

"Não dá para separar. Nós estamos diante de uma situação só. Naturalmente que o baque, a repercussão de todo esse problema enfrentado pelo Ricardo Gomes foi imenso entre nós, mas eu diria para todos os vascaínos que isso serviu para reforçar ainda mais a nossa unidade e a nossa solidariedade. A equipe do Vasco é uma equipe que tem sobretudo demonstrado um poder coletivo muito grande, um futebol muito solidário. Não há propriamente destaques. O destaque em um jogo é um jogador, o destaque em outro jogador é um segundo jogador, e assim sucessivamente. Nós vamos nos superando, enfrentando as situações muito difíceis dessa maratona do Campeonato Brasileiro, contando com um plantel que acaba não transmitindo nenhum tipo de fraqueza à equipe, pelo contrário. Aqueles que entram têm sempre um desempenho muito positivo. Essa mesma superação é a superação do nosso técnico, que vem a cada dia melhorando, vem se apresentando a cada dia de uma maneira mais otimista, promissora em termos de uma vitória final sobre esse problema. Esse final de semana, realmente, para todos nós, para todos os vascaínos, foi extraordinário. É certamente uma situação, para o nosso clube, inédita, em termos de Campeonato Brasileiro por pontos corridos, a essa altura, praticamente vencidos quase que dois terços da competição, o Vasco assume a liderança do Campeonato Brasileiro com uma vitória extremamente convincente. Todos os setores da equipe estiveram impecáveis, um trabalho incessante, mais uma vez demonstrando essa força coletiva, esse futebol solidário. A solidariedade e o futebol coletivo que nos foi transmitido pelo nosso técnico Ricardo Gomes e que hoje tem essa retribuição por parte de toda a equipe, que a cada jogo, a cada vitória dedica sobretudo a ele essa façanha. Esse fim de semana foi inesquecível."

PACTO POR RICARDO GOMES

"O que se passa é o seguinte. A união, hoje, dentro do clube, do departamento de futebol, das atividades do futebol, é muito grande. Hoje nós somos um mecanismo só, cada um se ocupando do seu instrumento próprio, da sua obrigação. Eu brincava inclusive ao final do jogo contra o Grêmio, porque sempre quando tem algum tipo de problema, nós conversamos claramente sobre o problema, abrimos a conversa para todos. Há uma interação, hoje, entre jogadores, direção do clube e os demais profissionais do departamente do futebol. Essa interação é muito grande. Hoje o presidente Roberto Dinamite se apresenta com frequencia, conversa, dialoga, permite o diálogo, a abertura de qualquer gênero de discussão. Eu faço a mesma coisa, o Rodrigo Caetano atua no mesmo sentido. A relação da comissão técnica com a equipe, com o plantel é a melhor possível. Essa mobilização é uma coisa mais do que natural. Não houve propriamente, num dado momento, um pacto. Houve, sim, uma coisa expontânea de cada jogador, no sentido de dar essa resposta positiva. A resposta positiva também tem a sua participação na própria melhora do estado de saúde do Ricardo Gomes. Essa interação, quando o Ricardo estava no comando da equipe, e hoje, quando o Cristóvão está no comando da equipe, é a mesma. Essa nossa força vem muita dessa unidade que, graças a Deus, felizmente, em função de todo o trabalho, toda a natureza, toda a qualidade de relação que nós hoje travamos no futebol do clube, essa interação hoje é absoluta."

FUTURO DE RICARDO GOMES

"Eu vou tentar apenas repetir aquilo que temos ouvido dos médicos, de um modo geral, os médicos que têm acompanhado intimimamente, muito de perto, o Ricardo. A recuperação do Ricardo Gomes é extraordinária. Ele, em pouco tempo, teve uma evolução positivamente surpreendente. Isso nos faz crer que ele esteja, num momento muito próximo, em condições de reassumir as suas atividades. A resposta quanto ao quando vai ser muito dada pelo próprio Ricardo que, após pular essa grande fogueira, porque o problema não foi um problema simples, pelo contrário, um problema bastante grave, uma vez superadas essas questões todas, todos os aspectos advindos desse problema, ele próprio é que vai ter de se sentir em condições de voltar às atividades normais. A nossa expectativa é que isso se dê naturalmente, sem precipitações, dentro de um quadro de segurança absoluta. O meu entendimento, que eu sempre transmito a todos que converso sobre o tema, é que Ricardo Gomes e Cristóvão são uma pessoa só. Eles guardam uma afinidade, amizade, unidade profissional muito grande. O Cristóvão assumiu num momento de grande comoção e responsabilidade, mas está dando curso a um tipo de relação que ele tem com os jogadores, com o plantel, de um modo geral, muito bom. Ele é um profissional que está há pouco tempo conosco, mas que todos nós aprendemos a respeitar absolutamente. É um profissional de muito respeito, de muita dedicação ao trabalho. É um profissional, hoje, que a gente considera indispensável entre nós. Felizmente, essa relação entre Ricardo Gomes e Cristóvão permitiu que esse momento de impossibilidade do Ricardo, de trabalhar, de se didicar à atitividade de treinador do clube, tenha sido superada com relativa facilidade. A relação entre ambos permitiu que não tivéssemos nenhum tipo de descontinuidade no trabalho. O trabalho continua dentro do mesmo ritmo, da mesma natureza, do mesmo método que já vinha sendo adotado, contando com o apoio unânime, inconteste de todos. Isso, toda essa situação só fez com que a dedicação, o empenho fosse maior, reforçando essa visão, que é uma visão de todos nós, da unidade que, felizmente, nós temos hoje no clube."

Fonte: NETVASCO (transcrição)