A experiência de já ter sofrido um acidente vascular cerebral uniu Flávio Tenius a Ricardo Gomes. O preparador de goleiros do Botafogo contou que teve a doença quando jogava pelo Vasco, em 1988, e também foi atendido pelos médicos que ainda trabalham no clube, Clóvis Munhoz e Alexandre Campelo, os mesmos que socorreram o técnico cruz-maltino quando ele passou mal há duas semanas, no Engenhão, durante o clássico contra o Flamengo, pelo Brasileirão.
- Eu estava no início de um treinamento, fazendo aquecimento e senti uma situação diferente. Viram que fui jogar uma bola, mas acabei me desequilibrando e caí. Não desmaiei nem apaguei, mas, como o Clóvis trabalhava numa clínica neurológica em Laranjeiras, acabou me levou diretamente para ela. Tinha 24 anos e nunca havia recebido um aviso. Fiquei sem força e com o lado direito todo paralisado – contou Tenius, em entrevista à Rádio Brasil.
O preparador lembrou ainda os dias seguintes após ter sofrido o AVC.
- Tinha chances de sofrer alguma sequela, claro. Saí do hospital e comecei a fazer fisioterapia. O médico afirmou que eu voltaria a jogar, mas, inicialmente, fiquei com os movimentos do lado direito todos paralisados. Não conseguia escrever nem segurar um talher. Foi uma melhora gradativa, não conseguia fazer nada no início. Mas, em um mês, estava quase tudo igual (em relação à movimentação dos dois lados do corpo) e em seis eu voltei a jogar. Hoje, não tenho sequela nenhuma – comemorou, acrescentando que não precisou de cirurgia porque seu AVC não formou um coágulo.
Por já ter passado por situação semelhante, Tenius foi ao hospital onde Ricardo Gomes está internado para ser solidário e conversar com a família do treinador.
- Essa experiência me dá esperança que ele vai conseguir se recuperar. A medicina hoje tem muito mais recursos tanto na área médica quanto na fisioterápica em relação à época em que aconteceu comigo - finalizou.
Fonte: GloboEsporte.com