O Vasco entrou em campo com desfalques importantes. Jumar, Felipe, Julinho e Alecsandro seguem no departamento médico. No entanto, assim como já havia demonstrado na partida contra o Ceará, a disposição do grupo na luta pela liderança dava mostras iria fazer com que eles superassem os problemas. Prova disso foi que a primeira grande chance da partida aconteceu logo nos primeiros minutos após lançamento de Juninho Pernambucano para Diego Souza bater com muito perigo.
A partir daí, o jogo caiu de ritmo e passou a ficar muito truncado. O forte calor na Arena do Jacaré fez com que os jogadores dosassem a pegada. Tanto é que no meio da primeira etapa, o árbitro Sandro Meira Ricci parou o jogo por alguns minutos para que os jogadores pudessem se hidratar. Nesse meio tempo, o Vasco tinha mais posse de bola, mas não traduzia o domínio em chances (foram 52% para o time carioca contra 48% dos donos da casa). E, mesmo com menos tempo de bola no pé, o Coelho finalizou muito mais: 8 a 4.
Apesar do alto número de finalizações da partida, as chances concretas só aconteceram em lances de bola parada. Foi desta maneira que o América surpreendeu ao abrir o placar. William Rocha cruzou na medida para André Dias aproveitar o cochilo do lateral-direito Fagner e completar com o pé direito sem chances de defesa para Fernando Prass.
Mas a alegria dos mineiros durou muito pouco. Minutos depois, novamente em cobrança de falta, o Vasco empatou. Em jogada ensaiada, Juninho Pernambucano praticamente colocou a bola com as mãos no ângulo do goleiro Neneca. Explosão da torcida vascaína que compareceu em número maior na Arena do Jacaré.
Os gols animaram o jogo. O América tentava levar perigo em chutes de longe. Já o Vasco buscava responder criando jogadas pela direita, aproveitando os espaços na defesa. Fagner criou boa jogadda para Elton quase marcar. Mas ai mesmo tempo que levava perigo no ataque, Fagner vacilava na defesa. O lateral cometeu pênalti infantil em André Dias. Na cobrança, Kempes bateu no meio do gol e colocou o América de volta na frente. A coincidência é que os dois gols do Coelho saíram em jogadas pelo alto, justamente um dos melhores fundamentos de Dedé, que não jogou por estar com a Seleção Brasileira.
O América voltou com postura mais ofensiva tentando se manter na frente. Logo no início da segunda etapa foram dois lances perigosos que assustaram Fernando Prass. Já o Vasco seguia tendo muita dificuldade na criação das jogadas. Eder Luis, que costuma jogar bem aberto pelas pontas, atuava como um verdadeiro apoiador. Com isso, Diego Souza fazia o papel de atacante dando pouca mobilidade ao setor.
Alheio aos problemas vascaínos, o América tentava aproveitar os contra-ataques e os espaços deixados pela defesa vascaína. Foi assim que Marcos Rocha, um dos mais perigosos do Coelho, ganhou disputa com Renato Silva e arrancou rumo ao gol vascaíno. E, com um toque de classe, deslocou Fernando Prass e ampliou o placar calando os vascaínos.
Ciente de que o time estava atuando muito abaixo do esperado, o técnico Cristóvão Borges mexeu no meio-campo. Saíram de uma vez Diego Souza e Juninho Pernambucano para as entradas de Bernardo e Fellipe Bastos. As mudanças deram mais mobilidade, mas em praticamente nada mudaram o panorama da partida. Pelo contrário, o América seguiu jogando com personalidade e por muito pouco não chegou ao quarto gol novamente com Marcos Rocha.
Neste momento, a torcida vascaína já estava calada. O fogo só reacendeu quando o sistema de som da Arena do Jacaré anunciou o gol do Coritiba sobre o líder Corinthians. Mas o ânimo das arquibancadas não foi o suficiente para contagiar o time, que pareceu não encontrar a força necessária para alterar o placar. Cristóvão ainda tentou mudar o panorama com a entrada de Leandro no lugar de Elton. Mas no fim, o Coelho arranjou forças para marcar o quarto gol, confirmando a goleada. Após linda tabela com Léo, André Dias pegou de canhota e acertou o canto direito de Prass: 4 a 1. O Vasco ainda tentou diminuir com Eder Luis, que acertou a trave vascaína. Amaral respondeu logo em seguida, carimbando o poste carioca. O dia era mesmo do Coelho, que continua na luta para escapar da última posição do Brasileirão 2011.
AMÉRICA-MG 4 X 1 VASCO
Local: Arena do Jacaré (Sete Lagoas-MG)
Motivo: 21ª rodada do Campeonato Brasileiro
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Fifa-DF)
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (Fifa/SC) e Ciro Junqueira (DF)
Renda/Público: 2640 pessoas / R$23.355
Gols: André Dias (23' do 1ºT) e (40' do 2ºT), Juninho Pernambucano (25' do 1ºT), Kempes (42' do 1ºT), Marcos Rocha (13' do 2ºT)
Cartões amarelos: Marcos Rocha, Dudu (AMG); Renato Silva (VAS)
AMÉRICA-MG: Neneca; Micão, Otávio e Willian Rocha; Marcos Rocha, Dudu (Leandro Ferreira - 30' do 2ºT), Amaral, Ulisses (Rodriguinho - 14' do 2ºT) e Gilson; Kempes (Léo - 23' do 2ºT) e André Dias. Técnico: Givanildo Oliveira.
VASCO: Fernando Prass; Fágner, Renato Silva, Victor Ramos e Márcio Careca; Romulo, Eduardo Costa, Juninho Pernambucano (Felipe Bastos - 15' do 2ºT) e Diego Souza (Bernardo - 15' do 2ºT); Eder Luis e Elton (Leandro - 33' do 2ºT). Técnico: Cristovão Borges.
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Juninho | 6.4749 | 2º | 7.4885 |
2º | Diego Souza | 5.0836 | 8º | 6.4782 |
3º | Eder Luis | 4.6773 | 9º | 6.4450 |
4º | Fernando Prass | 4.2337 | 4º | 7.0959 |
5º | Romulo | 4.1352 | 13º | 6.1915 |
6º | Bernardo | 3.9423 | 6º | 6.7618 |
7º | Fellipe Bastos | 3.7126 | 10º | 6.2464 |
8º | Eduardo Costa | 3.5421 | 14º | 6.1887 |
9º | Elton | 3.4477 | 15º | 6.1578 |
10º | Leandro | 2.9654 | 19º | 5.4224 |
11º | Renato Silva | 2.7785 | * | 5.7786 |
12º | Márcio Careca | 2.4395 | 20º | 5.2056 |
13º | Victor Ramos | 2.4341 | * | 4.2487 |
14º | Fagner | 2.0815 | 12º | 6.2055 |