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Hélio Donin fala sobre ser o novo presidente do Conselho Fiscal
Quarta-feira, 31/08/2011 - 14:36
Em participação no programa "Só Dá Vasco", Hélio Donin fala sobre ser o novo presidente do Conselho Fiscal.
"Queria dizer a vocês, principalmente aos sócios e torcedores do Vasco, que eu agora sou o presidente do Conselho Fiscal. Participei da gestão passada também como conselheiro. Quero dizer que, para mim, não é novidade. Vocês não me conhecem, mas eu já tenho uma certa idade, já sou bastante rodado nisso. É a minha área também, porque eu sou um contabilista já há mais de 40 anos, então isso, para mim, é fácil. O mais difícil é tratar Vasco da Gama, porque Vasco é emoção, paixão. É diferente do que na minha empresa, que é só negócio. No Vasco, não. No Vasco é amor."
"Nunca tive o sonho, nunca pensei em participar dessa vida política do Vasco, porque eu sou bastante retraído. Eu não gosto muito de aparecer, falar. Eu apareço mais no meu trabalho. Eu tenho essa facilidade de trabalhar, mostrar o meu trabalho. Eu sou um pouco fraco no marketing."
"A minha vida é ligada à contabilidade. Por isso, eu tenho facilidade para lidar com documentação, números e tudo. Eu estou me doando agora ao Vasco, coisa que eu nunca tinha feito anteriormente. Agora estou participando e tendo a honra de poder colaborar com o Vasco. Tudo aquilo que o Vasco já me deu, de sonhos, realizações, alegrias, agora eu vou dar um pouquinho também para o Vasco."
"Eu queria esclarecer algo que o pessoal confunde muito. O Conselho Fiscal é um órgão independente. Ele é um órgão não da diretoria. Muita gente fala 'Esse Conselho Fiscal é do Roberto', 'Esse Conselho Fiscal é de fulano de tal'. Não, o Conselho Fiscal é independente. Ele está lá representando os sócios. Isso é importante que se diga. O Conselho Fiscal é um órgão independente. Ele está lá para dar sustentabilidade ao clube, olhar a situação, o que está sendo feito certo e errado, orientar. O que é conselho? É dar conselho. Fala-se também em conselho consultivo. Consultivo é o quê? É consulta. A diretoria precisa trocar mais ideias com o Conselho Fiscal. Infelizmente, na última gestão houve uma quebra disso. Começou muito bem. Nós estávamos orientando a diretoria em certos assuntos e depois de um certo tempo tivemos problemas lá e quebrou isso. Não quer dizer que o Conselho Fiscal vai fazer o que a diretoria quer, vai assinar qualquer coisa porque vem da situação. Não é verdade isso. Sob a minha presidência, eu vou ser muito rígido. Eu tenho os amigos na diretoria, mas nós vamos trabalhar com números, documentos. Eu só enxergo o documento. Não adianta fulano falar e aparecer na imprensa isso e aquilo. Eu quero ver o documento. Eu sempre primei por isso. Nós tivemos algumas desavenças no Conselho Fiscal, sempre com muito respeito. Eu fiz dois pareceres em separado, mas em cima de documento. Eu não fiz parecer em cima de ouvi falar, coisa que saiu na imprensa, não. O Conselho Fiscal tem que se ater a documentos, não ao que foi dito por aí."
"Eu acho importante, mas não essencial, ter pessoas com conhecimento contábil e jurídico. Até hoje eu estava conversando e falei que deveria ter uma pessoa, no Conselho Fiscal, da área contábil, e uma pessoa da área jurídica. O terceiro poderia ser uma outra pessoa, mas que traga alguma coisa, tenha algum conhecimento. O nosso antigo presidente, por exemplo, era um engenheiro, mas uma pessoa que conhecia muito, conhecia a vida do Vasco, os pormenores de dentro do Vasco. São pessoas assim que somam no Conselho Fiscal. Aquilo também que 'Vamos aprovar isso tudo', e isso eu vejo muito por aí no dia-a-dia. A diretoria já traz um parecer pronto para o Conselho Fiscal assinar. Isso não é um ou dois, não. Isso é a maioria. Poucos são os Conselho Fiscais que examinam documentação. Justiça seja feita, no Vasco, desde que nós entramos, verificamos: a quantidade de documentos é imensa. Para vocês terem uma ideia, o orçamento do Vasco gira em torno de R$ 100 milhões. Transformem isso, Vasco, para uma empresa privada. Uma empresa com um faturamento de R$ 100 milhões é uma empresa que tem um movimento grande. Nós temos em torno de 400, 500 empregados. É uma empresa grande, então a responsabilidade do Conselho Fiscal é muito grande. O Conselho Fiscal não aprova contas, mas dá o seu parecer para que seja aprovado ou não pelo Conselho Deliberativo. Eu, tendo essa área contábil, a minha responsabilidade é muito maior. Eu amanhã não posso dizer 'Isso eu não sabia', Fiz mais ou menos'. Não, eu tenho que primar pela minha profissão, pelo meu nome. Felizmente, eu tenho um nome. No Brasil todo, nessa área contábil, quando se fala em Hélio Donin, todo mundo respeita. Eu quero que amanhã vocês, vascaínos, torcedores, sócios, conselheiros, digam isso: o Hélio passou pelo Vasco e deixou o recado dele."
"Eu quero voltar a tranquilizar os sócios, os conselheiros, que o Conselho Fiscal vai trabalhar não só na verificação dos documentos, como tentando ajudar, orientar a diretoria. Eu tenho um acesso muito bom a todos os diretores do Vasco. Justiça seja feita, eu estou há três anos no Conselho Fiscal e em momento algum fui pressionado ou me foi feito qualquer pedido, pela diretoria ou qualquer membro da diretoria, para fazer alguma coisa que não estivesse dentro do legal. O Roberto e qualquer um dos vice-presidentes, nunca ninguém chegou."
"Eu gostaria de passar essa tranquilidade para todos do Vasco e voltar a repetir: nunca nenhum diretor ou qualquer membro da diretoria veio a mim pedir para fazer alguma coisa fora da legalidade. E também acho que estão sabendo: se vier, não vai ter guarida aqui. É uma honra muito grande, para mim, presidir um poder do Vasco. Nunca sonhei com isso. Sempre fui um vascaíno de arquibancada. Para mim, é um prazer muito grande estar podendo ajudar o Vasco. Graças a Deus, não preciso do Vasco. Não tenho planos políticos dentro do Vasco. O Conselho Fiscal e agora a presidência caíram para mim de paraqueda. Nunca fiz força. Nunca cheguei e pedi a ninguém para ter esse ou aquele cargo, e jamais vou fazer isso."
"Nós vamos procurar, no Conselho Fiscal, realmente fazer aquilo que o torcedor e o sócio deseja. Nós vamos fiscalizar com bastante segurança e tranquilidade. Eu, na minha vida, primei sempre pela tranquilidade, com humildade e simplicidade. Tudo isso eu gosto. Às vezes, eu sou até chato em estar falando isso sempre. Mas eu acho importante. Eu conquistei tudo que conquistei na minha até hoje desse jeito, então não tem como mudar."
Fonte: NETVASCO (transcrição)