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Médicos comentam relação com problema sofrido por Gomes em 2010


Segunda-feira, 29/08/2011 - 13:10

O médico do Vasco, Alexandre Campello, disse que o Acidente Vascular Encefálico (AVE) que Ricardo Gomes sofreu no último domingo tem a ver com o problema que teve nos tempos de São Paulo. Em entrevista ao Sportv, o responsável pelo departamento médico do clube cruzmaltino, que está acompanhando o caso de perto, falou em um problema arterial.

“Certamente [teve a ver com o problema dos tempos de São Paulo]. Aquela vez ele teve uma isquemia transitória. Isso normalmente se dá por um pico hipertensivo. Ele deve ter uma hipertensão arterial mal controlada”, disse Campello, entrevistado na porta do hospital Pasteur, onde o Ricardo Gomes está internado.

O problema dos tempos de São Paulo aconteceu em fevereiro de 2010, logo após um clássico contra o Palmeiras. Depois do jogo, Ricardo Gomes sentiu-se mal e foi internado com um acidente vascular cerebral isquêmico. O técnico, no entanto, recuperou-se e voltou a trabalhar normalmente, sem nenhum tipo de sequela.

Desta vez, a situação ficou mais grave. Ricardo Gomes sentiu-se mal durante o clássico contra o Flamengo, foi levado à pressas para o hospital Pasteur. O treinador foi submetido a uma cirurgia para contenção da hemorragia, mas seu quadro ainda inspira cuidados.

“Ele está em coma induzido. Foi feita uma tomografia que mostrou regressão do hematoma. Felizmente o procedimento foi feito de forma muito rápida. Entre o atendimento e a cirurgia foram cerca de duas horas”, disse Campello, que também falou sobre os desdobramentos do problema.

“É cedo para falar em sequela. Hoje é impossível avaliar o estado neurológico. Não é possível avaliar fala e motricidade, por exemplo, porque ele está sedado. Daqui a 72 horas vai ser possível avaliar melhor”, completou, também ao Sportv.

MARCO AURÉLIO CUNHA VÊ RELAÇÃO, MAS EXPLICA: 'NÃO É CONSEQUÊNCIA'

Em entrevista ao UOL Esporte, Marco Aurélio Cunha, dirigente do São Paulo em 2010 e um dos médicos responsáveis pelo atendimento ao técnico na época, afirmou que quando há dois casos parecidos, a relação é óbvia. Porém, o problema sofrido no último domingo não pode ser considerado uma consequência do outro.

"A relação existente provavelmente é na origem, na pré-disposição do paciente. Não é uma consequência, em 2010 ele teve um pequeno sangramento em uma arteríola mínima. Foi um micro AVC, uma coisa muito pequena e que foi totalmente tratada", explicou.

Fonte: UOL