Recentemente, o novo presidente do Conselho Deliberativo, Abílio Borges, deu declarações sobre o nosso estádio de São Januário, suas possíveis reformas e modificações. Foi uma aula de desconhecimento da alma do Vasco, além de uma série de contradições em relação à sua visão de estádio rentável e eficiente.
Vamos analisar suas declarações?
“O conceito, hoje, de um estádio de futebol para o Vasco da Gama, seria de 30 a 35 mil lugares.”
Não é minha intenção discordar do conceito em si. No entanto, uma reforma/modernização do estádio que deixe sua capacidade inferior a 40 mil pessoas, continuará dando um argumento para que o Vasco não possa abrigar os clássicos em seu estádio. Além disso, a Conmebol volta e meia procura, em fases decisivas de suas competições, permitir apenas a utilização de estádios que possuam uma capacidade mínima de público.
Devemos lembrar que a capacidade do nosso estádio nunca deve sair da nossa imaginação, mas sim de análises como cumprimento de legislação para poder comportar determinada quantidade de público, exigências das federações e confederações para abrigar determinadas competições, etc.
“Não adianta, quem tem dinheiro é que manda, em qualquer lugar do mundo.”
Não no Vasco! No Vasco sempre mandou o trabalhador, o operário, o humilde. Essa é a diferença do Vasco para todos os outros clubes, em qualquer lugar do mundo. Como pode o presidente do Conselho Deliberativo não saber disso?
“(…)tomando o seu uísque, a sua cerveja, e com estacionamento para o seu carro.”
Aí é desconhecimento da lei. Não pode beber e dirigir. Mas pra quem acha que “quem tem dinheiro é que manda…”
“Cheguei à conclusão que o Engenhão foi um presente de grego para o Botofogo. O Botafogo, manter aquilo, daqui a algum tempo vai ser quase impossível. Aquilo custa muito dinheiro para manter, porque ele é muito grande.”
Guardem essa informação. Já voltaremos a ela.
“Eu antigamente era totalmente favorável ao fechamento. Hoje, eu tenho minhas dúvidas”.
Hoje tem suas dúvidas. Tudo bem…
“Voltando à questão de fechar, eu sou favorável a que feche.”
É favorável ou não é? Se até na área de engenharia, onde é profissional, tem indecisão e contradição, imagine no resto.
“Aquele estádio inaugurado na década de 20, com todo o fair play da época, aquele negócio bonito, sensacional, as mulheres de vestido comprido desfilando. Você já imaginou que troço bacana, o Getúlio de chapéu?”
Desculpe-me, mas o senhor errou de clube. O Fluminense fica em outro bairro.
“E ter um estádio maior para se disputarem os grandes jogos.”
Mas e o que o senhor disse do Botafogo lá em cima? Pro Vasco não custaria muito dinheiro manter? Vou respeitar seu sonho e não criticarei a idéia de ter dois estádios. Mas por favor, o que o senhor quer na realidade? A arena de 30 mil, o estádio grande pros grandes jogos ou o estádio retrô grã-fino imitando o Fluminense?
“Mas eu sou favorável para resolver os problemas que temos hoje em dia, até que o Vasco tenha muito dinheiro para outras soluções.”
Ou seja, em momento algum se cogitou a idéia de realizar reformas com contenção de despesas. A preocupação não é essa.
Pensou-se em dar conforto aos sócios através de investimentos. Que tal pensar em conforto através de trabalho? É pensar e agir. Por exemplo. Quem tem direito a gratuidade só pode entrar por uma roleta ao final das sociais. É uma fila demorada e sem sentido, já que na maioria das vezes a entrada principal das sociais não tem demora na fila. Ser idoso e ir a São Januário é triste, pois para exercer seu direito de gratuidade, tem de esperar, no mínimo, 20 minutos na fila. Mas são ações que demandam inteligência e trabalho, e aí fica muito difícil esperar alguma coisa.
Fonte: Netvasco
Comentários Equipe CASACA!
Fonte: Casaca