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Wilsinho diz que Vasco precisa de disposição para vencer o clássico
Sexta-feira, 26/08/2011 - 12:23
Com passagens por Vasco e Flamengo, o ex-atacante Wilsinho, o "Xodó da Vovó", viveu como poucos a experiência do duelo histórico e fala com autoridade quando o assunto é o "Clássico dos Milhões". Incomodado com o atual retrospecto do time cruzmaltino, onde atuou de 1976 a 1981, ele não pensa duas vezes na hora de apontar o que anda faltando para que os vascaínos voltem a ter uma vantagem no confronto. No próximo domingo, às 16h, no Engenhão, os rivais se enfrentam mais uma vez pela 19ª rodada do Brasileirão.
"Vasco e Flamengo é guerra. Os jogadores precisam entender isso. Falta disposição atualmente do lado vascaíno, e por isso faltam vitórias. Não adianta ter um jogador mais técnico, um time bem arrumado, se na hora que a bola rolar estiver faltando vontade. O Felipe, por exemplo, vai desfalcar o Vasco, mas isso não pode ser um problema, basta que o seu substituto tenha uma disposição ainda maior. A habilidade fica de fora nessas horas", afirmou Wilsinho, acrescentando ainda um fato curioso que acontecia no vestiário vascaíno em dias de duelo contra o Flamengo.
"Lembro que a coisa era tão séria que o Ramon (companheiro de Wilsinho no time vascaíno de 1977) dava uma de louco no vestiário. Antes dos jogos, ele passava um bálsamo de benguê, uma pomada que ardia demais, no "saco" (órgão genital), para entrar em campo voando, fervendo, cheio de disposição. Era engraçado, mas ele realmente arrebentava nos jogos e foi importante naquele título carioca", relembrou o ex-jogador, que atualmente trabalha como observador das categorias de base do clube de São Januário.
Se Wilsinho fala com o “sangue quente”, Rondinelli, ídolo do Flamengo, autor do gol do título estadual de 1978, pensa diferente. Ele recorda passagens do tempo de jogador, mas deixa claro que não imagina a existência dos clubes sem os seus rivais.
“Naquela época o gol representou a consagração de uma geração. O Zico diz que se emociona até hoje e entendo essa comoção. Fomos comandados por uma comissão técnica de alto nível. É um jogo que será lembrado ainda por muitos anos. Digo isso também pelo fato de o Vasco ter vencido o Flamengo nos dois anos anteriores nos pênaltis. Era uma coisa que estava engasgada. Mas vejo que apesar da rivalidade não tem essa de ódio. Um clube depende do outro. Não existe Flamengo sem Vasco, nem Vasco sem Flamengo”, comentou Rondinelli.
Projetando o clássico, que deve contar com um Engenhão lotado, no próximo domingo, Rondinelli acredita em um jogo com todas as possibilidades de ficar registrado na memória dos grandes “Flamengo x Vasco”
“Os dois times acertaram a forma de trabalhar e estão brigando no topo da tabela. Isso leva um tempo, mas os jogadores agora se conhecem em campo. Acho que temos todas as possibilidades de conferir um clássico que poderá ficar registrado eternamente. São grandes jogadores em campo, um jogo quase que decisivo. Acredito em muitos gols, um sucesso absoluto. É difícil acontecer jogos assim hoje em dia, com essa lembrança toda. O último decisivo foi o do “gol do Pet” e sem ser decisão o Flamengo e Santos, com o show do Ronaldinho. Mas muitas coisas contribuem para isso também. Esse jogo promete emoção. Vale parar e assistir”, finalizou.
Com o conselho dos ídolos, os dois times seguem a preparação para o clássico nesta sexta-feira. O Flamengo treina na parte da manhã no CT Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Já o Vasco trabalha na parte da tarde, em São Januário.
Fonte: UOL