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Abílio Borges defende que eleições continuem sendo no meio do ano


Quarta-feira, 24/08/2011 - 18:28

Em participação no programa de rádio 'Só Dá Vasco', Abílio Borges, novo presidente do Conselho Deliberativo, defende que as eleições sigam sendo realizadas no meio do ano.

"Já estão querendo tirar o meu mandato (risos)? Não é o do Roberto Dinamite, não. Agora eu estou preocupado com o meu. Eu fui eleito por três anos, não foi? Então eu pretendo garantir o meu direito de estar três anos. Briguei muito para tentar expor as minhas ideias e considerações. Não estou nem preocupado com o Roberto. Estou preocupado com o meu mandato. O meu mandato é de três anos e eu vou lutar por ele. Não quero um segundo após ilegalmente. Eu quero lutar pelo meu mandato de três anos, e o mandato de todos os conselheiros, inclusive o dos próprios conselheiros que não estão querendo. Eles foram eleitos por três anos, a nova oposição, o Léo. Gosto muito deles, são rapazes bacanas. Mas não vamos entrar nessa discussão. Evidentemente, é só pensar um pouquinho. Isso é cristalino, meu querido sócio. Nós acabamos de sair de uma eleição e todos votaram pedindo o quê? Um novo estatuto. Quem define prazo é o estatuto. O estatuto é que vai definir esse prazo. Dentro dessas discussões todas, nós vamos discutir se vale a pena reduzir para um ano, dois, três, para quatro, cinco. Isso será discutido dentro do estatuto. Eu, particularmente, dentro de um modernismo atual, não dá para fazer eleição em novembro. Novembro já é fim de ano e nós estamos preocupados com festas de fim de ano. Nós temos que fazer as eleições mais ou menos pelo meio do ano. É por aí, como está agora. É muito mais simples e gostoso trabalhar numa eleição com o tempo mais ameno. No calor, bufando atrás de voto, dessa história toda... No fim do ano, eu quero é curtir o Natal."

"Eu não sei como funciona nos outros países, mas vamos procurar saber. O que acontece é que um clube ou qualquer empresa estando encaminhada, certinha, com tudo correndo como deve ser, contratos sendo cumpridos, condições financeiras de se manter os contratos, eu não vejo por que a administração não possa mudar no meio do ano. Por que o Vasco tem que estar preocupado porque o técnico vai ser o fulano ou o chiquinho? Não tem nada disso. Eu entendo que a administração tem que ser contínua. Na hora que sai um administrador, tem que entrar outro com a mesma vontade de trabalho, afinal todos querem a mesma coisa. As empresas mudam no meio do ano. Se muda a administração no país, muda-se o primeiro-ministro de uma hora para outra, em pleno mandato, em plena guerra: e para melhor. Por que não se pode ter uma noção, com cabeça fria, para que todos possam escolher a administração melhor para o clube? Eu não vejo obstáculo a isso. Eu vejo obstáculo é em se tentar colocar o clube dentro de uma linha de trabalho, de vontade, e na hora que sai um, entra outro e não tenha que mudar nada. O outro que sai tem que deixar dinheiro em caixa para que se prossiga. Em mudança de fim de ano dá muita bagunça, muita festa, se abandonam as coisas, o pessoal está preocupado em passar as férias em Paris, Miami ou na Bahia. Eu continuo achando que no meio de ano é muito mais tranquilo. Todo mundo bota paletó e gravata no meio do ano, não tem problema, estamos em plena era de trabalho, todo mundo está trabalhando. Eu fui professor e diretor de uma grande empresa. Um dos maiores homens de mecânica de solos do mundo, José Antonio da Costa Nunes, dizia 'Quando eu tenho que dar algum serviço, pedir alguma coisa a alguém, vou dar para aquele que está mais ocupado, não vou dar para aquele que está sem fazer nada'. Nessa altura do ano, nós todos estamos trabalhando. Por isso, eu acho que isso é natural. Três anos, vamos decidir isso. As soluções virão normalmente. Evidentemente que esta opinião minha será debatida no Conselho. Eu não vou dar opinião porque terei que presidir a reunião. Mas se empatar, vocês já sabem qual é a minha opinião. Democraticamente, eu não vou votar."

"No meio do ano você não está com o time ganhando nem perdendo, está classificado. Fica mais fácil até. É uma decisão menos apaixonada, mais fria do eleitorado. Tudo é mais tranquilo no meio do ano. O Vasco tem que ter calendário. Nós não temos no futebol carioca, no futebol brasileiro, mas eu espero, pelo menos dentro do Conselho, nós vamos estabelecer uma coisa que se chama calendário."

Fonte: NETVASCO (transcrição)