Hoje diretor do Cosmos, Cobi Jones relembra rápida passagem pelo Vasco
Domingo, 21/08/2011 - 12:08
A passagem pelo Vasco não traz grandes jogadas ou gols marcantes, mas por se tratar de um americano e ter uma cabeleira que lembrava o ex-zagueiro Quiñonez, campeão brasileiro de 1989, Cobi Jones se tornou inesquecível. Contratado pouco depois da boa atuação na Copa do Mundo de 1994, ele chegou ao Rio de Janeiro com status de grande aposta no clube, mas não conseguiu repetir o sucesso que o tornou ídolo em seu país. Hoje, com 41 anos e já aposentado, ele, ao lado de Pelé, faz parte da diretoria do Cosmos, que tenta reativar o ex-time do Rei.
- Eu sou um embaixador e diretor associado do futebol. Minha função é promover o clube. Ajudo a estabelecer uma visão do futuro e preparar o Cosmos, encontrando jogadores de qualidade. Pela minha experiência, também ajudo, quando necessário, a formatar a tabela do campeonato nacional (MLS) - disse ele, que também tem como 'colega de trabalho' o francês Eric Cantona.
Após a era Pelé (1975/1977), houve uma diminuição do interesse americano pelo futebol. A falta de patrocínios fez o clube fechar as portas em 15 de setembro de 1984. Ano passado, o empresário inglês e ex-diretor do Tottenham Paul Kemsley comprou a equipe de Pinton, nos Estados Unidos, e a transformou no novo Cosmos. Eric Cantona e Cobi Jones foram contratados para ajudar nesse processo.
Tanto sucesso acabou influenciando no interesse do Vasco, que o contratou em 1995. Cobi não teve muitas oportunidades no clube, jogando apenas quatro partidas. Mesmo assim, ele diz que foi uma grande experiência e lembra com carinho da Praia da Barra da Tijuca.
- Tenho saudades de como o futebol era jogado. Existia uma forma divertida e jovem de se praticar. Foi uma experiência maravilhosa, que me ajudou bastante. Quando eu estava na Inglaterra (Coventry City – 1994/1995), ganhei uma visão operária do esporte e aprendi muito. Quando me mudei para o Brasil, era tudo sobre desfrutar mais do jogo, o jeito brasileiro, que se encaixaramm melhor com minha personalidade naquele momento da minha carreira. Eu amei a praia, e como a vida no Rio está concentrada ao redor da praia... - lembrou o americano, que morou em Copacabana e depois na Barra da Tijuca.
A estreia com a camisa vascaína aconteceu no dia 21 de outubro de 2005, no campo do Internacional de Jacarepaguá. Cobi Jones entrou para participar da vitória por 2 a 1 sobre o Campo Grande, em jogo válido pela Copa Rio. Na ocasião, o time do Vasco contou com: Márcio, Fausto, Valkmar, Leonardo Siqueira e Jefferson; Cristiano, Richardson (Coby Jones), Geovani (Genílson) e Yan; Robinho e Pedro Renato (Igor). O técnico foi Alcir Portella.
Após quatro jogos no Vasco, Cobi resolveu voltar aos Estados Unidos para atuar no Los Angeles Galaxy. Depois de 350 partidas, 70 gols pelo clube e um apelido de lenda “Cobi Legend", pendurou as chuteiras em 19 de março de 2007. Com tanto prestígio, recebeu o convite para trabalhar como auxiliar de Ruud Gullit no time. Pouco depois, com o pedido de demissão do holandês, foi promovido a técnico.
- Ambas as experiências (jogador e técnico) são gratificantes. Existe a mesma alegria em cada jogo, encara-se a habilidade e inteligência de adversários diversos. A grande diferença é na parte física, pois um treinador não precisa ter tanta condição física como um jogador – brinca.
A próxima Copa do Mundo, que será realizada no Brasil, é vista como um grande momento para Cobi Jones. Segundo ele, será uma experiência maravilhosa, e eleconfia no bom rendimento da seleção dos Estados Unidos, que ainda precisa passar pelas eliminatórias.
- Será uma experiência maravilhosa. Os Estados Unidos têm jogadores de qualidade e podem fazer uma grande competição. Quem sabe não viajo para ver.