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Rodrigo Caetano comenta valorização de Dedé e assédio europeu


Sexta-feira, 19/08/2011 - 10:43

Dedé definitivamente foi um grande investimento do Vasco em todos os sentidos. Tecnicamente o clube conta com um zagueiro que vive um excelente momento, foi convocado pela segunda vez para Seleção Brasileira e é titular absoluto do time. Mas fora de campo ele também deve trazer benefícios. Principalmente financeiramente. No ano passado, quando o zagueiro renovou seu contrato, o Vasco investiu R$ 1 milhão para adquirir 50% dos direitos econômicos de um jogador que hoje vale até 8 milhões de euros (cerca de R$ 18,2 milhões).

A outra metade dos direitos econômicos de Dedé cabe ao Villa Rio, clube comandado pela empresa Ability. Apesar de já ser um grande negócio, o Vasco poderia ter tido 100% do jogador caso vivesse uma situação financeira mais tranquila. Durante a negociação, houve a possibilidade de o clube comprar por completo o jogador, mas acabou faltando dinheiro. O Cruz-Maltino hoje ainda tenta negociar com a empresa para ter a outra metade com ajuda de grupos financeiros, mas não é uma negociação simples, já que a Ability não pretende abrir mão da "menina dos olhos".

Dedé chegou ao Vasco por empréstimo após o Carioca de 2009 sem qualquer custo ao clube. Um ano depois, ele quase não teve o contrato renovado principalmente quando se envolveu em polêmica após causar uma pequena lesão em Carlos Alberto em dividida durante um treino. No entanto, sua permanência depois do Carioca de 2010 foi recomendada pela comissão técnica, e o empréstimo foi prorrogado até o fim do ano, novamente sem custos. O Volta Redonda, nesta altura, já não tinha mais os 30% dos direitos econômicos do jogador.

Veio a titularidade, e Dedé começou a se destacar. Surgiu então uma proposta de 1 milhão de dólares (cerca de R$ 1,5 milhão) do futebol coreano. Na ocasião, ele chegou a ficar abalado com a notícia. Enquanto os investidores pensaram em vendê-lo, o Vasco fez de tudo para segurá-lo. A decisão se mostrou mais do que acertada. No fim do ano, veio a nova renovação contratual, só que desta vez foi em definitivo. Dedé assinou com o Vasco por quatro anos confirmando também a divisão dos direitos econômicos: 50% para o clube, 50% para a Ability.

Diretoria vascaína reconhece evolução

Para o diretor de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, a evolução de fato é impressionante, mas ele acredita que está diretamente relacionada ao momento que o Vasco vive em campo.

- De nada adianta o jogador se destacar se o clube vai mal. Ninguém olha para quem luta contra o rebaixamento. Conquistamos uma Copa do Brasil e estamos fazendo uma bela campanha no Campeonato Brasileiro. Isto ajuda - afirmou o diretor, explicando que, cada parte envolvida analisa o caso com um olhar diferente.

- Para o clube, priorizamos sempre a questão técnica. Por isso nos esforçamos para mantê-lo aqui ano passado. A parte financeira é consequência. Já os investidores fazem a análise de maneira inversa. A prioridade é outra - disse.

Em uma estimativa de mercado, Rodrigo reconhece que Dedé se valorizou demais. Ano passado, após o Brasileiro, em que foi eleito melhor zagueiro da competição, o preço girava em torno de 5 milhões de euros (cerca de R$ 11,4 milhões). Hoje em dia, o valor fica na casa dos 8 milhões de euros (cerca de R$ 18,2 milhões). Com as convocações para a Seleção Brasileira e a participação na Taça Libertadores, há quem pense que os direitos econômicos podem aumentar ainda mais. No entanto, o diretor vascaíno acha difícil uma valorização maior.

- Não sei se vai aumentar muito mais não. Mas admito que não é fácil analisar o mercado. Por exemplo, uma boa campanha de um atacante na maioria dos casos acarreta em uma valorização. No entanto, isso raramente acontece com zagueiros. No fim das contas, tudo acaba sendo especulação. Vamos ter essa noção quando surgirem propostas oficiais - finalizou.

Até esse dia chegar, o "Mito", como é chamado pelos torcedores, vai conquistando cada vez mais seu espaço nos corações vascaínos. Depois da campanha "Não se vende Dedé", agora a bola da vez é dizer que "Não vi Pelé, mas vi Dedé". Pé no chão e ciente de que a carreira está crescendo cada vez mais, o zagueiro só agradece.

- Agradeço de coração aos torcedores do Vasco por todas as homenagens que fazem para mim seja nos estádios ou na internet. Muitos falam isso reconhecendo o trabalho e o esforço que eu faço em campo. Quero sempre melhorar para poder ajudar o Vasco - afirmou Dedé.

Fonte: GloboEsporte.com