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Basquete: Vasco pretende participar do NBB em 2012
Sábado, 13/08/2011 - 23:24
Enquanto as seleções brasileiras masculina e feminina se preparam para os Pré- Olímpicos da Argentina, no fim do mês, e da Colômbia, em setembro, o basquete carioca respira por aparelhos. À exceção do Flamengo, hexa estadual, nenhum grande do futebol investe no adulto. Tanto que o p re s i d e n t e d a f e d e r a ç ã o (FBERJ), Álvaro Lionides, ainda aguarda o OK do Fluminense, quanto à participação no Estadual Masculino adulto, de 14 de setembro a 16 de dezembro.
Já confirmaram inscrições Flamengo, Tijuca, Macaé e Campos. O Tijuca contratou Coloneze e Arnaldinho. Botafogo e Vasco não irão jogar, e o Riachuelo desistiu.
— Alegam que não querem perder para o Flamengo por 40 pontos, mas quem forma atletas se expõe — diz Lionides, lembrando, por exemplo, que Botafogo, Fluminense e Vasco têm história no basquete.
Mackenzie desiste
O Flamengo tem dois títulos brasileiros e um da Liga Sul- Americana. De acordo com Cristina Callou, vice de Esportes Olímpicos, o clube não deixa de praticar modalidade tradicional e que apaixona a torcida.
— Eu lamento. Claro que não estou satisfeita com um Estadual com quatro times. Adoraria ver clássicos, mas o Flamengo faz a parte dele, gastando R$ 5 milhões/ano.
Para ela, todos saem perdendo. O time anunciou importantes reforços, como o argentino Kammerichs, bronze olímpico em Pequim-2008; Caio Torres, da seleção e que atuava na Espanha, o americano David Jackson, melhor da Liga das Américas, além de ter mantido Marcelinho e outros.
— Faremos amistosos, para prepararmos o time para a Liga Sul-Americana, em outubro, e para o NBB, em novembro. Alguns treinos são mais fortes que jogos do Estadual, que não servem de parâmetro — analisa Callou. — Um Estadual forte atrairia patrocinadores, mas com um campeonato deste nível, a TV não transmite.
No Fluminense, Renê Machado, superintendente de esportes do clube e ex-atleta, conta que o Fluminense enfrentou problemas financeiros. Por isso, não poderia se expor com time inexperiente:
— O clube deu um passo atrás, para depois ir adiante.
Segundo Marcelo Bunte, coordenador do basquete tricolor, a possibilidade de obter o patrocínio para o Estadual é pequena.
— Os quatro grandes precisam um do outro, para um Estadual forte que tenha um plano de marketing que atraia patrocinadores. Uma cidade olímpica merece campeonato digno — defendeu.
No Botafogo, Miguel Angelo da Luz, diretor de esportes olímpicos, deixa claro que não jogará o adulto por falta de patrocínio, já que a equipe forte para o NBB custa R$ 7 milhões/ano:
— Se alguém monta um grande time de vôlei, é convidado para a Superliga. Para ir ao NBB, um time tem de vencer um torneio de acesso. Aí, a empresa pensa duas vezes se vale a pena patrocinar.
Com o presidente Roberto Dinamite reeleito, José Pinto Monteiro, que é vice de Esportes Olímpicos e de Responsabilidade Social, deverá ficar com o Infanto-Juvenil e Responsabilidade Social, passando os esportes de alto rendimento a outro dirigente.
Brasil faz amistoso hoje
Dinamite afirmou há alguns dias que quer jogar o NBB de 2012 e que vai priorizar também vôlei, natação, atletismo, remo e rúgbi, cuja sede olímpica em 2016 será São Januário. Segundo Monteiro, a ideia é a de parcerias, sendo a do vôlei, com Giovane Gavio (bicampeão olímpico).
— Tivemos (ontem) reunião com uma empresa que nos apresentou projeto para formar uma equipe adulta em 2012 e cuidar da base. Vamos conversar — revela Monteiro.
Embora sem a força de torcida dos grandes, times tradicionais estão deixando a modalidade aos poucos, caso do Mackenzie, do Méier.
— Por falta de patrocínio, só mantivemos as escolinhas. Não dá para fazer sequer a base. Queremos voltar a ter equipes de base em 2012, mas é difícil porque os comerciantes da área não nos apoiam — revela o presidente do Mackenzie, Eugênio Freire Bastos, que se lembra dos bons tempos do alvinegro do Méier. — Vários jogadores começaram no nosso clube e foram às seleções brasileiras de base, como Alexey, Max e João Batista.
Dificuldades também enfrenta o Jequiá, da Ilha do Governador. Resiste e investe R$ 6 mil por mês na base masculina e feminina (12 aos 17 anos).
— Não temos time adulto há cinco anos. Para ter uma equipe competitiva, é fundamental o patrocínio. No passado, fazíamos jogo duro e ganhávamos dos grandes — conta o diretor de basquete do clube, Daniel Riente, que também se queixa da falta de apoio do comércio local. — Já tivemos craques como Pai Nego, Boleta, Bigu, o argentino Aguirre, e o Wagner do Flamengo, que começou aqui.
Em preparação para o Pré- Olímpico, o Brasil enfrenta o México, hoje, em São Paulo, às 12h. Anteontem, a equipe bateu o México por 79 a 57.
Fonte: O Globo