CAMPEÃO NA BOLA...
NA EDUCAÇÃO...
E NAS RELAÇÕES HUMANAS!
Em 2007 havia ali um clube enfraquecido em seus resultados esportivos, em sua imagem e, sobretudo, em suas relações humanas e sociais. Quatro anos depois, em 2011, para muito além dos 80 mil m² da área de São Januário, o Vasco da Gama renasce e se expande não apenas no futebol, mas no mercado. Somente entre 2008 e 2010 o Gigante da Colina apresentou crescimento de 501% em quantidade de parcerias, percentual invejável a organizações de qualquer segmento. Muito mais do que o importante título da Copa do Brasil 2011, o clube hoje busca a identificação com as suas pessoas e com a sociedade na qual é inserido.
Além da liderança carismática e intuitiva de Roberto Dinamite, Presidente e ídolo maior de sua história (que completa 113 anos), o Vasco tem uma equipe de outros líderes, empresários inovadores em suas áreas, que somam idéias e ideais de vida, que se doam, aliando competência técnica à paixão e respeito pela instituição. “A flexibilidade é o componente que devemos usar para equilibrar, corretamente, a paixão com a técnica; afinal você pode ser um exímio técnico, mas se não tiver a paixão pela instituição não vai dar certo, porque o clube mexe com a paixão de um povo e isso é algo que precisa ser levado muito a sério”, considera Dinamite, que cumprimenta com calma e educação a todos, um a um, do faxineiro ao vice-presidente, todos os dias em que chega ao clube.
Mas a primeira grande lição que o Vasco apresenta para as empresas é a de que se reconstruiu com holofotes direcionados não somente a si mesmo, mas à sua comunidade e à população do Rio de Janeiro, tendo como ponto de partida a criação da Vice-Presidência de Responsabilidade Social e Esportes Olímpicos, sob a batuta de José Pinto Monteiro, um empresário com ampla experiência e realizações neste segmento – em sua empresa JP Monteiro.
“A responsabilidade social é uma forma ética de avaliar os relacionamentos entre pessoas; a criação desse foco, pelo Vasco, demonstrou uma virada na filosofia de trabalho, vinculando-a ao aprimoramento dos seus colaboradores e da comunidade com a qual se relaciona, com base em valores como Cidadania, Desenvolvimento Cultural, Ética, Transparência, Diversidade e incentivo à Criatividade”, explica José Pinto Monteiro.
O Trabalho do “apêndice Social” do Vasco se iniciou pelo mapeamento do nível de qualificação de cada um dos empregados do clube – hoje são 535 – visando não apenas entender que lacunas de escolaridade deveriam ser preenchidas, mas também que nível de expectativa, em relação aos benefícios, seria necessário para fidelizá-los e comprometê-los. Hoje, além dos cuidados com a saúde, o clube investe em educação e treinamento. “Além do engajamento natural dessas pessoas, os três reflexos principais desta ação são os atletas melhores cuidados, o ambiente em boas condições e o torcedor melhor acolhido”, aponta.
Seguindo uma tradição pioneira de receber pessoas de todas as classes e cantos do Brasil, certamente o maior “case” do Vasco para o mundo corporativo na inteligente estratégia de investir na base, está no Colégio Vasco da Gama que, desde 2004, já formou 243 alunos, sendo 173 no ensino fundamental e 67 do ensino médio. Para este ano a previsão é de 30 no ensino médio e 45 no fundamental. Trata-se da única instituição de ensino da América Latina, vinculada a um clube esportivo, localizada dentro das dependências de seu estádio.
Os 288 alunos são atletas do Vasco. Além das disciplinas usuais e dos idiomas estrangeiros, como inglês e espanhol, eles aprendem Filosofia, Sociologia e Cidadania. Phillipe Coutinho (hoje na Inter de Milão – Itália), Alex Teixeira e Alan Kardec, para citar alguns, já passaram pelas carteiras, que ficam a apenas cinco minutos a pé do gramado de São Januário.
Em julho de 2009 o colégio obteve a autorização definitiva para funcionar pela Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC).
“Conscientizamos cada um sobre a importância e o retorno que a Educação traz para a vida pessoal, afinal nem todos seguirão a carreira de jogador de futebol ou a de atleta profissional”, admite Cristina Braga, Diretora do Colégio, profissional com mais de duas décadas de experiência na área da Educação.
O trabalho pedagógico e acadêmico é personalizado, sendo aplicado a rapazes e moças que chegam ao clube com níveis distintos de cultura e formação. Semanalmente a freqüência e o desempenho de cada aluno são encaminhados aos coordenadores das modalidades esportivas. É exigido um desempenho escolar no mínimo para que eles prossigam no esporte.
O Colégio Vasco da Gama fornece uniforme, material escolar, lanche, além de ações de motivação como festas de integração, olimpíada de matemática e concurso de redação.
“Nossa papel é o de fazer com que o aluno tenha uma visão holística, que o ajude a levar o aprendizado para potencializá-lo na prática esportiva”, diz Juliana Gomes, uma das três Coordenadoras Pedagógicas do Colégio.
Um jovem bem educado – casos de Leonardo, Kaká e Raí – se sai muito bem na administração do patrimônio pessoal, problema para muitos atletas e ex-atletas, segundo o Monteiro.
“Durante muito tempo o jovem jogador imaginava que ao comprar um carro conversível e se casar com uma loura estava por cima; a maioria que só fazia isso perdia tudo; há jogadores que foram até mais brilhantes do que o Leonardo em sua geração, mas que por não terem formação acadêmica se perderam, é preciso cuidado em como se de dizer isso”, alerta o Vice de Responsabilidade Social.
Formar atleta não é mais suficiente: o trabalho do Vasco constrói cidadãos autônomos e empreendedores. Até por isso, o Colégio Vasco da Gama também desenvolve com os alunos programas como o Projeto “Aluno-Cidadão, Espelho do Futuro”, que desperta nos jovens a consciência da própria cidadania, por meio de atividades que estimulem a ação solidária e voluntária, junto às comunidades do entorno de São Januário.
GRUPO LET
ALINHADO COM O
EXEMPLO VASCAÍNO
Seguindo o exemplo da Responsabilidade Social do Vasco, o Grupo LET Recursos Humanos tem um projeto ousado de criar uma grande escola. A idéia é a de reunir em um mesmo espaço – provavelmente na Barra da Tijuca, Rio – diversos cursos para a capacitação de profissionais em posições, sobretudo, que exigem formação técnica.
“Nos próximos anos, aumentará muito no mercado a carência por profissionais em determinadas funções; assim como o Vasco, entendo que o papel do Grupo LET é o de apoiar a sociedade para que possamos aproveitar este grande momento que o Rio de Janeiro está vivendo para deixar um grande legado ao futuro do mercado”, desta Joaquim Lauria, Diretor Executivo do Grupo LET.
A rede hoteleira será um dos segmentos diretamente beneficiados pelos resultados da Escola LET (nome ainda provisório).
Muito mais do que as disciplinas básicas de cada função, a escola, tal qual o Colégio Vasco da Gama, irá transmitir cidadania, línguas estrangeiras e conhecimentos diversificados sobre relações humanas. “Preparar profissionais para as exigência cotidianas é ação urgente”, avalia Lauria, que revela está buscando organizações parceiras (como uma empresa de ensino de idiomas, por exemplo) interessadas em agregar sua marca ao projeto.
Joaquim Lauria, bem como Roberto Dinamite e sua equipe de trabalho, defendem a tese de que, para continuar vencedor, um clube esportivo ou uma organização devem intensificar a humanização de suas relações e ações. “Nossa preocupação não deve ser somente a de entrar em campo e ganhar jogos, pois há muitos valores por trás de nossa marca centenária”, confirma o Presidente do Vasco, que se envolve de corpo e alma nos programas sociais do clube, entre os quais o Cidadania Vascaína.
Anualmente, desde 2009, a Rua General Almério de Moura, nas cercanias do clube, é fechada para atividades de prestação de serviços às comunidades da Barreira do Vasco e Morro do Tuiuti. É o programa Cidadania Vascaína. São oferecidos a cerca de 15 mil pessoas cursos de capacitação profissional, espaço para a prática de esportes, emissão de 1ª e 2ª via da carteira de identidade, da carteira de trabalho, aferição da pressão arterial, exame de vista, palestras sobre prevenção de incêndios, seguro-desemprego, corte gratuito de cabelo, teatro educativo, visitas ao Vasco, brindes e kits esportivos. Empresas do setor público e privado, parcerias do Vasco, apóiam o evento.
Estar de mãos dadas às comunidades não acontece em apenas um dia, mas durante o ano todo. Há no Vasco, por exemplo, um programa de educação complementar que faz uso das salas do Colégio Vasco da Gama nos finais de semana para sessões de teatro, cinema, aulas e convenções.
Profissionais do clube também atuam dentro das comunidades em diversos projetos, como o Adolescente Aprendiz (que forma jovens para atuar no mercado de trabalho) e o Mão na Massa (que prepara mulheres para atuar na construção civil), este último, pioneiro em termos de clube de futebol.
Parou por aí? Não. Responsabilidade Social é muito mais. O Vasco também investe seriamente em programas de saúde ambiental, reciclagem de lixo eletrônico, óleo de cozinha, lâmpadas fluorescentes, grama do campo de futebol, no projeto carbono neutro e em muitos outros.
Frederico Lopes, Vice-Presidente de Patrimônio do Vasco, é um profissional do ramo da construção civil que realiza um trabalho de suporte vital à área de Responsabilidade Social. Além da restauração de várias dependências, sua vice-presidência adotou a acessibilidade aos deficientes físicos como uma bandeira em todos os projetos, incluindo a inauguração do primeiro ginásio paraolímpico do Estado do Rio.
“Com instalações em ótimo estado podemos pensar em atender um número maior de pessoas, em sonhar mais alto, com audácia”, aposta Frederico.
Em um mundo altamente competitivo, a imagem externa de uma organização também é avaliada pelos valores que ela pratica. “Responsabilidade Social é um dos pilares da plataforma de marketing do Vasco, afinal o relacionamento do clube com a comunidade associa muito valor às empresas que nos apóiam, principalmente ao citarmos uma Eletrobras, que deseja fazer o bem ao ser entorno”, confirma Marcos Blanco, Diretor Executivo de Marketing, outro parceiro sempre proativo do trabalho de José Pinto Monteiro.
Segundo o executivo Paulo Sardinha, Diretor de RH da Turbomeca do Brasil (empresa que fabrica e faz manutenção de motores de helicópteros” e membro da equipe de Monteiro, como Diretor de Responsabilidade Social, mais do que ser um “case” para o mercado, o exemplo mostrado pelo Vasco comprova como a paixão pelo esporte pode ir além de suas próprias fronteiras e alcançar aspectos sociais relevantes.
“De minha parte, tento transferir para o Vasco tudo que o desenvolvi dentro da iniciativa privada; a implantação deste conhecimento em um grande clube garante uma gestão profissional, moderna e com resultados”, assegura Sardinha.
Com os resultados de sustentabilidade obtidos pelo Club de Regatas Vasco da Gama acredita-se que a fórmula paixão+competência+transparência+Educação continue sendo igual a vitórias.
Fonte: NEWS LET – A Revista do Grupo LET Recursos Humanos
Edição de Julho/Agosto
Fonte: Site oficial do Vasco