O time alvinegro fez três dos quatro gols no primeiro tempo, se recuperou da derrota para o Figueirense na rodada anterior, pulou para os 25 pontos e está na sexta posição do Brasileirão após 15 rodadas. O Vasco perdeu depois de seis jogos (cinco vitórias e um empate) e continua com 27. A equipe está em quarto lugar e ficou a seis pontos do líder Flamengo.
O próximo compromisso do Botafogo é a estreia na Copa Sul-Americana contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas, na quarta-feira. Pela mesma competição, mas no dia seguinte o Vasco recebe o Palmeiras, em São Januário.
Esta foi a primeira vez que o Bota derrotou o rival no Engenhão. Nas cinco partidas anteriores foram três empates e duas vitórias vascaínas.
Juninho melhorou das dores na coxa direita que o tiraram da vitória por 2 a 0 sobre o Santos, na quarta-feira. Porém, o técnico Ricardo Gomes o deixou no banco de reservas e manteve a tática implícita do revezamento no time titular entre o apoiador e Felipe. Melhor para o volante Jumar, que entrou no time há duas rodadas e lucrou com a consistência defensiva nos jogos contra São Paulo e Santos.
Sem Maicosuel, suspenso, o técnico Caio Júnior apostou em Felipe Menezes. Na lateral, Alessandro perdeu o lugar para Lucas. Antes do jogo, os botafoguenses bicaram a superstição que caracteriza o clube e lançaram o novo uniforme – com mudanças discretas, predominantemente na gola. Em 2010, quando estreou a camisa cinza, o time foi nocauteado por 6 a 0 pelo Vasco e a vida útil do modelo foi curta. Desta vez foi diferente. Bem diferente.
O pontapé inicial do jogo foi uma homenagem a Zagallo, que na próxima terça-feira completa 80 anos. Simultaneamente, o sistema de som do Engenhão informou que o ex-jogador e ex-treinador terá uma estátua no estádio.
Depois da comentada festa de casamento em uma lanchonete fast food árabe na quinta-feira, Cortês mostrou a força de quibes e esfihas. Ele fez grande jogada e rolou para Marcelo Mattos chutar. Fernando Prass caiu e defendeu. O goleiro vascaíno também trabalhou bem logo depois, em cobrança de falta de Renato.
A velocidade do Botafogo incomodou a defesa vascaína. Mas o primeiro gol da partida saiu de uma bola parada. Aos 10, Renato cobrou escanteio, a defesa vascaína mirou Loco Abreu, mas esqueceu-se de Antônio Carlos. Rômulo ainda tentou puxá-lo, mas o zagueiro subiu e cabeceou firme no canto direito de Fernando Prass.
O Vasco acordou com a desvantagem e respondeu na mesma moeda, mas esbarrou em Jefferson. Felipe cobrou escanteio, Alecsandro subiu na primeira trave e desviou. A bola entraria, mas o goleiro alvinegro se esticou e salvou com um tapa rente ao chão.
O time melhorou, mas parte da torcida cruz-maltina se incomodou com os erros de Marcio Careca. Ele passou a receber vaias a cada toque na bola. Uma linda tabela, com toques de calcanhar e peito de Diego Souza e Alecsandro quase terminou com um gol de Fagner. Porém, o cabeceio saiu fraco e Jefferson segurou.
Logo na sequência, aos 27, o Alvinegro ampliou. Cortês levou a bola para o meio e, de direita, encontrou Herrera livre nas costas de Anderson Martins. O argentino chutou e Fernando Prass espalmou. No rebote, Loco Abreu bateu rasteiro e fez o segundo. A torcida celebrou o uruguaio, mas não se esqueceu de Cortês e gritou o nome do lateral também. Pressionado por causa da irregularidade da equipe, Caio Júnior comemorou com raiva, cerrando os punhos e olhando para a torcida.
O resultado supunha total superioridade, mas o Vasco também teve lampejos. Só que faltava quem definisse as jogadas com precisão. Depois de Alecsandro chutar em cima da zaga dentro da grande área, a torcida pediu a entrada de Elton.
Mas seria justo também pedir por zagueiros. Se levou a melhor sobre Neymar e Lucas, Dedé não pode se gabar de bom desempenho contra Abreu. Sem empecilhos defensivos do rival, o Botafogo fez o terceiro antes do fim do primeiro tempo. Lucas recebeu bom passe de Felipe Menezes e cruzou. Prass espalmou mal e Elkeson serviu Abreu de cabeça. Ele chutou de primeira no canto direito e fez o terceiro. O uruguaio se igualou a Herrera e Lucio Flavio como maior artilheiro da história do Engenhão, inaugurado em 2007. Cada um marcou 23 vezes.
O resultado desastroso do primeiro tempo fez Ricardo Gomes trocar Marcio Careca por Juninho. Jumar foi improvisado na lateral esquerda. A torcida festejou a entrada de Juninho com a música relembrando o “gol monumental” de 1998. Nem parecia que o placar apontava 3 a 0 para o adversário.
Abreu quase fez o quarto. Ele levou a melhor sobre Dedé e cabeceou no alto. Prass teve de se desdobrar para salvar. Com atuação infernal na esquerda, Cortês foi ao fundo e cruzou à meia-altura. A bola passou pela pequena área e Loco Abreu completou no travessão.
A atuação confusa do Vasco foi pontuada pela expulsão de Diego Souza. Craque da última rodada, o meia jogou mal e saiu de campo batendo boca com o árbitro Marcelo de Lima Henrique.
Foi a senha para os botafoguenses gritarem “olé” e aplaudirem de pé a substituição de Cortês. A partida entrou em marcha lenta, mas não a ponto de impedir outra intervenção linda de Jefferson após chute de Julinho da entrada da pequena área. Os vascaínos deixaram as arquibancadas cabisbaixos e ouvindo ao fundo o deboche dos alvinegros.
Muitos nem viram o quarto. Aos 46, Renato, que teve ótimo desempenho, rolou para Herrera acertar o canto direito e encerrar a festa do Botafogo.
BOTAFOGO 4X0 VASCO
Local: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Público: presente 26.283 / pagante 21.238
Renda: R$ 605.680,00
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Cartões amarelos: Cortês, Elkeson (BOT); Dedé, Jumar, Felipe, Diego Souza (VAS)
Cartão vermelho: Diego Souza, 20'/2ºT (VAS)
Gols: Antônio Carlos, 10'/1ºT, Abreu, 27'/1ºT, Abreu, 40'/1ºT, Herrera, 46'/2ºT
BOTAFOGO: Jefferson, Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Cortês (Márcio Azevedo, 23'/2ºT); Marcelo Mattos, Renato, Felipe Menezes (Lucas Zen, 35'/2ºT) e Elkeson (Cidinho, 30'/2ºT); Herrera e Abreu. Técnico: Caio Junior.
VASCO: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Anderson Martins e Márcio Careca (Juninho, intervalo); Jumar, Rômulo, Felipe (Leandro, 31'/2ºT) e Diego Souza; Eder Luis (Julinho, 16'/2ºT) e Alecsandro. Técnico: Ricardo Gomes.
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Fernando Prass | 6.2324 | 3º | 7.1046 |
2º | Dedé | 5.2024 | 1º | 7.6457 |
3º | Anderson Martins | 4.8119 | 2º | 7.2586 |
4º | Juninho | 4.6482 | * | 7.5675 |
5º | Felipe | 4.1771 | 4º | 6.9368 |
6º | Fagner | 4.1273 | 12º | 6.1511 |
7º | Jumar | 3.8933 | 11º | 6.2117 |
8º | Romulo | 3.7581 | 14º | 6.0997 |
9º | Julinho | 3.6466 | * | 6.0689 |
10º | Eder Luis | 2.7755 | 6º | 6.5026 |
11º | Diego Souza | 2.6134 | 8º | 6.3931 |
12º | Leandro | 2.4612 | 18º | 5.3506 |
13º | Alecsandro | 1.9265 | 15º | 5.9406 |
14º | Márcio Careca | 1.4862 | 19º | 5.2778 |