No reencontro com seu ex-clube, Ricardo Gomes conseguiu anular as principais peças do São Paulo (leia-se Lucas e Rivaldo) e viu Diego Souza brilhar na única chance que teve, com o passe perfeito para Eder Luis. O resultado leva o Vasco aos 24 pontos, a quatro do líder Corinthians. A dobradinha de títulos nacionais é um sonho que pode ser alcançado.
Do outro lado, o São Paulo só brilhou no começo do jogo. Depois, faltou imaginação para furar a marcação rival e tentar o empate. O torcedor saiu frustrado com o segundo tropeço seguido no Morumbi e vaiou muito a equipe – há duas rodadas, o Tricolor só empatou com o Atlético-GO. Ainda com 25 pontos, o time de Adilson Batista perde a vice-liderança para o Flamengo e termina a rodada em terceiro, empatado em pontos com o Palmeiras. Pelo menos, a diferença para o Corinthians segue a mesma: três pontos.
Na próxima rodada, o São Paulo tentará a reabilitação contra o Bahia, na quinta-feira, às 21h, novamente no Morumbi. Na quarta-feira, o Vasco receberá o Santos em São Januário, às 21h50m.
O técnico Ricardo Gomes sabia dos perigos que o Vasco enfrentaria no Morumbi. Por isso, deixou o ídolo Felipe no banco de reservas e reforçou a marcação no meio-campo com Jumar, que ficaria encarregado de marcar Lucas. No entanto, o vascaíno não conseguiu frear o ímpeto do meia, principal válvula de escape do ataque são-paulino.
Com o zagueiro Luiz Eduardo improvisado na lateral esquerda, o técnico Adilson Batista liberou o paraguaio Piris para atacar muito pela direita. Ao lado de Lucas, o estreante infernizou o Vasco por aquele setor. Com personalidade, o novo lateral-direito do São Paulo foi bastante solicitado e criou as melhores jogadas. Ele e Lucas tiveram uma boa chance cada, mas ambos pararam em Fernando Prass. O volume ofensivo fez o Tricolor mandar no jogo em seus primeiros 20, 25 minutos, e promover um verdadeiro duelo de ataque contra defesa.
Depois disso, o Vasco cresceu e se lançou. Em sua partida de número 300 pelo Vasco, com direito a camisa comemorativa, Juninho foi vigiado de perto por Wellington durante boa parte do primeiro tempo. Quando se descuidou, o ídolo vascaíno começou a levar perigo em cruzamentos e passes mais açucarados. Mesmo assim, Rogério Ceni teve pouco trabalho com o ataque rival.
Em 45 minutos aparentemente tranquilos, a arbitragem do catarinense Paulo Henrique Bezerra destoou. Em lance capital, ele não marcou pênalti de Anderson Martins em Dagoberto – em uma jogada muito rápida, o atacante são-paulino invadiu a área e foi derrubado. Foi Dagoberto que tocou por último na bola, antes de ser calçado pelo adversário. Confuso, o árbitro também deixou de marcar algumas faltas para os dois times.
O São Paulo começou o segundo tempo no “abafa”, colocando até oito homens no campo de ataque para abrir logo o placar e resolver o jogo. Já sem Juninho, mas com Felipe, o Vasco teve maturidade suficiente para administrar a tentativa de pressão e matar o jogo de forma cirúrgica, em um contra-ataque perfeito.
Logo aos 7 minutos, ironia ou não, foi Lucas quem perdeu a bola que originou a jogada perfeita pedida por Ricardo Gomes. A transição foi rápida para o ataque, e Diego Souza, em um toque, colocou Eder Luis na cara do gol. Nas costas de Henrique Miranda, o atacante soltou a bomba e a bola ainda beijou a trave antes de entrar: 1 a 0, o gol da eficiência cruz-maltina.
Adilson Batista agiu rapidamente e colocou Marlos na vaga de Piris, deslocando Jean para a lateral direita. Natural que o Tricolor ganhasse volume lá na frente, mas não significa que as chances foram criadas. Lucas caiu demais de rendimento, e Rivaldo teve atuação apagada, bem abaixo de suas apresentações recentes. Sem a inspiração da dupla, o que se viu foi um time que ciscava, ciscava, mas não levava perigo a Fernando Prass. Aí, ficou fácil demais: em tabelinha com Jumar, Felipe chutou colocado e fez o segundo do Vasco, já no minuto final.
Sem força para reagir, o ânimo só veio de Florianópolis, onde o líder e rival Corinthians enfrentava o Avaí. Sem ter muito o que comemorar, a torcida que foi ao Morumbi explodiu com os três gols da equipe catarinense na vitória por 3 a 2. Dos males, o menor: a distância para a ponta da tabela continua a mesma do início da rodada. Enquanto isso, o Vasco vai chegando. A dobradinha Copa do Brasil/Brasileirão vai tomando contornos de realidade.
SÃO PAULO 0 X 2 VASCO
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 31 de julho de 2011, domingo
Hora: 16 horas (de Brasília)
Renda: R$ 590.578,00
Público: 23.369 pagantes
Árbitro: Paulo Godoy Bezerra (SC)
Assistentes: Kleber Lucio Gil e Angelo Rudimar Bechi (ambos de SC)
Cartões amarelos: Julinho e Jumar (Vasco)
Gols: Eder Luis 6'/2ºT (0-1) e Felipe 47'/2ºT (0-2)
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Piris (Marlos 18'/2ºT), Xandão (Henrique Miranda 36'/1ºT), Rhodolfo e Luiz Eduardo; Jean, Wellington, Carlinhos e Rivaldo (Fernandinho 34'/2ºT); Lucas e Dagoberto - Técnico: Adilson Batista.
VASCO: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Anderson Martins e Julinho (Eduardo Costa 29'/2ºT); Rômulo, Jumar, Juninho (Felipe - Intervalo) e Diego Souza; Eder Luis (Leandro 29'/2ºT) e Alecsandro - Técnico: Ricardo Gomes.
Estatísticas de São Paulo 0 x 2 Vasco | Estatísticas de São Paulo 0 x 2 Vasco | Estatísticas de São Paulo 0 x 2 Vasco |
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Dedé | 9.2994 | 1º | 7.6577 |
2º | Fernando Prass | 8.5335 | 3º | 7.0936 |
3º | Felipe | 8.2525 | 4º | 6.9968 |
4º | Eder Luis | 8.2405 | 6º | 6.5725 |
5º | Anderson Martins | 8.1875 | 2º | 7.2846 |
6º | Diego Souza | 8.1375 | 7º | 6.4169 |
7º | Jumar | 7.6634 | 9º | 6.2535 |
8º | Romulo | 7.5006 | 15º | 6.1130 |
9º | Juninho | 7.3174 | * | 8.1514 |
10º | Julinho | 6.9180 | * | 7.2800 |
11º | Eduardo Costa | 6.7813 | 10º | 6.2305 |
12º | Fagner | 6.5434 | 12º | 6.1479 |
13º | Leandro | 6.3170 | 18º | 5.4932 |
14º | Alecsandro | 5.9146 | 14º | 6.1218 |