O zagueiro Dedé foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira e mostrou para todos que tudo é possível com dedicação e empenho. Reserva do Vasco até metade do ano passado, o camisa 26 foi conquistando seu espaço no time e no coração dos vascaínos, que hoje o tem como um ídolo.
Quem acompanhou de perto a trajetória de Dedé no futebol foi sua mãe. Em entrevista ao repórter Jorge Eduardo, da Rádio Globo, Dona Maria Helena falou sobre o início díficil do filho e lembrou que o 'Mito' da Colina batalhou muito para chegar ao patamar que está hoje.
Confira na íntegra a transcrição da entrevista:
Vocês acreditavam que o Dedé chegaria tão rápido a Seleção?
"Nós da família acreditavamos muito nele, mas não sabíamos, não tínhamos noção, de que seria uma coisa tão rápida. A gente não tinha nem uma previsão de mãe, por exemplo. A gente tem aqui uma foto dele num quadro, com cinco anos no colégio, com uma taça na mão e a camisa amarela, da seleção. É coisa de colégio, que antigamente fazia na época de Copa para as crianças tirarem fotos. Então, eu olhava para foto e via uma coisa muito longe. Eu achei essa foto e agora aconteceu. Isso faz a gente volta lá atrás."
Então, podemos dizer que a trajetória do Dedé não foi fácil?
"Fácil não foi. Foi uma coisa muito díficil para nós, para mim e para ele. Eu tenho três, ele e um casal, a Mariana e o Glaydson. Foi muito díficil. Eu separei muito cedo, quando ele tinha quatro anos e sabia que seria díficil. Eu ficava me perguntando o que iria fazer agora para os meus filhos, na época a Mariana era pequenininha. Daí você olhava para um lado, olhava para outro. Eles sempre gostaram muito de futebol e eu levava. Ele chegou até a quebrar as coisas todas dentro de casa jogando futebol. Não vou falar para vocês que foi um sonho, pois não foi sonho não. Foi acontecendo. As coisas foram acontencendo. O Dedé também não teve ajuda. Já teve época, quando o Dedé tinha doze ou treze anos para jogar na escolinha do Nélson, que o treinador dele chegou para mim e mandou eu comprar uma chuteira para ele. Na época, quando o Dedé tinha 12 anos, ele já calçava número 41. Eu não tinha dinheiro para comprar aquela chuteira profissional, aquela de marca, e comprava aquelas chuteiras humilde. Essa rasgava automaticamente em dois, três treinos."
D. Maria Helena, mãe de Dedé
Fonte: Supervasco