Depois sofrer grave lesão na derrota do Vasco contra o Guarani (SP) por um a zero, em 25/09/2010, pelo Campeonato Brasileiro, no Brinco de Ouro, Nilton se prepara para vestir a camisa do Gigante da Colina.
Em entrevista ao repórter Hugo Lago, da Super Rádio Brasil, o volante conta como está a ansiedade de voltar aos gramados e a fase do tratamento:
- A expectativa é grande, depois de ficar dez meses afastado dos gramados. Isso é um prazo muito longo até para um atleta, que sempre está num momento de desgaste, do contato físico. Aconteceu comigo, mas não vou ser o primeiro nem o único atleta a ficar esse tempo todo longe. Falei com todos os médicos aqui, provavelmente dia 20 [de agosto] eu já possa estar jogando. Essa semana, já vou começar a voltar às minhas atividades que eu estava fazendo normalmente. Deu uma inflamação no meu joelho, mas agora já está tudo bem, graças a Deus. Agora é voltar àquela intensidade de quando estava já para retornar.
Fase do tratamento:
- Estou junto com os preparadores físicos que ficam com os que saem do departamento médico. Depois, vou para a mão do Rodrigo [Polleto], o preparador físico. Estou na mão deles aqui, fazendo reforço na academia e fazendo uma corrida. É uma coisa que não pode ultrapassar as etapas, tem que ter uma precaução, até por eu ter tudo duas lesões recentemente no joelho. A preocupação está sendo a todo momento. Graças a Deus, estou sentindo meio joelho firme, estou me sentindo bem. Estou conseguindo manter o peso, que não pode deixar passar, porque acaba sobrecarregando. Estou tendo todo esse cuidado, esse carinho por parte dos médicos, dos fisioterapeutas, dos preparadores físicos. Isso está sendo muito bom para eu poder voltar com força total, a jogar da maneira como eu parei em outubro, quando eu acabei operando.
Como Nilton administra a ansiedade em voltar, depois de dez meses em contato com bola?
- Foi meio desgastante. Tive até que trabalhar psicologicamente. Tive que refazer um enxerto. Tive que pegar outro tendão para refazer o ligamento cruzado. Isso é uma coisa com que eu fiquei um pouco chateado no momento. Mas a minha filha veio num momento maravilhoso na minha vida, e isso acabou me entretendo, ajudando um pouco a passar o tempo um pouco mais rápido. A minha esposa e todos os meus companheiros aqui do clube acabaram me reerguendo, sempre me colocando com a auto-estima lá em cima. Eu posso dizer que isso foi fundamental nesses dez meses que eu me mantive fora dos gramados. Sou um ser humano, tenho sentimentos. Lógico que eu fiquei um pouco cabisbaixo no começo, um pouco triste, mas o pessoal, até o próprio Rodrigo Caetano, sempre estiveram me ajudando. Foi muito bom esse contato. Por mais que eu não estivesse nos gramados, o pessoal sempre vinha, me incentivava, colocava meu ânimo lá em cima. Isso foi muito bom nesse tempo. Aí que a gente vê quem são os amigos. Posso dizer que estou rodeado por uma família, que são esses jogadores.
Briga pela titularidade vai ser mais difícil?
- Com certeza, até porque o grupo está vindo numa crescente muito boa. A tendência é a disputa ficar mais acirrada ainda. Todos vão querer buscar o seu espaço, todo mundo vai querer estar jogando. Todos vão tentar se empenhar, se dedicar, e eu não vou ser diferente. Agora vou retornar e tentar fazer da melhor maneira o meu trabalho, voltar com força total para buscar o meu espaço, pois até quando eu tive essa lesão, eu ia completar 100 jogos [pelo Vasco]. Estuo com 90 jogos com a camisa do Vasco, Com certeza, vai ser uma satisfação e um orgulho muito grande estar completando o centésimo jogo com a camisa do Vasco.
Previsão de volta é dia 20 de agosto?
- Exato. Do dia 20 até o dia 25. Tenho um mês para ter um retorno bem. Tem a preparação física um pouquinho mais forte que eu vou ter que ter. Dou um prazo até para poder ter um contato com bola. Isso leva um tempinho, até pelo tempo que eu fiquei parado. Mas a gente vai voltando à origem, ao preparo físico, a ter aquele contato com o grupo. É aquele negócio: Quem sabe, não desaprende. Então, a gente vai voltar para poder fazer da melhor maneira a melhor coisa que eu sei fazer, que é jogar futebol.
Torcida com saudades das cobranças de falta:
- Com certeza. Eu também estou ansioso, mas até brinquei com o Juninho [Pernambucano]. Falei: 'Poxa, sai falta eu não tenho nem jeito de chegar perto, porque o pessoal já pede o Juninho para cobrar'. Ele falou: 'Não, Nilton, com você voltando, a gente vai ter um diálogo nas cobranças de falta'. Mas é sempre bom ver que o grupo está todo unido, todo mundo querendo o mesmo objetivo. Vamos na busca de mais um título que, com certeza, vai ser muito bom para todos.
Fonte: Supervasco