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Entrevista com Alexandre Pessoal, apresentador da VascoTV


Sexta-feira, 15/07/2011 - 03:34

''Falem, falem, amigos vascaínos ...''

Você que assiste à VascoTV conhece muito bem essa saudação.

É dessa maneira que o entrevistado de hoje abre toda semana o programa oficial do Gigante da Colina na Rede Esporte Interativo e no Youtube.

Quem conversa com o Blog Repórter da Colina (www.reportercolina.com) é Alexandre Pessoal, 37 anos, apresentador da VascoTV, além de filho do cantor e compositor Erasmo Carlos. Também tem raízes na música e enorme paixão pelo clube que representa na telinha.

Alexandre comenta diversos assuntos: sua vida como torcedor do Vasco, atual momento do time de São Januário, vida pessoal, entre outras coisas.

Curta abaixo o bate-papo completo com Alexandre Pessoal.

Apresente-se aos leitores. Fale um pouco sobre a pessoa Alexandre Pessoal.

Falem, falem, amigos vascaínos! Sou Alexandre Pessoal. Músico, designer e apresentador do Vasco TV. Vascaíno até a última ponta, com amor infinito assim como todos os nossos maravilhosos torcedores. Estou pronto para levar a verdade que a grande mídia do nosso país faz questão de não divulgar, favorecendo claramente outros times, que não valeria a pena mencionar em qualquer lugar. Sou Vasco, e ser Vasco é ser mais.

Conte um pouco sobre sua história como torcedor do Vasco.

A primeira lembrança que me vem é de 1982. Logo nessa já ganhamos da "molambada" de 2 a 1 em plena chamada "Era Zico" (só rindo mesmo dela). Tínhamos que começar falando então da "Era Roberto", lindamente Marquinhos ex- jogador marcou de cabeça ao que me lembro agora. Ali nascia um amor sem precedentes, infinito, nascia também uma pessoa disposta a lutar diariamente pelo Vasco, e é isso que eu tenho feito desde então. Ser Vasco o tempo inteiro, para todos. Com o programa na Vasco TV nós queremos isso, que cada vascaíno seja o nosso time não somente na hora do jogo, título ou da gozação ao adversário, queremos ações diárias o tempo inteiro pelo Brasil e Mundo, nós somos Vasco e isso basta.

Eu já fiz algumas coisas que não valeram à pena, como brigas. Nós temos que usar os fatos e a história para conseguirmos juntos mostrar a verdade a todos, não precisamos impor força física. Eu tentei isso durante uns anos, já fui integrante de torcida, não de carteirinha, pois meu pai jamais aprovaria, mas ia a todos os jogos incluindo algumas viagens, pegava e guardava bandeiras em São Januário e Maracanã. Já bati e apanhei muito, sei que o resultado não vale à pena. Quase já morri em duas delas e se por um segundo eu tivesse feito alguma coisa diferente possivelmente não teria visto meu time ser campeão nem da Libertadores, que dirá agora da Copa do Brasil. Qualquer força que exista em nós, temos que usar para as pessoas que amamos e para o Vasco, jamais contra, indiretamente, nós mesmos.

História de arquibancada: uma vez em São Januário a federação do Rio inventou que não seria vendido ingresso no dia do jogo e que esse, de alguma forma que não me lembro, deveria ser trocado em bancas de jornal. Fui então eu com minha namorada na época e com o irmão menor dela querendo fazer aquela velha "média familiar". Em um dado momento do jogo, o "juiz" que já estava me irritando ao máximo, acabou deixando de dar uma falta, e eu sem pensar muito acabei jogando no campo um relógio velho que eu tinha, mas eu estava no anel à esquerda na parte de cima e meu relógio mal conseguiu passar a grade, caindo bem no comecinho da grama e portanto muito longe do juiz e do campo. Pois bem, um PM me viu jogando sei lá como, me expulsou do Estádio, mesmo eu usando todos os argumentos que cabiam, falando que estava com minha namorada, sobrinho, que não pegou em ninguém, que seria impossível acertar o juiz naquela distância e que nem o cyborg conseguiria. Etc, etc ... Não teve jeito, acabei eu, logo naquele dia, sendo expulso quando exatamente queria dar exemplo ao meu "sobrinho". Por sorte ou acaso, eu acabei ficando com um ingresso já que ele ("meu sobrinho") devido a tamanho acabou entrando sem a necessidade de ingresso, o que me fez retornar, com a camisa amarrada no rosto, assistir ao restante do jogo bem quieto pra não criar nenhuma outra situação complicada. Moral da história, esse menino me acha um "louco", não virou Vasco e eu graças a Deus terminei o namoro (risos).

O momento mais marcante sem dúvida nenhuma foi a Libertadores, já que sou obcecado por essa competição, seguido pela virada mais impressionante do futebol mundial na final da Copa Mercosul no 4 a 3 sobre o Palmeiras.

Como é a relação com seu ilustríssimo pai (Erasmo Carlos) envolvendo o Vasco?

Essa relação nasceu em 1982 como disse acima, já que foi ele quem me levou ao Maracanã para assistir ao Urubu ruir naquela final maravilhosa. Fomos algumas vezes juntos, mas sempre é muito tumultuado e certamente nós fomos muito menos vezes do que gostaríamos, mas foi o que deu para fazer. O último jogo que fomos juntos foi na apresentação do Juninho em São Januário, linda a festa da torcida que lotou o Caldeirão, não muito pelo time, já que empataram com o Figueirense se não me engano. Antes desse jogo, o último que tínhamos ido juntos tinha sido no Maracanã no jogo do retorno à Seria A, onde em especial nesse dia a torcida fez uma festa inesquecível por tudo o que tínhamos passado.

Assisto à maioria dos jogos que não vou ao estádio ao lado dele (Erasmo Carlos), mas confesso que não tenho conseguido algumas coisas, como ir aos jogos por exemplo. Tenho ficado muito nervoso, quase desmaiei no segundo gol do Vasco na final da Copa do Brasil, um dos jogos mais nervosos que já assisti. Minha pressão caiu, preocupando muito minha mulher Daniela. Estou ficando velho mesmo e passando o cajado (risos).

Como se sente podendo apresentar o programa oficial do seu time de coração?

Isso não tem preço. O trabalho que temos feito, além de ser um prazer, nos trouxe uma atmosfera que eu jamais imaginei como torcedor, pois é completamente diferente do que a gente sabe pelos jornais e internet. Quando percebemos isso, sentimos um bom caminho para aproximar também a realidade do clube/torcedor, passando informações importantes para a nossa torcida, que infelizmente tem que ter paciência conosco. Primeiro por que os apresentadores não são jornalistas, segundo que ainda estamos conquistando a confiança dos dirigentes e jogadores. Eles não podem ser eles mesmos se aquele veículo vier pra trucidá-los, eles só podem confiar em quem ajuda, e nós viemos para ajudar. Não queremos levantar problemas, queremos mostrar sempre o lado bom, mas minimamente cobrando o que não concordamos. Temos que ter muito cuidado com o poder da palavra e com esse canal de diálogo que conseguimos e estamos conquistando em um clube tão conservador como o nosso.

Está sempre ao seu lado nos programas da 'VascoTV' o também apresentador vascaíno Leo Cruz 'de Malta'. Fale um pouco sobre esse amigo.

Ele foi quem me deu o presente do convite. Achamos que se tornou o embrião do que temos hoje no canal e a forma da entrevista, logicamente adaptado a imagem. Nós começamos com o Podcast do Vasco e fazíamos entrevistas somente com o áudio dos atletas, o resto foi improviso nosso. E amizade que se fortalece a cada dia.

Você e o Leo Cruz fazem todo esse trabalho na VascoTV sem remuneração, apenas no amor ao clube. Fale um pouco sobre a importância dessa atitude.

Nós entendemos a dificuldade financeira do clube, principalmente para projetos experimentais como se desenhou o nosso no começo. Aos poucos estamos conseguindo imprimir nossa marca, melhorando os quadros, comprando equipamentos, aprendendo com as dificuldades e se fossemos esperar remuneração possivelmente o nosso programa não teria entrado no ar. Acreditamos no conteúdo e no que podemos passar, já estamos na busca de novos parceiros e por enquanto não temos como priorizar isso em nossas vidas devido aos nossos trabalhos individuais. Mas quem sabe um dia o programa possa se transformar no nosso trabalho diário com a cobertura das viagens, concentrações, pré-temporadas e tudo o que tiver Vasco da Gama envolvido?

Hoje em dia, é impossível sairmos do Rio. Um dia quem sabe não conseguiremos montar uma ilha móvel de edição para transmissão ao vivo no canal do Vasco? Imagina em uma competição internacional poder mostrar os bastidores do time, ao vivo direto para a torcida, um Twitter com mais de 10 milhões de seguidores indo para aonde o Vasco for ou estiver ...

Quem é seu maior ídolo na história do Vasco?

Roberto Dinamite. O Vasco tem jogadores de fundamental importância pasra tudo o que foi conquistado e se fosse fazer uma lista contando os zagueiros e meias ela seria de mais de 100 jogadores, mas nada se compara a Roberto Dinamite. Tem muita gente jovem que só tem a imagem dele como Presidente, o que esse cara fez pelo Vasco não existe. Falando um pouco do Presidente Roberto, entre erros e acertos, acho que está no caminho certo.

De um modo geral, como avalia esse conturbado processo político que acontece de três em três anos em São Januário?

Como tudo que envolve política, é sempre meio obscuro, escuso e nunca saberemos o que acontece na verdade, seja no Vasco ou no Brasil. O Vasco não pode ter medo de se modernizar, mas acredito que essa mudança já tenha começado, principalmente com a profissionalização de alguns setores que inacreditavelmente ainda não existiam no Vasco, como o de Marketing por exemplo.

Como foi a emoção de ver o Vasco Campeão da Copa do Brasil?

Confesso que, para mim, o que valeu dessa conquista foi a vaga na Libertadores de 2012 e o fim do jejum. Em um torneio que tem Avaí, Coritiba, Ceará e Atlético-PR, o Vasco tem obrigação de atropelar e ser campeão.

O Vasco ainda disputa dois torneios em 2011: Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana. Está confiante em mais títulos?

Se não contratarmos, não teremos chances. Por mais vascaíno que eu seja, em todos os jogos que o Vasco já teve esse ano, venceu apenas um time que eu consideraria da primeira escala, que foi o Internacional. Nos outros jogos, o Vasco perdeu ou empatou. Reforços já!

O time atual do Vasco terminou com um grande jejum de títulos, uma fase de tristeza. Com isso, foi criado o 'Trem-Bala da Colina' e um novo sentimento. Como analisa esse momento de reestruturação do Vasco, voltando a ser um verdadeiro gigante?

Nunca houve um ‘outro sentimento’, ele é o mesmo sempre, independentemente da divisão ou esporte que leve a marca Vasco. Falar de um novo sentimento me parece falar de um novo amor ou forma dele, e isso não há, o Vasco é um só e o amor é um só. Para mim, a frase "O Sentimento não pode parar" não cabe, pois isso só cabe aos que algum dia tiveram dúvidas quanto a esse sentimento. E o verbo "poder" aí me gera dúvidas, se a frase fosse "O Sentimento que não para nunca", aí sim eu "compraria" a ideia.

Sobre o atual momento, gosto da força do apelido, mas ainda falta muito para esse Vasco aí me trazer a confiança de outras épocas. Vale pelo esforço de todos, temos que ter paciência infelizmente pois o clube estava destruído em 2008, e digo destruído mesmo, e já voltamos à Libertadores em menos de 4 anos. Isso, sim, é um feito a ser muito comemorado.

Quais são suas expectativas para a Libertadores 2012?

Uma só: vencer. O trabalho tem que começar agora, as metas têm que ser muito bem pensadas, temos que conseguir mais investidores para montarmos um super Vasco, não só no papel, mas um time que alie técnica, velocidade e poder de marcação.

Qual a sua sensação com o retorno do ídolo Juninho Pernambucano?

Pode contribuir muito para essa nova fase. Será muito importante na Libertadores. É um cara incrível. Já está se sentindo em casa. Como tem amor pelo Vasco, dá para perceber pelo carinho com que fala com as pessoas no clube, sem comentários, ele é ‘o cara’ de fato.

Em conversas pré-entrevista, me contou sobre suas peças raras, inclusive contou que comprou uma camisa antiga de um menino que passava na rua. Você é colecionador?

Tenho algumas camisas internacionais, que acho bonitas, como: River Plate, Manchester City, Roma, etc. Mas coleção mesmo só do Vasco. Tenho algumas peças raras, como: um conjunto da década de 80 completo com calça e casaco, uma camisa do Roberto assinada por todos os jogadores da época em que brevemente ele formou o ataque com o Romário, uma do nosso querido Geovani que me foi dada pelo próprio jogador, camisa do basquete dos anos 80 quando a Adidas patrocinava o Vasco nesse esporte e mais umas 30 camisas do Vasco de vários tipos, somando futebol, comemorativas, de jogos e uns 3 casacos.

Além do trabalho no Vasco, você também é músico. Fale sobre esse lado da sua carreira.

Meu trabalho com música já chega a 20 anos, pois comecei cedo. Tenho que matar mais que um leão por dia, pois viver de música no Rio é bem difícil. Acredito que isso aconteça no Brasil de uma forma geral, pois culturalmente, se dependesse de apoio dos estabelecimentos ou empresas, grande parte da nossa arte já teria se perdido.

Conheça alguns trabalhos de Alexandre Pessoal - http://www.myspace.com/alexandrepessoal

Já foi reconhecido por um torcedor após o início da VascoTV? Como foi a experiência?

Acho que o trabalho tem sido bem feito, estou pegando "o tom" e tentando melhorar. Confesso que não faço nada além de ser eu mesmo, como sou Vasco de alma, todos que são se identificam. Na chegada do time na volta de Curitiba já tirei várias fotos no aeroporto. Como eu estava muito nervoso e concentrado pra esse título, quase não saí de casa socialmente antes da final, evitando qualquer tipo de situação que fosse de encontro as minhas crenças. Normalmente essas fotos são tiradas com marmanjos, mães de família e crianças (risos). Mas tiro foto com quem for Vasco, logicamente falando do programa por que na música não tenho como ter esse controle. Em São Januário já tirei com vários também e de partes diferentes do Brasil, mostrando a força e potencial da VascoTV.

O que representa São Januário para você? O que acha das recentes reformas na Colina?

São Januário é mais que minha casa, é impossível entrar lá em um dia comum e não abrir um sorriso. São Januário foi erguido por nossa torcida no passado, cabe a nós melhorarmos e cuidarmos desse bem imensurável. Sou extremamente contra outros clubes alugarem ou até jogarem de graça lá. Que me desculpem os outros, mas joguem na praia ou na várzea se for o caso. No Vasco, não!

Acho que as reformas demoraram muito, mas vieram em ótima hora. Acho importante mencionar a participação da Brahma nesse processo. Muita coisa tem que ser feita ainda. Eu queria ver aquele anel fechado de arquibancada, aí sim teríamos o verdadeiro caldeirão. Com o tempo as coisas serão feitas, assim acredito.

Lembrando o quadro da 'VascoTV' ...

Qual o 'Do 1 ao 11' na história do Vasco por Alexandre Pessoal?

Eu ia criar um esquema novo no futebol com esse meu time. E no gol vou fazer uma média brincando com os dois maiores que vi jogar (Carlos Germano e Acácio), infelizmente deixarei de fora Mazaropi, que foi o goleiro do primeiro título que vi em 82, mas tenho poucas lembranças. Lembrando que essa ‘SeleVasco’ é formada por jogadores que vi jogar. Meu esquema seria o 4-1-3-2. E como não teria um homem "forte" de marcação, seria praticamente como joga o Barcelona de hoje, onde todos são bons, habilidosos e marcam.

Acácio Germano (G)
Luís Carlos Winck (LD)
Ricardo Rocha (Z)
Mauro Galvão (Z)
Mazinho (LE)
Juninho Pernambucano (V)
Geovani (M)
Roberto Dinamite (A)
Edmundo (A)
Romário (A)
Bebeto (A)

Deixe um último recado ao torcedor cruzmaltino que acompanha a entrevista.

Gostaria de agradecer a você, Pedro, pelo espaço e divulgação do canal. Dizer que seu trabalho também tem sido muito importante, acompanhando de perto o nosso clube e levando a informação sempre de forma inteligente.

À torcida, gostaria de pedir para cada um fazer alguma coisa diariamente pelo Vasco, mesmo que pequena. Nós somos muito fortes, mas se não pensarmos juntos, jamais entenderemos essa força. Nós somos Vasco e isso ninguém nos tira, incondicionalmente amando nosso clube, mas fazendo ações, pois não adianta só cobrarmos ações se não fazemos nada. Vou tentar da melhor forma ajudar com o canal, mas quero que todos entendam que eu não sou o Vasco, apenas faço um programa pra mostrar esse Vasco. Não decido nada lá dentro, apenas levo a você uma informação que jamais chegaria pela nossa lamentável imprensa (exclui-se por favor todos os incríveis vascaínos que fazem parte dela).

Assistam ao programa no www.youtube.com/vasco, nós precisamos de "views". Isso ajuda na hora de negociar com alguma empresa no futuro. O torcedor que se cadastra lá recebe as notícias e programas assim que eles saem do forno. Seja Vasco o tempo inteiro, vamos fazer uma onda mundial por isso. É lindo demais poder ir à China e saber que tem vascaíno lá. É lindo demais saber que em todos os cantos do Mundo o Vasco está presente. Ao Vasco tudo! Vou terminar com a frase que falo no programa: o que você já fez pelo Vasco hoje?

Não apenas repita, faça a sua parte!

Saudações Vascaínas, Alexandre Pessoal.




Fonte: Blog Repórter da Colina