Não é de hoje que o discreto e eficiente Romulo conquistou a confiança de Paulo César Gusmão e Ricardo Gomes, os técnicos do Vasco desde que o jogador está no profissional. Agora, os torcedores também começam a notar mais a qualidade do volante, que, apesar de boas atuações e da importância tática, acaba meio que à sombra de Felipe, Diego Souza e outros atletas mais consagrados.
Animadíssimo com o status que conseguiu e cheio de orgulho com o título da Copa do Brasil, o primeiro como profissional, Romulo espera seguir neste caminho vitorioso.
- Eu não esperava uma conquista dessa com tão pouco tempo de profissional, mas sempre trabalhei para que isso acontecesse. Foi um título muito importante para mim e para muitos jogadores que nunca tinham sido campeões. A Copa do Brasil foi inédita para o clube também. Para minha carreira significa bastante. Agora o pessoal me reconhece mais na rua. Estou bem tranquilo e feliz.
A vida de Romulo não mudou apenas dentro de campo. Até pouco tempo ele morava perto do clube para poder ir andando para os treinos, mas o local não era o que ele idealizava para sua mulher Jéssika e a filha Nicole, de dois anos. Recentemente, mudou para um condomínio confortável no Recreio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ida agora é na base da carona do vizinho Caíque, mas só até conseguir tirar a carteira de motorista.
- Eu morava perto do clube para ficar mais fácil para ir treinar. Mas tive alguns problemas, mas graças a Deus ficou tudo tranquilo. Lá eu ficava exposto demais, ficava na rua direto. Algumas pessoas tentavam se aproximar, até mesmo para fazer cobranças. Estava ficando difícil. Agora, estou em um lugar bom para minha família, minha filha tem uma estrutura legal. A qualidade de vida melhorou bastante. Só tenho que acordar mais cedo (risos), mas não tem problema.
Quem mais gostou da mudança foi a pequena Nicole, que agora tem espaço de sobra para brincar. Para Romulo, a filha, que nasceu quando ele ainda estava no Porto-PE, é como um amuleto.
- Tive a minha filha em 2008. Foi quando a minha carreira começou a dar certo. A minha responsabilidade aumentou, passei a pensar tudo de outra forma.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o volante contou como foi sua vida até chegar ao Vasco, seu bom momento e suas expectativas:
Como foi a sua infância no Piauí até a ida para Pernambuco jogar no Porto, de Caruaru? Como surgiu o Vasco na sua vida?
No começo foi muito difícil. Eu jogava pelada na minha cidade (Picos), aí um olheiro fez uma peneira e me levou para Caruaru para jogar pelo Porto-PE. Assinei o meu primeiro contrato profissional com 16 anos. Fiquei lá até os 19. No fim de 2009, acertei com o Vasco. Joguei a OPG em 2009 e em 2010 fui campeão carioca de juniores. Depois, fui integrado ao elenco profissional e no meio do ano já consegui estrear.
Quais foram as maiores dificuldades que enfrentou quando teve que sair de casa muito novo para buscar seu sonho?
Quando mudei para Caruaru foi complicado, mas eu queria vencer na vida, estava em busca dos meus objetivos. Hoje em dia posso desfrutar do que conquistei até agora. Foi um sofrimento que valeu a pena. A segunda mudança foi bem melhor, já que o Vasco é um grande clube. Me identifiquei bastante, é um prazer defender estas cores. Estou muito feliz e tenho muito que agradecer.
O ano de 2011 tem sido o da sua afirmação. O título da Copa do Brasil foi a cereja do bolo? Esperava uma conquista desta importância em tão pouco tempo de profissional?
Desde o começo do ano que tinha o pensamento de fazer uma grande temporada e buscar títulos no Vasco. Hoje, graças a Deus já posso comemorar esta Copa do Brasil. É a metade do dever cumprido. Vamos procurar melhorar a cada dia para buscar mais coisas boas.
Apesar do seu bom momento, no início do ano houve alguns focos de contestação em cima de você. O Vasco também começou o ano muito mal. Sua trajetória nesta temporada se confunde com a história do time?
Acho que parece um pouco sim. No começo a torcida não acreditava muito em mim, mas consegui, com humildade e trabalho, inverter esta situação. Acho que dei a minha contribuição para o título.
Alguns dos jogadores mais importantes do Vasco declaram que você é fundamental para o time. Contra o Avaí, no primeiro jogo da semifinal, uma lesão o tirou do time, que sentiu muito sua falta. Como encarou todos os elogios direcionados a você?
Me senti orgulhoso quando falaram que eu fiz muita falta. Me esforço para ajudar sempre, para conseguir a confiança de todos. A cada dia tento me empenhar e me firmar mais.
O meio de campo terá agora um novo integrante de peso: Juninho. Como ficará a formação? Há o medo que o time perca poder de marcação?
Acho que vai ficar ainda melhor com o Juninho, que é fora de série, um jogador que não dá para explicar com palavras. Batendo na bola nem se fala. Vamos tirar isto de letra. O Ricardo vai achar um esquema bom para nossa equipe ficar mais forte.
Qual a sensação de ter se classificado para a primeira Libertadores?
Nunca disputei, mas pela televisão dá para ver que é uma competição muito difícil. São vários times bons. É um sonho jogar a Libertadores. Queremos disputar o título.
E os planos para o futuro?
Sempre coloco em foco a Seleção Brasileira. Todo jogador sonha com isso, trabalha em cima disso. Comigo não é diferente. Vou atrás disso.
Fonte: GloboEsporte.com