Em participação no 'Tá na Área', Juninho não descarta jogar de volante
Quinta-feira, 16/06/2011 - 22:41
Como vai ficar o meio de campo do Vasco a partir do momento em que Juninho Pernambucano puder reestrear? A pergunta é feita por muitos torcedores do clube. Se depender do novo jogador do campeão da Copa do Brasil, atuar como segundo volante não será um problema, apesar da idade (36 anos). Nesta quinta-feira, durante a participação no programa "Tá na Área", do SporTV, no qual atacou até como apresentador, o ídolo garantiu que está acostumado a jogar na função.
- Sempre joguei assim, sempre me vi melhor assim. Joguei no Lyon-FRA e no Al Gharafa-CAT (dessa forma). Não tem problema nenhum, mas é o treinador que decide, dependendo da formação. Estou vindo para ajudar a garotada que está lá. A garotada que já conseguiu vencer com o Vasco. Aos poucos, vou entrando no time e vou conseguir me impor também - disse, deixando de lado a dúvida sobre se o time ficaria ofensivo em demasia, já que Felipe e Diego Souza serão seus companheiros no setor.
Na última quarta-feira, o próprio Diego Souza citou o time do Barcelona para ilustrar que não é preciso ter jogadores exclusivos de marcação no meio.
Preparado e cheio de vontade
Juninho ressaltou que está em boa forma física e afirmou que o ritmo de treinamento no Catar, onde atuava anteriormente, não é muito inferior ao praticado no futebol brasileiro. Mas reconheceu, após o primeiro treino em São Januário, que atuar no Brasil é mais complicado.
- No Catar, se treina normalmente. As comissões técnicas são formadas por europeus, brasileiros... Eles levam tudo desses lugares. A grande diferença é que o jogador brasileiro é muito inteligente. O futebol árabe, de uma forma geral, é mais inocente. Você pode não estar nas melhores condições, mas sendo um jogador inteligente, consegue atuar. Pelo treino de hoje (quinta) de manhã deu para perceber que aqui é bem mais difícil. O jogador brasileiro tem a malandragem. Lê mais rápido as situações - analisou.
Para engrenar mais rapidamente, o jogador, que estava em campo até o fim de maio, até ignorou uma oferta de folga do clube carioca.
- É hora de concentração máxima. Ricardo (Gomes, treinador) perguntou se eu queria férias. Eu disse que não.
Braçadeira de capitão
Juninho tornou a admitir que gostaria de ser o capitão da equipe, mas evitou exigir a braçadeira, afirmando que Fernando Prass e Felipe também desempenham muito bem a função.
- Eu gostaria muito de ser o capitão, porque eu acho que seria bom para os outros jogadores. Os jogadores mais jovens se sentem mais à vontade, todo mundo sempre vai esperar que o que está chegando faça alguma coisa a mais. Mas capitão não é só aquele que tem a braçadeira. É quem está sempre junto e ajudando os outros.
O jogador revelou que uma das exigências que fez ao Vasco era vestir a camisa 8, que sempre marcou sua carreira.
- Foi uma das coisas que eu pedi ao Vasco, jogar com a 8. Eu não tenho muito tempo de futebol mais e se fosse o Eduardo Costa, o dono atual, a quem eu enfrentei algumas vezes na França, eu entenderia. Eu sempre gostei de jogar com a oito. Só não a tive no meu último ano (era o número 31).
Vida após pendurar as chuteiras
Aos 36 anos, Juninho reconhece também que está perto de parar de jogar, mas abandonar o futebol não está em seus planos. Embora ainda não saiba exatamente o que fará.
- Não me vejo longe do futebol. Tenho muita vontade, pretensão de ser treinador um dia, mas sei que é muito difícil. Espero que eu seja capaz, que eu tenha sorte como tive jogando. Eu fiz um acordo que, se eu parar no Vasco, eu teria o direito de começar uma nova vida dentro da comissão técnica. Eu gostaria de começar no profissional e colaborar de alguma forma.
Curiosidade do passado
A família tem origem em Pernambuco, mas o pai do ídolo cruz-maltino sempre foi torcedor do Vasco e vinha ao Rio assistir às partidas do clube. O que lhe rendeu um amuleto.
- Meu pai é sócio do Vasco desde 1956. Quando eu vim para o Vasco, ele me deu a carteira e eu guardei até hoje - lembra.