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Alecsandro: 'Para o Vasco só interessa o título e vamos tentar chegar'


Quinta-feira, 16/06/2011 - 17:28

Nem mesmo os 54 gols em dois anos de Inter fizeram Alecsandro cair nas graças da torcida colorada. No Vasco, bastaram sete gols, desde sua chegada em março, para virar ídolo. Campeão e artilheiro da Copa do Brasil, o centroavante curte a boa fase no Rio de Janeiro ao lado da esposa Vanessa e do filho Yan. Mora num apart-hotel e, encantado com a cidade, planeja ficar ainda mais perto da praia: está de mudança para um apartamento à beira-mar.

No time de Ricardo Gomes, se sente à vontade como se lá jogasse há anos. Guarda com orgulho marcas da comemoração do título da última semana: cortes na boca, na testa e um dente mole - fruto de um salto rumo à massa das arquibancadas de São Januário. Sobre sua passagem pelo Beira-Rio, mantém o tom otimista e afirma não guardar mágoas dos murmúrios da torcida. Prefere relembrar os títulos conquistados (Gauchão e Libertadores, em 2010).

— Isso ninguém vai apagar — garante o jogador, vinculado por três anos ao Vasco.

Realizado no Rio, Alecsandro não cortou laços com Porto Alegre. Esteve na Capital no último fim de semana e passeou em um shopping com a família. Neste domingo, retorna à cidade para rever o Grêmio, do qual foi algoz em dois Gre-Nais. Antes mesmo de desembarcar em Porto Alegre, deixa um aviso à Dupla e demais adversários. Mesmo campeão da Copa do Brasil, o Vasco quer mais no Brasileirão (está na 7ª posição, com 7 pontos):

— Só o título nos interessa, e vamos tentar chegar.

Abaixo, confira trechos da entrevista com Alecsandro, concedida por e-mail ao clicEsportes.

Você chegou em março e, três meses depois, e já levantou um título nacional. Como foi para você esse sucesso imediato (no Inter, ficou na reserva por seis meses, em 2009)?

Muito importante pra qualquer jogador começar assim em um novo clube. Nosso time estava muito focado para fazer o Vasco voltar a ganhar um grande título e conseguimos. Isso foi muito importante, pela grandeza do clube. O torcedor merecia essa conquista.

O que dá para contar dos segredos do Vasco, o que o fez campeão?

Acho que o principal foi a vontade e união de todos nós do time. Isso foi muito importante para ganhar o título da Copa do Brasil. Tivemos jogos muito complicados no caminho, inclusive a final, mas mesmo em situações difíceis nunca desistimos. Sempre lutamos muito em todos os momentos e o prêmio chegou no fim do campeonato. O ambiente no Vasco é muito bom. Todos me receberam bem no clube e isso ajuda demais para conseguir uma adaptação rápida. O Ricardo é um treinador que conseguiu uma grande campanha de recuperação com o time, até ganhar a Copa do Brasil. Foi fundamental para todos nós, dando confiança para os jogadores e ajudando ao máximo.

Como é a vida no Rio de Janeiro? Completamente adaptado?

Moro perto da praia, gosto do mar. Nunca morei no Rio antes, mas estou gostando bastante da cidade. O apoio da minha esposa e meu filho foram muito importantes para tudo acontecer da melhor maneira possível.

No Inter, você fez muitos gols, mas foi estigmatizado muitas vezes como um centroavante que não marcava gols decisivos. Depois dos dois gols nas finais contra o Coritiba, como você encara essas críticas?

Não guardo mágoas de nada no Inter. O torcedor na rua sempre me deu muito apoio. Fiz muitos amigos no Sul, tanto no clube quanto fora dele. Graças a Deus, consegui ganhar títulos jogando em Porto Alegre e isso ninguém vai apagar. Fui muito feliz quando joguei no Inter e acho que fiz gols importantes.

Você marcou muitos gols no Inter (54, no total), mas nunca caiu nas graças da torcida. Você se sentiu em algum momento injustiçado?

Não tem como ficar avaliando justiça ou não. Como em um jogo às vezes não acontece o mais justo, com os jogadores também, mas não falo isso de mim, mas sim de uma maneira geral. Fui muito feliz no Inter e na cidade, como já falei. Prefiro lembrar das coisas boas do que ficar pensando em algo negativo, por isso gosto de guardar na memória as coisas boas que passei aí, como os títulos conquistados, o convívio com os amigos e muito mais coisas boas.

Damião era o seu reserva e agora está em grande fase. O que você se lembra dele no dia a dia, chegou a passar algum conselho nos treinos, seja em termos de carreira ou de posicionamento em campo?

O Damião sempre foi um menino que ouviu muito os jogadores mais experientes e se esforçava para melhorar. Conversava muito com ele e espero que tenha ajudado um pouco. Hoje ele está num grande momento, pois buscou alcançar tudo isso e merece tudo que está passando na carreira. Atacante precisa aproveitar a fase, e isso o Damião está fazendo muito bem.

Depois da festa, é hora de pensar na frente. A que o Vasco pode aspirar no Brasileirão?

Para o Vasco só interessa o título e vamos tentar chegar. A maioria dos jogadores, inclusive eu, não jogamos as primeiras partidas do Brasileiro e agora vamos começar a disputar a competição.

Quais os favoritos? E a dupla Gre-Nal, que papel você acha que vai desempenhar?

O Santos tem muitos jogadores bons, o São Paulo está muito forte, tem o Cruzeiro, Corinthians, muitos times. Inter e Grêmio têm bons grupos muito fortes e vão disputar as primeiras posições também.

Raio-X na Copa do Brasil

• Artilheiro da competição
• Média de 0,62 gol por jogo
• Em oito jogos, marcou cinco vezes e deu uma assistência
• O centroavante assinalou um gol em cada jogo da decisão contra o Coritiba. Fez o da vitória em São Januário e abriu o placar contra os paranaenses no Couto Pereira.
• Alecsandro disputou quatro jogos finais de Copa do Brasil e assinalou quatro gols (final pelo Inter, em 2009, e campeão com o Vasco, em 2011)
• Com a camisa cruzmaltina, são sete gols em 13 partidas

Fonte: ClicRBS