Tamanho da letra:
|

Bernardo feliz com a torcida dos conterrâneos de Sorocaba (SP)


Quarta-feira, 08/06/2011 - 13:54

Vidros rachados, lâmpadas estouradas e registros quebrados. Era esse o cenário da casa de Bernardo Viera de Souza, no Parque Iguatemi, zona industrial de Sorocaba, quando o meia-atacante do Vasco ainda era criança.

Joelma Viera Souza, 43 anos, mãe do jogador, não imaginava que a potência daqueles chutes que destruíam a casa toda um dia seriam motivo de tanto orgulho. Bernardo pode se tornar nesta quarta-feira campeão da Copa do Brasil quando entrar em campo, às 21h50, para enfrentar o Coritiba, no Estádio Couto Pereira.

“O Bernardo não parava. Ele só pensava em bola. Não estava nem aí para bicicletas e outros brinquedos”, lembra Joelma. “Teve uma vez que ele foi jogar no campinho na rua debaixo de casa e foi mordido por um cachorro, tem as marcas até hoje, mas e nem assim parou.”

O amor e o dom pela bola são hereditários. Zé Hélio, pai do meia-atacante, também foi jogador profissional. Ele atuou em diversas equipes do país, como o Palmeiras e o Sport-PE, nas décadas de 1980 e 1990. “Ele [Bernardo] sempre entrava em campo comigo”, diz. “Bernardo e Rafael [goleiro do Santos] eram amigos. Inclusive ele fez vários gols no Rafael.”

Questionado se o filho é melhor que ele, Zé Hélio responde sem hesitar: “Não tenho a menor dúvida disso”.

Confira abaixo a entrevista com Bernardo:

Como você se sente sendo o único sorocabano disputando a Copa do Brasil e sabendo que a população da cidade está torcendo por você?

Fico feliz em saber que o pessoal da minha cidade torce por mim e saber dessa torcida me dá ainda mais força para essa batalha que vamos ter na quarta-feira contra o Coritiba.

Você já atuou em algum dos clubes de Sorocaba? Imaginava que um dia estaria defendendo uma das principais equipes de futebol do Brasil?,

Não, fui ainda menino para o Cruzeiro e foi lá que me formei. Imaginava, claro. Quando decidi ser jogador de futebol, ainda garoto, esse era meu grande objetivo. Sempre tive como meta me profissionalizar, jogar por uma grande equipe, conquistar títulos, chegar na Seleção Brasileira... Graças a Deus, aos poucos meus objetivos estão sendo atingidos e espero conseguir mais um na próxima quarta-feira.

Seu pai trabalha no Atlético Sorocaba, você torce para o clube? Como é a sua ligação com os dois times da cidade, o Atlético e o São Bento?

Como meu pai trabalha no clube, eu torço muito pelo sucesso dele e consequentemente pelo clube. Mas sai muito cedo de Sorocaba e não tive oportunidade de jogar em nenhum dos dois clubes, por isso não tenho nenhuma ligação.

Você costuma vir para Sorocaba? É reconhecido pelas pessoas na rua?

Tem sido cada vez mais difícil devido aos compromissos com o Vasco, como concentrações, jogos e viagens. Além disso, tenho uma filha em Minas Gerais e nas horas vagas acabo indo ve-la também. Mas sempre nas festas de fim de ano e quando temos algum jogo em São Paulo com folga em seguida, aproveito para passar um tempo ao lado da família. Hoje, por causa dos jogos transmitidos pela televisão, as pessoas estão me reconhecendo mais nas ruas. Acho esse carinho legal e é uma coisa que todo jogador busca.

E qual é o sentimento de participar de mais uma final?

Nossa, é uma emoção muito grande ter a oportunidade de participar da conquista de um título inédito para o Vasco. O time já está de parabéns pela grande campanha que fez na competição, mas se conseguirmos o título, ficaremos marcados na história do clube.

Fonte: Rede Bom Dia