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Técnicos de Vasco e Coritiba duelam por reconhecimento nacional
Quarta-feira, 01/06/2011 - 17:21
Personalidades semelhantes, objetivos idênticos. Muito parecidos na forma de agir, Ricardo Gomes e Marcelo Oliveira têm a grande possibilidade de chegar a uma posição de destaque no futebol brasileiro no próximo dia 8 de junho, quando sairá o campeão da Copa do Brasil. O primeiro passo será dado nesta quarta, no primeiro capítulo da decisão entre Vasco e Coritiba. Às 21h50m, São Januário receberá dois técnicos ávidos por afirmação no cenário nacional.
Ex-jogador de grande técnica e com passagens pela Seleção Brasileira, Ricardo Gomes começou a carreira de técnico fora do país. Em 1996, recebeu o convite da diretoria do Paris Saint-Germain, da França, onde teve passagens como zagueiro. O desafio de comandar um grande clube francês foi muito bem conduzido. Com apenas dois anos, ele conseguiu ser campeão da Copa da França e da Copa da Liga Francesa (1998). No ano seguinte, mesmo com prestígio em alta, decidiu voltar ao Brasil para dirigir o Vitória. Ganhou a Copa do Nordeste e o Campeonato Baiano. Em 2002, levou o Juventude às quartas de final do Brasileiro. A derrota para o Grêmio marcou o início de uma fase de altos e baixos.
Depois de passar sem sucesso por Fluminense e Flamengo, Ricardo Gomes só voltou a conquistar um título em 2007, quando já estava treinando o Bordeaux, também da França. Foi campeão da Copa da Liga Francesa mais uma vez. Ricardo ainda passou pelo Monaco antes de voltar ao Brasil para comandar o São Paulo. No Tricolor paulista, chegou com a responsabilidade de substituir Muricy Ramalho, tricampeão nacional pelo clube. Brigou pelo título, ficou com a vaga na Libertadores e, contestado, caiu depois da derrota para o Inter na semifinal. A torcida são-paulina não morria de amores pelo treinador, mas na diretoria havia defensores.
- Acho uma das personalidades mais marcantes com que trabalhei no futebol. É honesto, ético e envolvido com as pessoas. Dentro de campo, um profundo conhecer do futebol. Sabe as características do jogador e cobra com serenidade na hora certa. Por conta disso, parece que não vibra.
Cunha também elogia a postura discreta de Ricardo, principalmente na hora de cobrar os jogadores.
- Hoje, o futebol é um grande teatro, mas ele não aparece na beira do campo e cobra dentro do vestiário. Lembro-me que uma vez ele chamou três jogadores na sala para conversar. Disse o que queria deles. Falava da desobediência tática, de como eles chegaram ao clube e consertou pelo menos dois. Ninguém ficou sabendo. O Ricardo pegou o São Paulo em uma fase decadente e chegou à Libertadores. Por um gol em casa (contra o Internacional), não foi para a final. É um dos maiores treinadores do Brasil e merece estar na decisão.
O zagueiro Jean, do São Paulo, também elogia a postura do técnico em sua passagem pelo clube paulista. Segundo ele, Ricardo Gomes sabe ganhar o grupo de jogadores.
- O Ricardo é um dos técnicos mais legais com quem trabalhei ao longo da carreira. Ele é educado, respeita todo mundo, sabe se relacionar com os atletas e com o restante da comissão, além de ser um grande profissional. É um treinador que sabe ganhar o grupo. Mesmo longe, sigo torcendo pelo sucesso dele.
Estilo agregador marca o trabalho do técnico do Coritiba
Menos conhecido do que o adversário, Marcelo Oliveira ainda tem uma identificação muito grande com o Atlético-MG, clube em que jogou e trabalhou por muitos anos. Foi treinador da equipe profissional por seis vezes, sendo a última entre os meses de agosto e dezembro de 2008. Deixou a equipe com uma vaga para a Copa Sul-Americana de 2009.
- É uma pessoa muito tranquila. Ainda estava no Inter de Milão e fiz alguns treinos no Galo, na temporada de 2008. O Marcelo costumava ficar com os jogadores que não eram aproveitados. Era como um psicólogo. Isso é importante para um atleta. A boa fase do Coritiba não me assusta, pois sei do potencial do treinador. Entende muito de futebol - disse Mancini, meia-atacante do Galo.
Agora, Marcelo Oliveira vê a grande chance de se firmar, após o título paranaense. Felipe Ximenes, coordenador de futebol do Coxa, exalta o poder agregador do companheiro de clube.
- O Marcelo é um treinador altamente estudioso e que tem um perfil agregador. É muito parecido com o Ney Franco (ex-técnico do Coritiba), pois gosta de conversar bastante com os jogadores. Acho que o fator mais importante é que ele pensa pela equipe e não se vê acima do clube. É um excelente profissional e tem tudo para crescer na carreira.
Fonte: GloboEsporte.com