Torcer pelo time do pai é uma tendência em qualquer família. Afinal, normalmente é ele quem tem a missão de fazer os filhos se apaixonarem pelo futebol. Mas este não foi o caso de Bia e Branca Feres. As filhas de Otávio resolveram conhecer e seguir as origens portuguesas da mãe Fátima. Assim, logo cedo e sem ficar com qualquer dúvida na cabeça, esqueceram o Fluminense do pai para se apaixonarem pelo Vasco. E o amor pelo Gigante da Colina está cada vez mais forte, ainda mais com a chance de poder comemorar um título inédito como o da Copa do Brasil.
Brincalhonas, as duas admitem que o pai Otávio tentou - e muito - transformá-las em torcedoras do Fluminense. Sem sucesso. Alguns primos e amigos também lutaram para vê-las comemorando gols do Flamengo. Também não adiantou. Nem mesmo namorados conseguiram influenciá-las. O Vasco virou parte da vida das duas desde cedo, até mesmo quando competiam nas piscinas de São Januário.
- Chegamos a ganhar camisas do Fluminense. Mas o sangue português correu mais forte. Em cada canto de São Januário tem uma lembrança, desde jogos na arquibancada como competições. Viemos aqui desde criança. Além disso, pegamos uma fase muito boa, recheada de títulos. Quantas vezes não fomos vestidas de Vasco para o colégio após as vitórias? Foi o auge - explicou Bia.
De 1997 até 2001, Bia e Branca comemoraram muito as seguidas e históricas conquistas cruz-maltinas. Campeonato Brasileiro, Libertadores, Torneio Rio-São Paulo, Mercosul, estadual... era um título atrás do outro. Mas, assim como o restante da torcida, as gêmeas do nado ficaram órfãs de títulos de expressão nos últimos anos. Mas não é por isso que abandonam as arquibancadas. Elas são presenças constantes ao lado das amigas na Colina Histórica. Como não poderia deixar de ser, o assédio masculino é constante. Mas elas tiram de letra. Em dias de jogo, as roupas são comportadas.
- Cantadas, não tem como: recebemos muitas. Inclusive no jogo contra o Avaí (no último dia 19), entraríamos pela social, mas saltamos do táxi perto da arquibancada. Viemos andando, e foram muitas gracinhas. Outro dia falaram que, se eu fosse um sanduíche, seria o x-princesa (risos). Até aí tudo bem, mas não podem abusar. Para ajudar, nada de salto ou saia. Dia de jogo é um jeans, tênis e a blusa do Vasco - ensinou Branca.
Bia e Branca são vaidosas como toda mulher. Mas têm um estilo simples também. A maquiagem é a mais discreta possível: blush e um rímel. Batom, nem pensar. A simplicidade das duas é tanta, que Bia relembrou o primeiro jantar que teve com a família do atual namorado. Foi com um simples moletom. Conquistou a todos, que esperavam uma mega produção.
Namorado, aliás, é outro fator que mexe com o lado vascaíno. Atualmente, Bia namora um rubro-negro. Inicialmente, ela achou que tinha tirado a sorte grande porque ele não é um aficionado por futebol. Mas, de uns tempos para cá, o amado resolveu provocar e querer secar o Vasco. Deu até discussão, principalmente no início do namoro, quando ela trocou um jantar para ir a São Januário assistir a Vasco x Santos, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. Na final da Copa do Brasil, Bia acredita que ele vai torcer para o Coritiba só para perturbar. E já mandou o recado.
- Acho que vai ser pior para ele (risos) - brincou Bia, admitindo que é muito colada e unida com a irmã.
- Somos muito grudadas mesmo e muito parecidas. A Branca vive tomando minhas dores nas brigas, só que ela também não é fácil (risos).
Atenção, marmanjos. Se a beleza de Bia não está disponível atualmente, Branca está solteira. Já até namorou um vascaíno, mas atualmente está em busca de outro. O que não pode aparecer é outro flamenguista como um ex que chegou até a jogar pelas categorias de base. Eram provocações constantes de todos os lados.
- Quando o Flamengo vencia, ele me enchia o saco. Mas, quando perdia, eu ia brincar, e ele virava para mim e dizia que não tinha time porque era profissional do futebol. Aí não pode (risos)! Mas arrumar um vascaíno seria ótimo - disse Branca, que se mostrou encantada ao lado da irmã quando conheceu a imponente sala de troféus de São Januário.
Quando o assunto é idolatria, as duas lembram nomes como Romário, Edmundo, Mauro Galvão, Pedrinho, Carlos Germano... Mas foi quando chegaram a Juninho Pernambucano que os olhos brilharam e elas entraram em consenso. Tanto Bia como Branca estão ansiosas pelo retorno do Reizinho ao clube. A expectativa aumenta ainda mais quando lembram que vão poder vê-lo novamente ao lado Felipe, como na época de ouro do Vasco no final dos anos 90.
- Por tudo que ele fez o Juninho é nosso ídolo. Estamos ansiosas mesmo. Com ele e Felipe juntos, vai ser como reviver uma época em que o Vasco vencia tudo e todos - relembrou Branca, que depois perguntou por onde andava o goleiro Helton (atualmente no Porto), outro grande nome na sua opinião.
Se em relação aos ídolos a concordância é mútua, em relação aos galãs nenhuma das duas soube escolher o mais bonito. David Beckham e Cristiano Ronaldo foram lembrados. Felipe até foi citado, mas com direito a algumas risadas... Elas lembraram que ele está ficando careca.
- Só que isso não o deixou feio - garantem
Fã de futebol, as duas colecionaram o álbum de figurinhas da última Copa do Mundo. E encontraram muitos galãs nos pacotinhos...
- Colecionei o álbum da Copa do Mundo e vou te dizer que alguns países são abençoados (risos). É muito homem bonito junto. Eu só não consegui gravar os nomes. Mas a gente achou alguns talentos naquelas figurinhas - brincou Bia.
Durante a visita da dupla a São Januário, um encontro inusitado. Em tratamento da lesão na coxa esquerda, Ramon estava desde cedo no clube. Ao ver o ensaio fotográfico de Bia e Branca de longe, o lateral-esquerdo aproveitou para tietar um pouco. No fim, ouviu das duas um "boa sorte" e a torcida para que ele se recupere logo para jogar a segunda partida da final, na próxima quarta-feira.
Atualmente, Bia e Branca Feres fazem trabalhos como modelo, comerciais e ainda são apresentadoras de um canal de televisão. O nado sincronizado, aos poucos, vai ficando no passado. Foram 17 anos treinando forte. As irmãs admitem que realizar qualquer sessão de fotos ou gravação é mais fácil do que encarar um dia de treino nesta época do ano.
- A piscina é aquecida, mas o vento frio continua. Treinar no inverno é o mais difícil. Toda hora a gente acaba ficando doente. Essa parte de fotos e gravações a gente tira de letra - disse Bia, que vai embarcar mês que vem para o Havaí onde vai disputar ao lado da irmã o torneio US Open de nado sincronizado.
Presença na final
Bia e Branca Feres vão voltar a São Januário nesta quarta-feira para apoiar o time contra o Coritiba. Durante a visita a São Januário para a sessão de fotos a convite do GLOBOESPORTE.COM, elas ganharam dois ingressos para a final. Foi a senha para o sorriso não sair mais da cara.
- Não tinha como perder essa final. Espero poder comemorar mais um título do Vasco - comemorou Bia.
- Eu estava imaginando trabalhar como gandula. Só posso agradecer ao pessoal do clube - vibrou Branca.
No gramado, distribuindo bolas, elas não vão estar. Quem quiser tirar uma foto com as lindas vascaínas vai ter de dar um pulinho nas sociais. Ou então torcer para elas pularem até a arquibancada. Esta ideia está fresquinha na cabeça das fanáticas.
Nota da NETVASCO: Bia está de blusa branca e, Branca, de blusa preta.