Um processo registrado no Tribunal de Justiça do Rio, no último dia 10, que contesta o dia 28 de junho como data das eleições, pode entregar poderes ao ex-presidente do Vasco Eurico Miranda. Como o mandato de presidente do Conselho de Beneméritos vai até janeiro de 2012, Eurico, representado nas eleições pelo candidato Pedro Valente, poderia se beneficiar de uma decisão favorável ao adiamento do pleito. O presidente Roberto Dinamite — além de outros com poderes no clube, como Hércules Figueiredo, do Conselho Fiscal, e Olavo Monteiro de Carvalho, da Assembléia do Vasco —, terá expirado seu mandato em 27 de junho, véspera da eleição.
Desde a última quinta-feira, o processo está com a juíza Fernanda Xavier de Brito, que vai decidir se acata a liminar de Denis Antônio Carrega Dias, benemérito do Vasco e membro do grupo político de Eurico. O processo ainda está em primeira instância na 37ª Vara Cível. Além do Vasco, o presidente da Assembléia do clube, Olavo Monteiro de Carvalho, também é réu no processo.
A oposição questiona a data marcada para as eleições, que foi definida no dia 30 de abril. Segundo o estatuto do clube, é necessário o mínimo de 60 dias entre a publicação do edital e a realização das eleições. O candidato Pedro Valente sugeriu que o interventor no processo eleitoral, no caso de adiamento, seja escolhido na Federação de Futebol do Rio de Janeiro. "O clube vai ficar acéfalo. Mas teria que ser refeita a lista de sócios e elegíveis, que está misturada. O programa 'Vasco é meu' não passou o cadastro para a secretaria do clube. Acredito que um recadastramento demoraria de 15 a 20 dias", disse Valente.
O candidato à presidência do clube José Henrique Coelho reconhece na data da eleição uma das muitas falhas no que chama de "bagunça completa" no processo eleitoral. "Eles (grupo do Eurico) têm razão, mas se isso acontecer (o adiamento das eleições) é pior ainda para o clube, que ficaria sem comando" frisou Coelho, que falou sobre a possibilidade de Eurico assumir o poder nas eleições no Vasco. "Se acontecer, compro uma passagem e vou morar fora", ironizou.
Procurado pela reportagem do MARCA brasil. Olavo Monteiro de Carvalho não foi encontrado para falar sobre o assunto. A diretoria vascaína também não tinha conhecimento do processo.
Fonte: Marca Brasil (texto), GloboEsporte.com (foto)