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Clubes brasileiros vendem menos e arrecadam mais com patrocínios
Sexta-feira, 13/05/2011 - 14:01
A cada ano que passa, o hábito de vender jogadores vem perdendo espaço na gestão dos clubes brasileiros. De acordo com a auditoria da BDO RCS, a prática diminuiu pelo terceiro ano consecutivo e significa, agora, apenas 15% das receitas. Por outro lado, arrecadar com patrocínio e publicidade está ficando mais importante. Essa parcela, que em 2009 representava 14% das receitas, pulou para 17%. As cotas de televisão continuam em primeiro lugar no ranking, mas mantendo o percentual: 28%.
Em 2009, a queda da arrecadação com a venda de jogadores foi resultado, segundo a BDO RCS, da crise econômica na Europa. Entretanto, em 2010 já existem outros motivos que contribuem para isso.
- É uma soma de fatores. A Europa sofre com a desaceleração de um mercado em crise. Mas vender jogadores também ficou menos atrativo por causa dos fundos de investimento (os clubes negociam parte de seus jogadores para eles). O dólar também está mais barato. A gente percebeu que em 2009 era só a crise, mas em 2010 teve outros fatores. Os clubes também passaram a investir, trazer jogadores de nome - explicou Amir Somoggi, diretor da área Esporte Total da BDO.
As maiores fatias dessa pizza são as receitas com TV e publicidade, dominadas principalmente pelos quatro grandes de São Paulo e o Flamengo. O Corinthians, por exemplo, lidera os dois quesitos no país. Só com cotas de TV, saltou de R$ 29 milhões arrecadados em 2009 para R$ 55 milhões em 2010.
Para quem acha que os clubes brasileiros já exploraram tudo o que tinha para ser explorado no que diz respeito a patrocínio e publicidade, Somoggi avisa que não é bem por aí. A BDO apresenta uma previsão de arrecadação nos próximos anos, com o montante podendo chegar a R$ 1,094 bilhão em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, contra os R$ 565 milhões alcançados em 2010.
- No Brasil, mais de 90% dos homens acompanham futebol de alguma forma na mídia. As empresas sabem que investir no futebol é um porto seguro. Os números podem crescer ainda mais se os clubes passarem a investir em novas alternativas de marketing. Eles precisam aprender o que é o marketing esportivo, ser mais ambiciosos, diversificar mais as ações. Há uma gama enorme de operações que podem ser feitas neste setor e que devem ser mais bem exploradas - disse Amir Somoggi.
Há também quem sobreviva, e muito bem, sem contar com os pomposos patrocínios que os clubes de São Paulo e Rio conseguem. O Internacional, segundo clube brasileiro que mais arrecadou no ano passado, é o que mais ganha dinheiro com sócios. Entretanto, a BDO RCS diz que o Colorado precisa continuar investindo nessa área para não ficar para trás.
Em 2010, por exemplo, o Inter teria menos receita do que em 2009 se não fosse a venda do estádio dos Eucaliptos.
- Como não tem maior publicidade, maior bilheteria, o Internacional tem que transformar os R$ 39 milhões ganhos com os sócios em R$ 80 milhões para poder crescer ainda mais. O modelo a seguir é o do Manchester United, que também não tem a maior torcida na Inglaterra e mesmo assim consegue as maiores receitas. Tem que investir no torcedor, nos serviços e campanhas para eles.
Entre os grandes clubes, o Vasco não aparece nos gráficos apresentados por não divulgar em seu balanço anual a divisão detalhada das fontes de receita.
Fonte: GloboEsporte.com