Tamanho da letra:
|

José Henrique Coelho fala sobre as eleições do Vasco


Terça-feira, 03/05/2011 - 17:54

Conforme já havia feito Leonardo Gonçalves e conforme poderá fazê-lo quaisquer candidato que se interessar, José henrique Coelho, ex-presidente do MUV e candidato pela Chapa "Seremos campeões", respondeu gentilmente ao questionário disponibilizado pelo SuperVasco.com.

Coelho, diferentemente de Leonardo, optou por não responder por áreas. Confira as respostas.

1. O que pretendem manter do que deu certo nas diretorias passadas?

• O relacionamento político junto às esferas do futebol, Federação, Tribunais e CBF.
As antigas diretorias construíram relações que garantiam um acesso rápido, de confiança, e que buscavam defender o clube, seus dirigentes e atletas. A atual diretoria perdeu muito de sua presença e influência, o que causou prejuízos mesmo quando o clube tinha direitos. O Vasco perdeu espaço neste último mandato, precisa voltar a ser influente, a ter peso nas decisões, mas sem, por outro lado, “vender a própria alma”. Afinal, no passado o clube “sustentou” durante muito tempo custos de clubes pequenos e favores, com o que acumulava “poder” e assim era um parceiro preferencial. Seguramente esta não é a fórmula ideal, mas não tenho dúvida que as relações precisam ser fortalecidas.

• O relacionamento com diversos empresários de futebol como fornecedores e financiadores do clube é fundamental. Não podemos deixar o Vasco entregue a um único empresário, senão, corre o risco de ele escalar o time que vai jogar de acordo com seus interesses. Ter vários empresários como parceiros aumenta a concorrência entre eles, um empresário se torna fiscal do outro e o clube ganha muito com isso. Precisamos retomar isso para ter mais opções, beneficiando o clube. Hoje, existe um monopólio no Vasco e ele deve ser quebrado.

• Os apoios para o remo. Com base no relacionamento com vascaínos atuantes em várias áreas, o esporte obteve colaborações materiais e financeiras para investir na nossa flotilha.

• Os apoios para as reformas do patrimônio, como vestiários, pintura do estádio, banheiros, conseguidas pelo relacionamento de empresários vascaínos e entre empresas e o Vasco, que permitiram reformas modernizadoras.

Assim, torna-se possível expandir outros esportes, explorando o potencial que o Vasco tem em diversas áreas. O estabelecimento de parcerias e acordos é fundamental e deve ser uma prioridade da diretoria, que deve estar focada no desenvolvimento do clube como um todo pelo bem-estar dos sócios e da imensa torcida vascaína.

2. O que pretendem mudar do que deu errado nas diretorias passadas?

Faço um apanhado geral devido ao excesso de problemas identificados nas administrações passadas, ou melhor, nas más administrações passadas. Em primeiro lugar, o desequilíbrio financeiro, que se tornou o principal responsável por um ciclo vicioso de erros e dívidas. Sem recursos, o clube “se entregou” aos empresários e não investiu na administração. Além disso, salários atrasados diminuem as cobranças de metas em todas as áreas do clube (futebol, administrativo, etc), o que contribui para que o clube se entregue ainda mais ao caos da desorganização.

A antiga diretoria fez o desajuste das contas do clube, com gastos inexplicáveis e negociações “estranhas”. “Inexplicavelmente” o novo presidente não quis assumir esta responsabilidade, talvez porque pudesse repercutir na sua carreira política. Assim, a principal promessa de campanha foi logo abandonada. Sem uma gestão competente, qualquer recurso recebido ou bom contrato continuarão a ser mal utilizados, gerando atrasos na recuperação. Não adianta aumentar as receitas se o dinheiro é mal gasto.

No Departamento de Futebol, na divisão de base, o presidente atual colocou lá o seu sobrinho e os encaminhamentos indicados pelos seus demais parentes, enteado, cunhado e amigos tem preferência de entrada. Isto tem que acabar! Se o Neymar, o Ganso e outros tantos, fossem encaminhados ao Vasco sem este “contato”, não seriam escolhidos.

Na área legal, o atual presidente não teve coragem de apresentar a reforma do estatuto, que mantém estruturas e procedimentos inadequados, como o processo eleitoral, as regras para se tornar sócio, etc.

Na área administrativa não existem processos de trabalho. Não havia sequer informatização e integração do departamento financeiro, e os funcionários, por outro lado, demonstraram completo despreparo para uma mudança de patamar tecnológico. Além disso, há vice-presidências e cargos em excesso. A profissionalização é urgente ou o atraso perdurará. Até hoje o discurso da profissionalização só serviu em campanha, depois os eleitos querem cargos e carteirinhas de diretores e assim tudo fica na mesma. Quando profissionalizei os controles de entrada em dias de jogos, os conselheiros foram os primeiros a se rebelar pela perda do “poder na roleta” que tinham antes para beneficiar amigos e parentes em dias de jogos. Teve conselheiro que até exigiu ver os jogos na Tribuna de Honra, pois caso contrário “estaria fora” e ainda sem pagar os ingressos da esposa e dois filhos! Nos sorteios do Departamento de Marketing existem vascaínos cujos familiares tem mais sorte que outros e seus parentes são muitas vezes sorteados nas promoções do Vasco. É para isso que querem o Vasco? Para satisfazerem seus desejos pessoais? O que lhe faz achar que deu errado? Basta olhar para os resultados. Jogadores sem qualquer expressão vestiram a nossa camisa por interesses que não os do clube. Descontroles administrativos são corriqueiros porque se tornaram uma remuneração indireta dos envolvidos (o almoxarifado de material esportivo é fornecedor de mercadorias para muitos outros fins que não o departamento de futebol). Venda de ingressos fora da bilheteria são remuneração de muitos!

3. Como pretendem mudar o que deu errado nas diretorias passadas?

A apresentação das propostas de gestão é o primeiro passo, pois sendo eleito estarei autorizado pelos sócios a implementar reformas. Profissionalizar a fundo as estruturas do clube, começando pela reforma do estatuto. Sem esta reforma nada poderá avançar, pois estará preso as regras antigas, que atrapalham a modernização de processos internos.

Para corrigir anos de erros de gestão, conto com um currículo totalmente voltado para a administração, além de um histórico que comprova a coragem de realizar os compromissos que apresento.

4. O que pretendem fazer que ainda não foi feito pelas diretorias passadas?

Para resumir, cito alguns pontos já mencionados anteriormente:

• Implantar um modelo de gestão eficiente, com base na profissionalização, buscando resultados melhores e com cuidados nos custos.

• Reformar o estatuto para permitir a modernização dos processos, garantir a transparência das contas, punir os dirigentes corruptos e garantir os direitos dos sócios.

• Mudar o modelo de parcerias que favorecem apenas um lado do negócio as custas do clube.

• Trazer de volta a seriedade na administração do clube e os vascaínos para ajudarem em áreas carentes de recursos.

- Confira o conjunto das propostas no site www.seremoscampeoes.com.br

Os candidatos que quiserem responder podem baixar o questionário e enviá-lo respondido ao SuperVasco.com.

Fonte: Supervasco