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Coelho e Valente contestam marcação das eleições para 28 de junho


Terça-feira, 03/05/2011 - 12:49

Apesar do comunicado publicado na última segunda-feira, onde o presidente da Assembleia Geral do Vasco, Olavo Monteiro de Carvalho, convocou as eleições do clube para o dia 28 de junho, a votação que escolherá o novo presidente vascaíno parece estar longe de uma definição que agrade às correntes políticas que disputam o pleito.

O tom de tranquilidade nas declarações do presidente Roberto Dinamite contrasta, e muito, com as acusações feitas pelos grupos concorrentes que buscam comandar o Vasco no triênio 2011/12/13. Segundo Pedro Valente e José Henrique Coelho, dois dos principais candidatos da oposição, além das contestações quanto às listas de sócios, a marcação da data do pleito pelo presidente da Assembleia Geral apresenta irregularidades e fere o estatuto do clube.

"Não estamos querendo tumultuar o processo eleitoral, mas algumas irregularidades devem ser esclarecidas e corrigidas. Segundo o artigo 58 do estatuto do Vasco, após a publicação da ata definitiva da marcação da data da eleição, é preciso respeitar um prazo de 60 dias para a realização da mesma, e isso não está sendo feito. É triste, mas o padrão da atual eleição é similar ao da antiga gestão, cheio de irregularidades", afirmou o candidato José Henrique Coelho, ex-vice presidente de marketing da gestão Dinamite, acrescentando.

"Além disso, temos ainda uma série de irregularidades na lista de sócios eleitores. Não consigo entender como uma diretoria que tomou posse defendendo valores de moralidade, transparência e democracia começa a desempenhar o mesmo papel da administração anterior", disse Coelho, que ainda afirmou que a eleição só poderia ser realizada após o dia 1º de julho.

Representante da chapa do ex-presidente Eurico Miranda, o médico Pedro Valente foi ainda mais longe. O candidato acusou o presidente da Assembleia Geral de imparcialidade na gestão do processo e eleitoral e prometeu levar o pleito à Justiça comum caso alguns pontos não sejam corrigidos.

"É uma vergonha o que está sendo feito nessa eleição. Eles acusavam o Eurico e estão fazendo 100 vezes pior. A marcação do pleito para 28 de junho está cheia de irregularidades e não resiste a uma ação judicial. O que estão fazendo é uma verdadeira preparação para uma fraude", enfatizou Valente, afirmando ainda que a atual administração quis "empurrar" a data da eleição por motivos políticos, perdendo assim o prazo para a marcação da mesma.

"Desde março de 2010, o presidente do Conselho Fiscal vem cobrando a lista de sócios eleitores e isso não foi apresentado até hoje. Já estamos há quase três meses esperando uma definição e ela não acontece. Na última semana, quando deveria definir esta data do pleito, respeitando os prazos estipulados pelo estatuto, o presidente da Assembleia Geral viajou ao Qatar para ser cabo eleitoral do Dinamite na contratação do Juninho. Deu no que deu. Empurraram a eleição com a barriga e não marcaram no prazo correto", salientou Pedro Valente.

Assim como em 2008, quando a disputa foi parar na esfera judicial, a eleição deste ano promete ser movimentada nos bastidores. Além de Valente e Coelho, Roberto Dinamite, que concorre à reeleição, Leonardo Gonçalves, Nelson Medrado Dias e Jayme Lisbôa também disputam à presidência do Vasco.

De maneira indireta, conforme rege o estatuto do clube, os sócios vascaínos elegem a chapa vencedora, que indica 120 conselheiros, e a segunda colocada, que indicará 30. Esses 150 se juntam aos 150 conselheiros natos (beneméritos mais antigos), formando o colégio eleitoral de 300 membros que escolherá o presidente do clube, cuja posse está prevista inicialmente para 1º de julho.

Fonte: UOL