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Pedro Valente: 'Anatomia de uma derrota anunciada'


Domingo, 01/05/2011 - 23:15

Nota publicada pelo site do grupo de oposição Casaca:

"ANATOMIA DE UMA DERROTA ANUNCIADA

O futebol é um esporte infernal. Aliás, como dizia Castor de Andrade, não é um esporte, é um jogo. Nelson Rodrigues, volta e meia, recorria ao Sobrenatural de Almeida para explicar o imponderável.

Realmente, como ouço desde menino, futebol não tem lógica. Sim, é verdade, mas competência tem lógica e incompetência tem limites. Sempre “estar buscando”, como costuma se expressar o atual presidente, uma cortina de fumaça para tapear o torcedor, como no caso da contratação de Juninho Pernambucano, “o Reizinho”, na semana da decisão com o flamengo, quando Felipe já era aclamado (com toda a razão) como “Rei” pelos companheiros de equipe e, ainda por cima, anunciar antecipadamente que Juninho seria o futuro capitão, tirando a braçadeira do Fernando Prass, além de causar insegurança naqueles que começaram a se julgar passíveis de perder a posição no meio campo, tudo isso contribuiu decisivamente para a instabilidade emocional do grupo, o que foi mortal na disputa de pênaltis e, portanto, fator determinante para selar nossa sorte no campeonato. Sorte essa que, como afirmava Hélio Gracie, é sinônimo de merecimento. E esta diretoria, definitivamente, não acumulou merecimento ao longo deste campeonato terminando a competição atrás de todos os grandes e até mesmo de alguns pequenos. Acumulou, além disso, nestes quase três anos, derrotas, vexames e rebaixamentos, tanto sob o aspecto esportivo, quanto moral e institucional.

O desespero em permanecer como presidente do Clube, única forma de continuar conseguindo reeleições como deputado medíocre que sempre foi e é, levou Roberto a esta inoportuna manobra eleitoreira. E pior: fez-se acompanhar, naquela aventura, por Olavo Monteiro de Carvalho, Presidente da Assembléia Geral, que se submeteu a este papelão, conspurcando a imagem de sua nobre função estatutária de presidir imparcialmente as eleições no Vasco.

Efetivamente, em plena semana de decisão da Taça Rio, ambos se mandaram para Doha, no outro lado do mundo. O primeiro por intempestivo oportunismo pré-eleitoral e o segundo abdicando de sua autoridade de magistrado no processo de escolha do futuro Presidente, em pleno período de impugnações a um inconfiável cadastro de sócios, cheirando a fraude, produzido pela desastrada Novo Traço, indicada, estranhamente, por ele próprio, Olavo, após pressionar a diretoria para rescindir unilateralmente com a SVI, empresa especializada de tradição exitosa em outros clubes, que iria promover o indispensável recadastramento do quadro de sócios. Assumiu com sua posição, o papel vergonhoso de cabo eleitoral de um candidato desmoralizado administrativamente e que como dirigente é o maior colecionador de derrotas da história esportiva do Vasco.

Só nos resta lutar com todas as armas por eleições limpas, o que a meu ver só será possível com a saída desta gente no dia 27 de junho, como manda decisão judicial e o próprio Estatuto do Clube, para que assuma um interventor que promova auditoria neste famigerado programa “Vasco é meu”, do qual os vascaínos que a ele aderiram não têm culpa, sendo as maiores vitimas deste autêntico esbulho e, conseqüentemente, o recadastramento limpo, honesto e transparente de todos os sócios com a devida legitimidade de exercer o sagrado direito de votar e mudar o destino do nosso Club de Regatas Vasco da Gama.

Saudações Vascaínas,

Pedro Valente
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Fonte: Casaca