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Veja a posição de cada envolvido na briga por transmissão de TV
Quinta-feira, 28/04/2011 - 10:12
A disputa pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro se arrasta há meses, e ameaça mudar o panorama político do futebol brasileiro. As mudanças, detalhes e nuances são tantas, no entanto, que o assunto às vezes se torna complexo demais para o torcedor.
Por isso, o UOL Esporte selecionou os principais argumentos e "bandeiras" de cada um dos envolvidos na disputa:
CLUBE DOS 13
Reclama que só está à beira da ruína por ter seguido a determinação do Cade. Entende que o órgão deveria defendê-lo. Para isso, argumenta que a Globo fechou com os clubes sem licitação. O Cade rebate dizendo que como a negociação era individual, não havia necessidade de um certame. A tréplica do C13 é que a maneira de abordagem da emissora caracterizaria um acordo coletivo que, portanto, precisaria de concorrência pública.
Além disso, acompanha a RedeTV! e diz que a Globo exerceu o direito de preferência que lhe fora proibido ao aguardar o fim da licitação para então negociar com os clubes. Desse modo, ela entrou na negociação ciente do valor oferecido pela vencedora da licitação e pode simplesmente oferecer um valor um pouco superior.
DISSIDENTES
Acusam o Clube dos 13 de intransigência, já que a entidade teria agido por conta própria, e não como representante dos clubes, ao fechar com a RedeTV! amparada nas procurações. Se consideram independentes da entidade para negociarem seus compromissos, mesmo antes de protocolarem suas saídas em assembleia geral.
Alguns clubes, como o Cruzeiro, alegam abertamente que a opção pela Globo é pelo poderio econômico e pelo alcance da audiência da emissora, que seriam benéficos para seus patrocinadores. Outros, no entanto, dizem apenas que a proposta da emissora carioca vale mais que a da RedeTV!, mesmo sem ouvir todos os interessados em outras mídias além da TV aberta.
CADE
Vai analisar os contratos da Globo com os dissidentes. De antemão, diz que não entende que a emissora carioca usou o direito de preferência, findado pelo próprio Cade ano passado.
Fernando Furlan, presidente do órgão, diz ainda que não há necessidade de licitação quando a negociação é conduzida pelos clubes. A concorrência só seria obrigatória quando uma associação, como o Clube dos 13, que representa vários interessados, toma a frente do processo.
REDETV!
Entende que a Globo usou uma espécie de direito de preferência (proibido pelo Cade) ao esperar que ela vencesse a licitação para depois negociar com os clubes. Dessa forma, ela fechou contratos por valores um pouco maiores que aqueles praticados na licitação.
GLOBO
Defende a negociação separada por não concordar com os termos da licitação do Clube dos 13 e por entender que os clubes também não estavam satisfeitos com a entidade. Diz que não usou direito de preferência, como acusa a RedeTV!, porque antes da rival vencer a concorrência de Koff os clubes teriam esvaziado e colocado em xeque o processo.
RECORD
Concorda com a Globo que os próprios clubes esvaziaram e colocaram em xeque a licitação do Clube dos 13, e por isso não participou. Agora, para se manter no páreo, pede que uma nova concorrência seja aberta, com todas as partes ignorando o que foi feito até agora.
BAND
Não participou de nenhuma discussão sobre TV e muito menos da licitação. Aliada da Globo na briga, questionou publicamente a validade do contrato da RedeTV! com o Clube dos 13, já que a emissora não teria pago as luvas previstas no documento no prazo.
CBF
Lava as mãos diante da confusão, por entender a discussão dos direitos de TV diz respeito somente aos clubes. A CBF é signatária dos documentos somente por ser a entidade que organiza as competições.
Fonte: UOL