Ao retornar para Recife, um caminhão de memórias passa na cabeça de Rodrigo Caetano. O diretor de futebol do Vasco atuou pelos dois principais clubes da cidade: Sport e Náutico. E lá deixou muitos amigos. Mas durante o treino do Vasco na Ilha do Retiro, um reencontro em especial marcou Rodrigo. O vice-presidente de futebol do Sport, Severino Otávio, ocupava o mesmo cargo em 1995, quando ele contratou o então meia-atacante artilheiro do Brasil de Farroupilha.
No bate papo, além das recordações da época em que era jogador, conversas sobre os bastidores do futebol. Rodrigo Caetano admite que aprendeu com muitos dirigentes com quem trabalhou, mas que Severino, conhecido por todos como Branquinho, foi um dos principais. E a grande lição que a criatura se recorda de um dos criadores foi justamente a sua contratação.
Na época, Rodrigo Caetano era o artilheiro do Campeonato gaúcho com 14 gols antes mesmo do término do primeiro turno. Clubes como Grêmio, Internacional, Corinthians e Atlético-MG disputavam o jogador. Mas foi a atitude de Branquinho que conseguiu tirá-lo de lá. Enquanto todos ficavam apenas nos contatos telefônicos, o vice de futebol pegou um avião, foi até a cidade e agilizou todos os trâmites burocráticos. Severino recorda a história.
- Ficamos escondidos na cidade. Além da disputa de outros grandes clubes, havia uma corrente na cidade para evitar a negociação. Eles tratavam o Rodrigo como uma jóia. Mas a gente foi lá, conversamos muito, apresentamos um projeto... Essa parte pessoal fez a diferença. E sei que ele leva isso até hoje - afirmou.
Rodrigo Caetano concorda e diz que já concluiu algumas negociações exatamente desta maneira.
- Tem certos momentos que a contratação não anda, não evolui... Nesta hora você tem de ter um diferencial. E isso eu aprendi com o Branquinho. Me acolheram bem demais aqui e sempre que piso em Recife é um prazer encontrar com todos. Mas hoje ele, além de amigo é um adversário em futuras contratações. Espero ter aprendido direitinho (risos) - brincou.
Severino Otávio, que trabalha como dirigente de futebol do Sport desde 1987, rasgou elogios não só a pessoa Rodrigo como ao dirigente.
- Sempre foi uma pessoa de caráter, sincero... Ele joga aberto com os jogadores e assim ganha a confiança de todos. Já sabia que daria certo - finalizou.
Fonte: GloboEsporte.com