Tamanho da letra:
Torcida do Vasco respeitou silêncio em homenagem a vítimas de Realengo
Sábado, 09/04/2011 - 19:45
É raro ver uma torcida respeitar o famoso "minuto" de silêncio em uma partida de futebol. Contudo, a torcida do Vasco deu uma lição de civilidade na noite deste sábado (9), no estádio de São Januário, na zona norte do Rio.
Antes de a bola rolar para a partida do time contra a Cabofriense, o árbitro sinalizou a homenagem em memória às 12 crianças que morreram no massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (7).
A cena emocionou vários torcedores presentes ao estádio. Todos ficaram de pé no momento. No fim, vários aplausos ecoaram por São Januário.
Quando a bola rolou, o Vasco marcou logo no começo, com o meia Bernardo. Se vencer, a equipe cruz-maltina ficará muito próxima da classificação às semifinais.
Entenda o caso
Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos (a polícia chegou a divulgar que ele tinha 24 anos, mas a idade foi corrigida posteriormente), ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu uma sala de aula no primeiro andar e outra no segundo, e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, sendo três em estado grave, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados na sexta-feira (8) e uma foi cremada na manhã de sábado (9).
O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem de 23 anos pode ser enterrado como indigente.
Fonte: R7