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Dinamite foi ao enterro de um dos jovens do crime de Realengo


Sexta-feira, 08/04/2011 - 19:19

Onze das 12 vítimas do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 24, durante o massacre de ontem na escola municipal Tasso da Silveira, foram enterradas nesta sexta-feira (8) nos cemitérios Jardim da Saudade, em Sulacap, e Murundu, em Realengo, ambos na zona oeste do Rio de Janeiro. O corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, liberado hoje pelo IML (Instituto Médico Legal) será cremado nesse sábado (9) no Memorial do Carmo.

O último enterro do dia foi de Igor Moraes, 13, no cemitério Jardim da Saudade, que terminou por volta de 17h. O sepultamento do garoto, que chegou a ser internado no hospital de Saracuruna, mas não resistiu, foi marcado por uma chuva de rosas. Fã de futebol, Moraes sonhava em se tornar jogador. Uma bandeira do Flamengo foi colocada sobre o seu caixão. O presidente e ídolo do Vasco, Roberto Dinamite, compareceu ao enterro de Igor, já que o garoto treinava futebol na escolinha do ex-atacante.

Durante o sepultamento, a mãe de Igor, Inês Moraes da Silva, teve que ser amparada por para-médicos. Muito abalada, ela acompanhou o enterro sentada e saiu sem falar com a imprensa. Igor vivia junto com o irmão de 11 anos, a mãe e uma avó de criação, Dalva de Oliveira Schluckebier, 60. Ela lembra com carinho dos oito anos que Igor viveu em sua casa. “Ele era tudo para gente.”

Após ser atingido no ataque, p garoto foi operado no tórax e no cérebro e tinha apenas 10% de chance de sobreviver. Igor não tinha contato com o pai José Moraes da Silva, que foi visto rapidamente no velório, mas não permaneceu para o enterro.

Nathan Lourenço, 14, mora no mesmo condomínio de Igor e estudava na mesma sala que a vítima --no 8º ano (7ª série). Ele estava numa aula de português no momento em que o atirador entrou e disparou contra três meninas que estavam ao seu lado. “Ele entrou e disse ‘bom dia’. Só mirava nas meninas. É difícil, não gosto nem de lembrar”, disse Nathan.

“Ele apontou a arma na minha cara. Só sei que eu abaixei a cabeça. E todo mundo começou a correr”, afirmou o garoto, que estava sentado na segunda fileira e só parou de correr para ajudar um amigo ferido.

Fonte: UOL