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Confira entrevista com o candidado a presidente José Henrique Coelho


Quinta-feira, 17/03/2011 - 17:12

Ainda que com Dedé, o Vasco sofreu para matar o jogo contra o Madureira! Não fosse a genialidade de Bernardo nas finalizações e o belo chute de Felipe Bastos e o Tricolor suburbano nos roubaria esta vitória que foi fundamental neste início de Taça Rio. É, será preciso melhorar muito o posicionamento da Defesa para chegar nas finais do Carioca e da Copa do Brasil. Mas que se ressaltar a luta pelas vitórias. Superação foi a tecla batida dos dois últimos jogos e que assim continue a ser! Dedé e Bernardo NÃO podem deixar o Vasco!!!

ELEIÇÕES 1: As notícias estão soltas e meio desencontradas, mas tudo leva a crer que as eleições deverão acontecer mesmo em Junho e com urnas eletrônicas, e no Calabouço. Aliás, depois das realizadas em 2008, parecer ser este um caminho sem volta. Que bom! Fiquem atentos ao prazo de regularização junto ao Clube!

ELEIÇÕES 2: Em seguida e abaixo segue uma entrevista que o blog IV! fez com o Candidato à Presidência do Vasco, pela Chapa Seremos Campeões (http://www.seremoscampeoes.com.br/), o economista José Henrique Coelho (JHC), na data de ontem (14/03/2011). Só lembrando que ele foi o ex-Líder do grupo de Oposição que, nas eleições realizadas na Sede do Calabouço, em Junho de 2008, derrotou o ex-Presidente Eurico Miranda.

O IV! fez esta entrevista com base em um dos assuntos que mais dominam os vários fóruns de discussão do Vasco, onde este tema impera e por isto foi o escolhido, mas outros poderão vir nas próximas semanas. JHC foi o escolhido para a entrevista por ser aquele que disputa o pleito, já tendo sido membro da atual situação, e foi VP de Marketing, da atual Gestão. Como somos incondicionalmente Vasco (e queremos o melhor para o VG) estamos em busca da verdade sobre os temas polêmicos que dominam os fóruns vascaínos.

Em nome da Liberdade de Expressão, cumpre destacar que as repostas são de responsabilidade exclusiva do Entrevistado; Serão permitidos comentários e perguntas ao candidato. Peço aos nossos leitores para não usarem de ofensas, xingamentos, e ataques pessoais ao Candidato JHC e outros candidatos, bem como Diretores e ex-Diretores. Comentários fora destas regras não serão postados ou serão sumariamente excluídos. É assegurado o direito de resposta, a ser publicado no Blog. O blog IV! que estimular o debate livre e pede que as discussões aconteçam com respeito e urbanidade.

Entrevista com José Henrique Coelho ao blog IV! 14/03/2011:

Blog IV! : Pesa contra sua passagem pelo Marketing do Vasco a contratação da empresa Champ’s como fornecedora de material esportivo do clube.

1) Como surgiu o nome da Champ’s num momento em que o Vasco tinha contrato em vigor com a Reebok?

JHC – No primeiro dia de trabalho após a posse, 2 de julho de 2008, durante o almoço com toda diretoria presente no clube, sou chamado pelo filho do presidente (Alexandre) e pelo presidente para me apresentarem um casal que trazia uma proposta da empresa Champ’s, que queria patrocinar o material esportivo do Vasco.

2) Não seria antiético começar uma negociação com a Champ’s sem antes falar com a então parceira do Vasco, a Reebok?

JHC – Sim, seria antiético, por isso, apenas os atendi naquele momento e os informei que pela boa ordem, apesar das minhas críticas durante a campanha contra o valor do contrato com a Reebok, ela seria a primeira empresa com quem conversaria. Não iniciei nenhuma negociação. No mesmo dia me reuni com os representantes da Reebok num encontro que já estava marcado.

3) Já que o Sr. citou a Reebok, como foi esta reunião com eles?

JHC – Na primeira reunião informei que aquele valor de R$75 mil por mês não interessava ao clube e que gostaríamos de renovar o contrato em outros termos. Da parte da empresa eles reclamaram do ex-presidente, que dificultava a produção da camisa número três e das camisas de época. A negociação parecia fácil, pois estávamos dispostos a dar mais agilidade ao processo de produção de mais camisas para o clube, já que a maior reclamação da empresa era a lentidão dos processos.

4) Diante deste cenário apresentado pela nova diretoria, então por que a negociação não evoluiu?

JHC – Havia um fator que diferenciava aquela negociação das demais. A Reebok já possuía um contrato “miserável” em vigor. Ou seja, apesar de se queixarem de não poderem produzir camisas de época e, muito menos, uma terceira camisa, desfrutavam de um contrato assinado e em vigor no qual pagavam ao Vasco apenas R$ 75 mil por mês.

5) Então as negociações com a Reebok se encerraram por aí?

JHC – Houve uma segunda reunião no Vasco durante a qual eles responderam que não apresentariam uma proposta, mas aguardariam uma proposta do Vasco.

6) E o Vasco fez esta proposta? Qual era o valor?

JHC – Na terceira reunião, quando fui à São Paulo acompanhado pelo gerente financeiro indicado pelo V.P de Finanças, Sr. José Hamilton Mandarino, apresentei uma proposta de R$450 mil por mês, com o compromisso de trabalharmos com três uniformes e avançarmos nas camisas de época. Eles escutaram e ficaram de responder.

7) Diante desta passividade e até desinteresse demonstrado pela Reebok, o Sr. não pensou em procurar outros parceiros?

JHC – Na mesma viagem a São Paulo me reuni com a Adidas e apresentei a mesma proposta. Dez dias depois, quando a direção da empresa se reuniu em Amsterdam, recebi a resposta que naquele momento não havia interesse, pois já tinham um contrato de alto investimento no Rio de Janeiro, com o Fluminense.

8)Além de Champ’s, Reebok e Adidas, por que o Sr. não procurou outros fornecedores?

JHC – Depois da segunda reunião com a Reebok, convidei a Kappa/Umbro (Grupo Clássico) para negociarmos um acordo de patrocínio e jurídico, pois o clube já era réu na justiça do Rio de Janeiro por rompimento de contrato promovido pelo ex-presidente com a marca Umbro, quando assinou com a Reebok antes da final da Copa do Brasil de 2006. Essa causa na justiça está perdida e causará em breve mais um rombo de cerca de R$3 milhões nas contas do clube. A empresa nos respondeu que estava investindo no Santos e, por conta do processo contra o clube, decidiu que também não apresentaria proposta.

9) O Sr. não pensou em falar com a Nike?

JHC – A Nike estava em processo de negociação com o Flamengo e, portanto, declarou que não tinha interesse em negociar com o Vasco

10) E quanto as marcas Lotto, Puma e a própria Penalty, que posteriormente acertaria com o Vasco?

JHC – As marcas Lotto e Puma não foram convidadas, pois o seu perfil de patrocínio se baseava na época em times de expressão regional, de menor investimento, como Cruzeiro, Grêmio e Coritiba, com valores similares àqueles que recebíamos naquele contrato com a Reebok.Com todo respeito a estas agremiações, o Vasco tem uma dimensão muito maior e trabalha com valores bem acima destes clubes.

11) Mas faltou o Sr. falar da Penalty.

JHC – Procurei a Penalty, que naquele momento já executava uma ação de cobrança contra o clube na ordem de R$8,5 milhões por rompimento de contrato. Iniciamos a negociação de todos os valores, patrocínio e dívida. Tivemos duas reuniões em São Paulo, sendo que uma delas com a presença do presidente do clube, além do departamento jurídico. A segunda reunião se deu no trágico dia onde o presidente contratou o treinador Tita, por indicação de seu amigo e vizinho Junior, ex-jogador do Flamengo e atual comentarista da Rede Globo.

12) E qual foi o valor apresentado pela Penalty?

JHC – A Penalty ofereceu um contrato no valor de R$125 mil por mês em dinheiro e mais R$125 mil em abatimento da dívida, por cinco anos.

13) Por que um valor tão baixo?

JHC – É preciso contextualizar o momento destas negociações. Estamos falando do mês de setembro de 2008, quando estourou aquela crise econômica mundial em razão da “bolha imobiliária nos EUA”, o que afetou imediatamente todo o mercado financeiro mundial, colocando em dúvida os cenários econômicos no futuro próximo e afetando diretamente todas as negociações em curso.

14) E como ficou aquele contato inicial com a Champ’s?

JHC – A partir deste momento passamos a negociar com a Champ’s que, por último, ofereceu um valor mensal de R$550 mil por mês em dinheiro por um contrato de 42 meses.

15) Resumidamente, qual foi o produto final que a VP de Marketing tinha para apresentar à diretoria?

JHC – Todos os passos aqui narrados foram levados ao conhecimento da diretoria em reuniões que aconteceram na época. Assim, foram apresentadas à diretoria as três propostas: Reebok com R$75 mil por mês, Penalty com R$250 mil por mês sendo metade em dinheiro e o restante abatendo a dívida e Champ’s com R$550 mil por mês em dinheiro.

16) O contrato com a Champ’s parecia realmente o melhor, mas a empresa faliu.

JHC – Sim, a proposta da Champ’s era a de melhor valor e foi aprovada por unanimidade.

17) Mas a empresa faliu. O que foi feito de errado?

JHC – A VP de Marketing cumpriu o seu papel ao negociar com as empresas interessadas e levar para a diretoria as três propostas acima citadas. Porém, a incompetência da VP Financeira ocupada pelo Sr. José Hamilton Mandarino na avaliação da saúde financeira da Champ’s conduziu o Vasco a assinar com uma empresa que faliu. Com o episódio, ficou clara a total irresponsabilidade e incapacidade do Sr. José Hamilton Mandarino para ocupar o cargo de VP Finanças do qual, meses depois, ele seria afastado, dando lugar a Nelson Rocha.

18) Mas como a VP de Finanças pôde cometer um erro tão grave? Como foi feita esta avaliação?

JHC – Antes da conclusão do negócio, eu e o V.P. Financeiro da época, Sr. José Hamilton Mandarino – ficamos responsáveis por visitar a empresa em São Caetano. Coube ao V.P. Financeiro avaliar a capacidade de pagamento da empresa e sua situação fiscal e contábil. Na data marcada ele não foi e encaminhou para a visita o seu subordinado Marcelo Portugal, gerente financeiro, que recebeu os três últimos balanços da empresa, cartas de crédito e as certidões negativas solicitadas. O V.P. Financeiro e sua equipe aprovaram a empresa pelos critérios de capacidade e segurança financeira.

19) O Sr. conduziu toda a negociação sozinho, como pôde deixar a avaliação da empresa por conta da VP de Finanças?

JHC – Quero destacar que em todas as reuniões que realizei durante a minha gestão de sete meses no clube estive acompanhado de outro funcionário do departamento ou com representante do departamento jurídico, financeiro ou área afim. Isso porque cada Vice-Presidente tinha o seu papel na negociação. O Jurídico fez a parte dele ao redigir cláusulas que protegiam o Vasco, enquanto avaliei e negociei a parte comercial do contrato, mas o VP de Finanças colocou tudo a perder por não ter conseguido avaliar adequadamente a saúde financeira da empresa. Num clube democrático como o Vasco, cada Vice-Presidência desempenha a sua atribuição estatutária e, por isso, cabe ao vascaíno cobrar do VP de Finanças da época as razões pelas quais ele atestou a boa saúde financeira de a empresa Champ’s honrar o compromisso.

20) Mas com este desfecho, como ficou aquele contrato com a Reebok?

JHC – Para a finalização do processo, ainda negociei o único distrato amigável e formalizado dos últimos trinta anos entre o clube e um fornecedor de material esportivo, pois todos os demais se transformaram em enormes passivos na justiça: Penalty, R$8,5 milhões; e Umbro, cerca de R$3 milhões. Uma verdadeira “Herança Maldita”, mas que não pode servir de desculpa para deixar de fazer as coisas.

Hoje, observando o resultado, ainda pode-se dizer que os três meses recebidos da Champ’s foram iguais em valor à 22 meses pagos pela Reebok na administração anterior.

21) A falência da Champ’s foi realmente o maior problema daquele contrato que financeiramente parecia espetacular, mas não foi o único problema. Houve também as famosas camisas “Fashion”. Quem concebeu aquelas aberrações?

JHC – A Champ’s tinha contratado o mesmo designer que já havia trabalhado na Umbro na época em que esta atendia o Vasco e que foi o responsável pelo desenho da famosa camisa preta. A empresa desenvolveu vários desenhos para a camisa número um e dois do clube.

22) Mas como o Sr. pôde aprovar aquelas camisas?

JHC – Conforme já falei, não trabalho sozinho. Na reunião de diretoria, com todos os presentes, foram apresentados cinco modelos de cada cor, sendo a camisa branca aprovada pela totalidade da diretoria, unanimidade, e a camisa preta com as diagonais, foi aprovada por maioria de 7 a 3 . A idéia de um processo com a participação de todos é minimizar os erros de uma decisão colegiada. Este foi o caminho da aprovação dos modelos Champ’s. Diferentemente da avaliação financeira da empresa, neste caso a responsabilidade foi minha. Independentemente de a diretoria ter aprovado, estamos falando de aceitação dos modelos pelo mercado e, portanto, minha responsabilidade.

23) Mas uma das coisas que mais incomodaram os vascaínos foi a definição dada pelo Sr. àquelas camisas. Por que o Sr. as chamou de fashion?

JHC – Quando entrevistado por um jornalista sobre as criticas que os modelos receberam, a minha resposta em defesa da decisão da diretoria foi de apoio aos modelos e o termo fashion acabou surgindo. Fui infeliz na escolha do termo e peço desculpas a todos aqueles vascaínos que se sentiram atingidos de alguma forma.

24) Quais considerações finais o Sr. gostaria de fazer sobre este assunto?

JHC – Com certeza a questão das camisas fashion era o menor problema daquela parceria com a Champ’s. Um modelo de camisa que não caia no gosto do público pode ser substituído de um semestre para o outro. Estamos falando de um contrato de 42 meses, com valores jamais alcançados pelo Vasco. Portanto, o ponto principal era conseguir avaliar a capacidade financeira da empresa, algo que o Sr. José Hamilton Mandarino foi incapaz fazer. De qualquer forma, é fundamental aprender com os erros alheios e com os nossos próprios para fazer sempre o melhor para o Vasco em situações futuras.

Vocês me conhecem de longa data e sabem que não tenho interesse em nenhum benefício pessoal do Vasco. Por isso fui até o fim na luta contra o Eurico e pela mesma razão não me conformei com a atual gestão, pois tal comportamento não condiz com a minha personalidade, nem com meu caráter. Não quis ser político e fingir que não estava vendo uma conduta completamente ruim para o Vasco: não concordo com deixar passar contratos que prejudicam o clube para favorecer amigos e parentes, entre tantos outros problemas. Saí por que sou leal ao que prometi ao torcedor e aos meus princípios.

Conduzi uma luta que para muitos parecia impossível: tirar Eurico Miranda do poder para garantir o bem do Vasco. E não vou abandonar meu objetivo. Quero, junto com outros vascaínos que me acompanham, tirar aqueles oportunistas que querem usar o Vasco para seus objetivos pessoais ou eleitorais.

Fonte: Blog Incondicionalmente Vasco