Bernardo surgiu como uma grande promessa no Cruzeiro. Mas não recebeu oportunidades para se firmar. Cada vez mais confortável no Vasco, o meia escutou de seu pai Hélio e do técnico Edgard Pereira, que o treinou nas seleções de base, o conselho de esquecer o clube mineiro e focar de vez no Rio de Janeiro. Para isso acontecer, basta ao Vasco exercer a prioridade de compra no fim do ano e desembolsar cerca de R$ 3,3 milhões e adquiri-lo de maneira definitiva após o empréstimo.
Tanto para Hélio como para Edgard, o ciclo no Cruzeiro se encerrou. Bernardo chegou com apenas 12 anos no clube e acumulou grandes atuações na base. Em 2009 foi promovido para os profissionais, mas não se firmou. Para alguns a imaturidade pesou. Outros garantem que ele nunca deu trabalho. Para o pai, a falta de ousadia do clube foi determinante para ele não ter tido muitas chances. Ele citou, inclusive, o técnico Adílson Batista.
- Em 2009 o Bernardo chegou a ter chances de ficar no banco e marcou até alguns gols. Mas faltava ousadia ao esquema do Adílson e ele pouco jogou. Em 2010 poderia ter sido seu ano, mas vieram muitos jogadores para a posição. Ele poderia estar jogando até hoje, mas não recebeu chances e procurou o melhor para sua carreira. Isso é só o começo. Agora é a hora de deslanchar - disse o pai, garantindo que Bernardo precisa comer muito feijão para jogar melhor do que ele, que brilhou pelo Sport na década de 90.
- A única vantagem dele sobre mim foi ter vestido a camisa amarela da Seleção. Mas foi na base. Se ele continuar assim tem tudo para chegar na principal e trilhar um caminho de sucesso que eu não consegui. Só depende dele - afirmou.
Técnico de longo convívio com Bernardo pelas categorias de base da Seleção, Edgard Pereira garante que nunca conheceu seu lado indisciplinado. O treinador confiou tanto em seu talento que o convocou como volante, mas o escalou como meia. E foi esta ousadia que rendeu grandes momentos como os três gols sobre a Argentina na final do Sul-Americano sub-15 em 2005, na Bolívia, além de um gol contra a França na semifinal de um torneio em Barcelona pela sub-17. Edgard é outro que aposta na maturidade adquirida nos últimos anos e no brilho pelo futebol carioca.
- Foi uma boa mudança, ele tem de ficar por aqui. O Bernardo foi lançado muito novo, agora já está maduro. Sempre achei ele muito focado, e agora, com o Ricardo Gomes, que é um cara sério, vai crescer ainda mais. Se eu fosse o Vasco, investiria na sua contratação definitiva. Talento ali não falta - afirmou.
A maturidade apontada pelos dois já é vista em Bernardo. Ele mesmo reconhece que subiu muito novo e que não foi fácil se firmar no Cruzeiro, onde disputou 45 jogos e marcou sete gols. A passagem pelo Goiás - e os mesmos sete gols, agora em 26 jogos disputados pelo Brasileiro do ano passado - também ajudou. Agora, o camisa 31 espera colocar toda a bagagem adquirida em prática pelo Vasco.
- Quero manter o trabalho que estou fazendo. No Cruzeiro tive uma subida da base rápida, e tinha jogadores que já estavam jogando, como o Ramires e o Wagner. Acho que estava cedo ainda. Depois, fui emprestado para o Goiás. Tive boas atuações, aprendi bastante. Aqui no Vasco, estou colocando tudo prática. Espero continuar nessa pegada até o fim do ano - garantiu.
Fonte: GloboEsporte.com